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Leitura de Impacto: Raízes da Restauração

Livro: Raízes da Restauração
Autores: C. Leonard Allen e Rochard T. Hughes

Por: Pedro Arruda

O desejo que temos de ver a igreja de Cristo restaurada nestes dias é tão grande a ponto de mirarmos com tanta ênfase a igreja primitiva que nos dá a sensação, muitas vezes, que há uma imensa lacuna inócua entre nossa geração e aquela relatada em Atos do Apóstolos. Em  onseqüência, dá-nos também a impressão que a restauração irá acontecer como se somente nossa geração estivesse ligada diretamente aos primeiros cristãos, e como se nada houvesse acontecido nesse intervalo, no que se refere à restauração.

Na verdade, Deus nunca esteve inativo quanto à restauração. Percebemos isso quando lemos o livro “A Igreja do Século XX – A História que não foi Contada” de John Walker e outros, que abrange os cem últimos anos, portanto, contemporâneo a nós. Inestimável ajuda nos dá outro livro “Raízes da Restauração”, que abarca os quatro séculos anteriores, seguindo a linha restauracionista  histórica, desde a reforma até o início do século XX.

As mesmas questões que incomodam todo cristão, preocupado em encontrar a vontade de Deus para a realização de seu propósito, também estão presentes na origem deste livro: “Quando e como a igreja se desviou do padrão apostólico original? De onde vieram todas as atuais denominações? Por que as pessoas não vêem a Bíblia da mesma maneira, uma vez que sua mensagem parece ser tão simples e clara?”

À procura de respostas a estas perguntas que os perseguiam, os autores mergulham na História Cristã e trazem à tona o desenrolar da busca pela restauração.

O livro procura demonstrar que o movimento da Reforma já nasceu sob tensão entre aqueles que olhavam para a situação presente da igreja e outros que atentavam diretamente para a Igreja apostólica. Essa tensão vai permear toda a história com erros e acertos de ambos os lados a ponto de, nos momentos mais calorosos, a discussão teológica sair dos domínios do pensamento e da expressão verbal e desembocar na violência física, movida pelo zelo, cegueira ou total intolerância de uma das partes. Com isso se nota a preocupação dos autores de não mostrar apenas o lado bonito da história, mas ao expor os erros e deficiências, nos possibilita a lição para evitarmos os caminhos que levem à repetição dos mesmos enganos do passado. Aprender com a história é, antes de tudo, uma atitude sábia.

É interessante conhecer, por exemplo, as divergências tão específicas entre Lutero e Zwínglio sobre a restauração, que parece ser um debate entre teólogos contemporâneos, tal é a atualidade dos argumentos usados por ambos. Para classificar o primeiro como “Reformador” e o segundo  como “Restauracionista”, o livro não somente expõe o pensamento de ambos, como também busca as razões pessoais que determinam a atitude de cada um. Vale destacar um trecho sobre a compreensão de Lutero a respeito da Palavra de Deus:

“Ele certamente acreditava que a Bíblia era a Palavra de Deus e que essa Palavra estava muito acima de quaisquer tradições humanas. Essa convicção, na verdade, constituía o cerne de sua teologia. Todavia, ele tinha compreensão da natureza dessa Palavra diferente daquela dos teólogos reformados.
Para Lutero, a divina Palavra havia sido falada, acima de tudo na pessoa de Jesus Cristo, e não num simples livro. Através da expressão Palavra de Deus’, portanto, ele se referia muito freqüentemente ao Cristo encarnado, o Filho de Deus. A Bíblia era a Palavra de Deus apenas num sentido secundário — apenas enquanto testemunhasse de Cristo e O tornasse presente para nós. Para Lutero, a Bíblia era como uma janela de uma casa. A janela é feita para tornar visível o mundo exterior e para deixar a luz entrar. É possível que uma pessoa preste tanta atenção à janela que não veja o que está além dela. Lutero achava que assim poderia acontecer com a Bíblia: ela serve para revelar Cristo às pessoas, e não para chamar a atenção para si mesma ou para se tornar um objeto de fé em si.”

Este era o cuidado que ele tinha para com aqueles que procuravam um “modelo” bíblico para imitar.

Não menos interessante é saber a origem de movimentos como os Puritanos, os Anabatistas, os Batistas, os Metodistas e outros que nasceram fincados no desejo de restaurar a igreja apostólica e que, no transcorrer do tempo, acabaram por se moldar cada um à sua própria forma.

Esta viagem pela história iniciada na Reforma, faz um passeio pela Europa da época e, com os Puritanos ingleses, atravessa o oceano para se estabelecer nos atuais Estudos Unidos da América e lá se desenvolver, desembocando no movimento pentecostal. Daí para frente, até chegar a nós, é só seguir a leitura do já  mencionado “A Igreja do Século XX – A História que não foi Contada”.

Os que crêem e esperam a restauração de Igreja irão perceber que essa é uma voz que vem soando ao longo da história e que não quer se calar. Quando ela cessa num determinado movimento, começa a clamar em outro, ecoando cada hora num lugar. Quem ainda não deu atenção suficiente, poderá vir a perceber que este clamor está presente na sua origem denominacional, às vezes, à custa até mesmo de muitos mártires que admira.

Para adquirir os livros citados acima, ligue (19) 3462-9893

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