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Um Deus que Age de Forma Inesperada

Testemunho de Impacto

Denise Lautenschlaeger

“Bendito o homem que confia no Senhor e cuja esperança é o Senhor. Porque ele é como a árvore plantada junto às águas, que estende as suas raízes para o ribeiro e não receia quando vem o calor, mas a sua folha fica verde; e, no ano de sequidão, não se perturba, nem deixa de dar fruto” (Jr 17.7,8).

Júlia é nossa filha mais velha, hoje com quase 18 anos. Teve uma infância normal e nos deu muitas alegrias. Praticava esportes e foi sempre muito ativa. Foi criada na Casa do Senhor, e a ensinamos a crer e a louvar o Deus que cuida de todas as coisas.

Quando estava com uns 15 anos, percebemos que ela começou a apresentar muitos episódios de quedas, principalmente na escola onde havia várias escadas. Sempre a levava ao ortopedista e a repreendia para ser mais atenciosa e se cuidar, mas as quedas continuavam. Logo depois, evoluiu com queixa de dor nas costas e na perna direita, o que atribuímos a uma má postura e problemas de coluna, que foram tratados com fisioterapia e medicamentos.

Em 25 de fevereiro de 2013, Júlia teve uma queda na escada da nossa casa. Era um domingo, e Júlia estava arrumada para ir ao culto. Nesse dia, nossa vida ganhou uma nova dimensão sobre viver debaixo do cuidado do ALTÍSSIMO!

Júlia caiu da escada e machucou o pé direito; uma pequena fratura de pé. A rotina de pronto-socorro, raios X e imobilização novamente. Saímos do hospital mais tranquilos, visto que, pelo tamanho da queda, até que ela estava muito bem. Com o pé direito imobilizado, ela voltou para casa e recebeu as mesmas orientações de sempre: “Tenha cuidado, Júlia, preste mais atenção…”.

Minha filha passou 20 dias imobilizada. Após esse tempo de recuperação, a imobilização foi retirada e, então, Júlia fez sua primeira queixa: “Mãe, as pontas dos meus dedos dos pés estão dormentes!”. Fomos ao ortopedista, e este disse que podia ser devido à imobilização; indicou fisioterapia e prescreveu medicamentos. Após uma semana de fisioterapia, Júlia me procurou: “Mãe, meus dedos do pé não se mexem…”.

Como sou enfermeira e trabalho com vários ortopedistas, comecei a perceber que algo poderia estar errado. Fomos a outro ortopedista. Ele disse que poderia ser uma apraxia (uma desordem neurológica que provoca perda de habilidade para executar movimentos e gestos precisos, apesar de o paciente ter vontade e habilidade física para tal). Prescreveu mais fisioterapia e medicamentos, deixando-nos mais tranquilos e dizendo que essa situação se reverteria.

Lá se foram mais 15 dias de fisioterapia… Após esse tempo, o fisioterapeuta me chamou e disse que, apesar de todos os exercícios e da eletroestimulação direta, os dedos do pé da Júlia não se mexiam e ainda havia perda de sensibilidade de até 1/3 do pé. Desta vez, fiquei assustada de verdade!

A partir daquele dia, foi uma grande jornada entre médicos e exames. Depois de algum tempo, Júlia já não mexia mais o pé direito nem podia usar qualquer salto, pois não conseguia trocar a passada. Perdeu toda a sensibilidade do pé; não sentia mais nada! Estávamos muito preocupados.

“Deus, mostra-nos o que está acontecendo com a Júlia!”, orei. “Dá-nos direcionamento para cuidar dela…” Meu coração de mãe estava doído por ver minha menina com dificuldade para andar e usar o salto de que ela tanto gostava…

Após um exame de eletroneuromiografia, descobrimos que Júlia estava realmente com problemas na condução dos estímulos elétricos nos nervos da perna direita. Após muita luta, fomos para São Paulo, munidos de todos os exames. Fomos atendidos pela Dra. Maria Bernardete Dutra de Rezende, neurologista especialista em doenças neuromusculares. Após uma minuciosa consulta e muitas avaliações, chegou-nos a BOMBA: “Júlia era portadora de doença neuropática hereditária progressiva, a síndrome de CHARCOT MARIE TOOTH!”.

Em outras palavras, Júlia tinha uma doença hereditária, que fazia com que a condução dos estímulos para movimentos e sensibilidade fossem prejudicados. Era uma doença sem cura e que pioraria com o tempo…

Nessa época, já estávamos em setembro, e eu me organizava para a viagem missionária que faço todos os anos para Manaus. Todos os dias, em familia, pedíamos a Deus pela cura da Júlia. Ela sentia muita dor e já estava com perda de sensibilidade dos dedos da mão direita, perda de força na mão e com dificuldade para escrever e digitar. Sentia muita dor também no braço e tinha uma rotina de fisioterapia todos os dias, hidroterapia e terapia ocupacional. Usava órteses para a perna direita, para os pés não caírem, órtese nos dedos do pé que estavam ficando em garra e outra na mão e braço. Estávamos adaptando um carro para ela conseguir dirigir e ensinando-lhe a conviver com as limitações que se impunham.

Que dias difíceis! Ver os pequenos sonhos de minha filha serem roubados e ainda acompanhar as crises de dor acabavam com o meu coração e com o coração do meu esposo. Choramos muito aos pés do Senhor.

Em outubro, nossa viagem missionária já estava programada e os detalhes finais sendo resolvidos. Júlia me procurou e disse que gostaria de ir comigo mais esta vez, pois talvez seria a última viagem missionária em que ela conseguiria me acompanhar, diante de suas dificuldades e dores progressivas. Disse que queria muito ir.

