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Percebendo a Presença de Deus

Rev. Thomas Shaw – Irlanda do Norte

A presença de Deus é extremamente difícil de definir. Na verdade é impossível defini-la. Como pode um ser humano definir aquela experiência indescritível que chamamos a presença de Deus? Quando nós realmente experimentamos a presença de Deus nada mais podemos dizer além de repetir as palavras de Jacó em Betel: “Certamente o Senhor estava neste lugar.”

Embora não possamos definir a presença de Deus, uma pessoa sensível que busca a Deus saberá discernir quando a presença de Deus está presente e também quando aquela presença está ausente. Um dos problemas básicos hoje em dia é que a maioria dos cristãos vive e acostuma-se num nível espiritual tão baixo que já deixaram de discernir a presença ou ausência de Deus. Temos vivido sem essa presença por tanto tempo que já começamos a aceitá-lo como norma, e aquilo que é chamada a presença de Deus é uma avaliação distorcida de um povo que está longe do toque de Deus.

No seu excelente livro, Revival (Reavivamento), o Rev.Brian Edwards escreve um parágrafo muito profundo – “Tenho estado em igrejas com tanta atividade, entusiasmo e dons que até os anjos sentiriam inveja, no entanto tinham que fazer apelos para que mais pessoas participassem das reuniões de oração. Tenho estado em igrejas com bastante música e movimento, e também em igrejas que tinham aquele silêncio profundo e solene. Contudo nenhuma delas exibiu a percepção da presença de Deus.”

Este estado de coisas esboçado por Brian Edwards é ainda mais triste e sério porque temos uma geração inteira crescendo no meio de atividades e ambientes religiosos, mas que nunca realmente sentiram ou experimentaram de forma autêntica ou pessoal a preciosidade da presença de Deus.

Reavivamentos passados

No reavivamento do País de Gales em 1904, perto da cidade de Gorseinon, uma reunião continuou noite adentro. Um mineiro, endurecido, alma sem Deus, voltando do seu turno de trabalho cerca das 4 horas da madrugada, viu uma luz na igreja e decidiu investigar. Tão logo ele abriu a porta, foi totalmente envolvido por um poderoso senso da presença de Deus. Ouviram-no exclamar: “Oh! Deus está aqui!” Ele estava com medo de entrar e com mais medo de sair, e lá no limiar daquela porta da igreja começou a obra de salvação no seu coração.

Durante o grande avivamento americano de 1858 os navios, à medida que se aproximavam dos portos americanos, pareciam entrar numa zona da presença de Deus e da influência do Espírito. Navio após navio chegava com a mesma história de súbita convicção e conversão à medida que se aproximavam da costa americana.

Durante o reavivamento em Northampton, Massachusets em 1753, Jonathan Edwards escreveu: “A cidade parecia estar cheia da presença de Deus.” Quando Duncan Campbell foi indagado a respeito do evento mais importante do reavivamento Lewis nos anos 1949-1953, ele respondeu: “Uma consciência convicta da presença de Deus.”

Escrevendo em “One Divine Moment: The Asbury Revival” (“Um Momento Divino: o Reavivamento Asbury”) Howard Anke, Professor de Bíblia do Colégio Asbury (Wilmore, Kentucky), descreve o avivamento no Asbury College em 1970: “Não há nenhum vocabulário humano que possa captar a dimensão total de um momento divino. Às vezes ele se parece com um sonho e contudo aconteceu de verdade. Nós o vimos com os nossos próprios olhos. De uma forma que seria impossível de se descrever, Deus estava em nosso meio. Aqueles de nós que lá estavam jamais poderíamos contemplar as coisas deste mundo do mesmo modo anterior.”

Uma Questão

Ocasiões tais como estas ilustrações são maravilhosas e extraordinárias e são momentos quando podemos esperar uma sensação profunda da presença de Deus, ou, talvez uma percepção mais elevada da presença de Deus. O que me preocupa é uma aparente ausência da presença de Deus na maioria das nossas vidas e atividades normais como cristãos.

Embora não possamos viver sempre numa atmosfera de reavivamento quando a presença de Deus é muito real, nós certamente podemos sentir Deus no nosso meio numa certa medida sempre que nos reunimos em Seu nome. Não nos prometeu Deus: “Quando dois ou três estiverem reunidos em Meu nome, estarei no meio deles”? (Mateus 18.20).

Se Deus prometeu estar no meio do Seu povo quando eles se reunissem em Seu nome, por que é que temos tantas reuniões e cultos de adoração sem realmente sentir que Deus estava presente em poder e glória? As respostas a esta pergunta são muitas e variadas. A falha certamente não está em Deus porque Ele é fiel aos seus compromissos de aliança e às suas promessas.