Respondi que deveríamos orar sobre isso, pois iríamos para um lugar difícil, de terreno irregular, com condições precárias, dormindo em redes e com várias outras dificuldades para a condição dela. Além disso, nem tínhamos recursos financeiros para a viagem dela. Tantas preocupações e cuidados…

Oramos a esse respeito. Júlia ganhou a passagem de um casal da igreja, que também pagou a viagem do meu filho Gabriel para que pudesse acompanhar a irmã e cuidar dela, pois, como coordenadora da viagem, eu não teria essa disponibilidade.

Assim, em outubro de 2013, partimos todos para Manaus. Foi uma viagem abençoada. Minha guerreira fez, dentro de suas limitações, todas as tarefas que lhe foram designadas e ainda cuidou das crianças – uma serva de Deus trabalhando na propagação do Evangelho, apesar das dores e dificuldades.

Júlia quis ser batizada nessa viagem. Tive o privilégio de ver meus dois filhos serem batizados nas águas do Rio Cuieiras, num trabalho missionário! Pode um coração de mãe ser mais feliz? Que privilégio!

Após o batismo, tivemos um culto na comunidade. O Pr. Reginaldo Guerra, que nos acompanhava, orou com Júlia e a ungiu nesse dia. Disse-lhe que seria curada. Após o culto, ela sentou-se comigo na minha rede e disse que NADA havia acontecido, que ainda tinha dor e que não iria mais orar pela cura, pois era tudo muito frustrante! Conversamos um pouco, e ela foi dormir.

Retornamos a Rio Claro no dia 13 de outubro, chegando por volta das 9 horas. Ao chegarmos em casa, na euforia própria dos adolescentes, meus filhos contaram ao pai sobre a viagem e suas experiências. Tivemos um momento lindo em que eles contaram do batizado. Logo em seguida, Júlia contou que foi ungida no culto e repetiu as palavras do Pr. Reginaldo. Terminou seu relato com a seguinte frase: “Papai, eu disse para a mamãe que não vou mais orar pra ser curada. Se Deus me curar, ele é Deus em minha vida e eu o amo. Porém, se Deus não me curar, ainda assim ele é Deus em minha vida e eu o amo. Meu relacionamento com Deus não está vinculado à minha cura!”.

Meus olhos e os do meu marido se encheram de lágrimas. Que amadurecimento em tão pouco tempo! Júlia, então, levantou-se para tomar banho, deixando-nos na sala, chorosos e falando com Deus. Assim que entrou no banheiro, ouvimos um grito: “MÃE!!!!”.

Todos corremos para o banheiro, achando que ela havia caído de novo. Ao chegarmos lá, Júlia chorava muito e pouco conseguia falar. Gabriel, muito nervoso, pediu que contasse o que estava acontecendo. Júlia, então, em meio a lágrimas, disse que sentiu a água quente sob seus pés, e que seu pé direito estava MEXENDO!!!

Choramos todos, eufóricos, pois sabíamos que isso só poderia ser um milagre. Gilnei, meu marido, chamou-nos e ajoelhamos em nosso quarto. Ele pediu que Deus confirmasse, no nosso coração, a cura que ele estava operando na vida da nossa filha. Que momento glorioso! Nossa família ajoelhada, chorando e orando por vivenciar, de forma tão intensa, o mover de Deus.

Júlia se levantou, colocou seu maior salto e desfilou pela casa. Sua mão, antes fraca e sem sensibilidade, escrevia normalmente, pois havia recuperado a força perdida. Seu pé mexia, e toda a sensibilidade estava de volta! Começamos a ligar para nossos queridos e amigos, pois todos precisavam saber do MILAGRE que havia acontecido. Desde aquele dia, Júlia nunca mais teve dor e leva uma vida normal.

Fomos à médica que a estava acompanhando em São Paulo. Ela mesma refez todos os exames e testes neurológicos. Disse-nos que não conseguia explicar na medicina o que acontecera. Totalmente impactada, DEU ALTA para a minha filha e escreveu em letras garrafais no prontuário: “REVERSÃO COMPLETA DO QUADRO!”.

Naquele dia, Deus curou a todos nós. Curou minha filha do mal que a atingia, curou meu coração machucado de mãe, curou o coração preocupado e triste do meu marido que estava em dificuldade para prover todas as necessidades da Júlia. Trouxe fé e impactou a vida dos meus filhos! NUNCA MAIS SEREMOS OS MESMOS.

Toda a glória e honra sejam ao nosso poderoso e maravilhoso Deus!

Obs. Denise e Júlia estiveram na mesma viagem missionária que Clésio Pena, que foi testemunha de alguns dos fatos relatados acima. Veja artigo nesta edição: Vida Simples: Dificuldade ou Privilégio?

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8 respostas

  1. Eu estava lá…presenciei este milagre na vida desta família. Sim a fé é essencial em nossa vida! Foi uma viagem muito abençoada…foi minha primeira viagem missionária e poder ver o mover Deus que é tão maravilhoso, fez com que crer em Deus seja realmente o que me move a viver na fé. Denise e Júlia o Senhor Jesus Reina Soberano. Forte abraço!

  2. Tive oportunidade de escutar esse Testemunho Maravilhoso, mas mesmo assim lendo agora chorei de alegria e de poder dizer nosso Deus é Fiél !!!!

  3. Por esta menina orava eu… Desde então este testemunho fala à minha alma. Júlia é uma menina linda! Sua família alegria para minha…Seu Deus o meu Deus.

  4. Deus é fiel. Médico dos médicos e opera milagres grandiosos. TER a oportunidade de escutar esse testemunho , e poder ler novamente todo esse relato, renova nossa fé e nos mostra o cuidado de Deus.

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