A presença de Deus em nosso meio é muito mais importante e desejável do que audiências recordes, belos edifícios ou a presença de uma personalidade ou pregador importante. Nada, absoluta-mente nada, se compara com o privilégio, o gozo e a bênção da presença de Deus em nosso meio quando nos reunimos para adorá-lo.

Razões

Uma das razões para a ausência da presença de Deus em nosso meio é, tristemente, que Ele tem sido ofendido pelo mesmo povo que procura adorá-lo. A facilidade com que os cristãos brigam, discutem e discordam indica claramente ou que estão inconscientes do fato de que o Espírito de Deus pode ser ofendido, ou simplesmente não ligam para isto. É um momento extremamente triste quando Deus se afasta porque nós o ofendemos pelo nosso pecado.

Há alguns anos atrás eu preguei numa igreja onde a presença de Deus era muito real e profundamente percebida. Recentemente retornei àquela mesma congregação mas senti muito claramente a ausência do Espírito de Deus. Quando perguntaram-me sobre como me senti durante a pregação, tive que admitir que aparentemente Deus havia se retirado daquele lugar. Icabode – “foi-se a glória de Deus” – poderia ser escrito em letras bem grandes em tais lugares.

O espírito do mundo sempre rouba de nós o senso da presença de Deus. Deus não vai tornar real a sua presença no meio de um povo cuja prioridade não é a Sua honra e a Sua glória. “A amizade do mundo é inimizade contra Deus” (Tiago 4.4). Quando Deus está em inimizade conosco, Sua presença é totalmente ine-xistente. Este espírito mundano é tão forte entre o povo de Deus, que como resultado disto, Deus não é percebido, e muito mais trágico, nem se sente a Sua falta.

Faríamos bem em lembrar a sabedoria que veio da pena de C.H.Spurgeon: “Aquele que traz o odor do mal deve esperar o olhar desaprovador de Deus.” É melhor ter o mundo inteiro contra você do que trocar a presença de Deus pelo amor do mundo. O materialismo do mundo faz com que a Igreja Cristã se sinta auto-suficiente e naquela cômoda auto-suficiência não nos sentimos mais inclinados a buscar a percepção da Sua presença. Será que Deus está dizendo de nós: “Efraim juntou-se aos ídolos: deixa-o sozinho”? (Oséias 4.17).

Fracasso em nos prepararmos para adoração espiritual é uma outra razão porque não sentimos a presença de Deus. Dormimos até muito tarde e comemos bastante nos dias atuais, e o tempo para uma preparação espiritual do nosso próprio coração para a presença de Deus é um troféu a ser conquistado. Do meio do redemoinho de tantas atividades necessárias, corremos para a casa de Deus e geralmente chegamos atrasados. Atraso indica uma consciência relaxada e quantos de nós somos culpados disto! Se a realeza (a corte da rainha) estivesse presente conosco no culto de adoração no Dia do Senhor, com certeza estaríamos bem preparados, chega-ríamos mais cedo e ocuparíamos os lugares da frente. Por que é que não fazemos isto quando o Senhor dos senhores e Rei dos reis é o nosso convidado de honra?

Pessoas que são negligentes na preparação do coração e da alma para a presença de Deus geralmente são pessoas que na verdade não esperam sentir a presença de Deus de modo nenhum. A sua religião é tão formal e rotineira que sentir a presença de Deus não é uma questão importante para elas. Já se acomodaram aos meros enfeites do cristianismo e parecem estar contentes sem qualquer tipo de consciência da Presença Divina.

A Solução

Não é verdade que nós, freqüentemente andamos de uma reunião para outra sem jamais buscar ou sentir a presença de Deus entre nós? A única coisa significativa na nossa religião ou na nossa atividade religiosa é a ausência da presença de Deus. Nós vamos ao lugar santo e voltamos de lá, e o único fato evidente é que Deus não está presente em poder e realidade.

Quaisquer que sejam as razões que possamos dar para a ausência da presença de Deus, e são muitas, a principal razão é o pecado de uma forma ou de outra, e este precisa ser tratado antes que possamos experimentar de novo aquela sensação profunda da presença de Deus se movendo entre nós.

Imagine a diferença que faria na sua igreja ou na minha se em algum domingo Jesus entrasse pelo corredor e se sentasse num banco bem na frente. Isto traria uma atmosfera santa no nosso culto e seria uma experiência que nós nunca esqueceríamos. É muito difícil que isto aconteça. Entretanto nós podemos experimentar a Sua presença tão real como se Ele estivesse sentado mesmo no banco da frente, mas teríamos que tratar com o pecado que afastou a Sua presença de nós, tanto individual como coletivamente. Façamos com seriedade esta pergunta: ” O que aconteceu com a presença de Deus?”

“Volta, Volta doce Espírito Santo !
Ó mensageiro suave do consolo.
Odeio o pecado que te trouxe pranto
E que te afastou tanto do meu colo.”

De LIFE INDEED (VIDA DE VERDADE)

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