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Determinação leva ao Êxito

Por: Dr. John R. Rice

“Resolveu Daniel firmemente não se contaminar com as finas iguarias do rei, nem com o vinho que ele bebia; então pediu ao chefe dos eunucos que lhe permitisse não contaminar-se.”

“Daniel resolveu firmemente.” Ele estava decidido. Como foi diferente o caso de Ló. Ló foi morar em Sodoma contra a voz da própria consciência. Ele afligia sua alma justa todos os dias com o pecado dos injus­tos sodomitas (2 Pedro 2.8). Eu creio que Ló não tinha o propósito de permanecer em Sodoma, pois os sodomitas lhe disseram que ele era um estrangeiro e não vivia com um cidadão local (Gên. 19.9). Mesmo quando Sodoma estava à beira da destrui­ção, e os anjos já tinham passado a noite na casa de Ló, pedindo que ele deixasse a cidade, ele continuava a vacilar.

Diz o texto: “Ao amanhecer, apertaram os anjos com Ló, dizendo: Levanta-te, toma a tua mulher e tuas duas filhas, que aqui se encontram, para que não pereças no castigo da cidade. Como porém, se demo­rasse, pegaram-no os homens pela mão, a ele, a sua mulher e as duas filhas, sendo-lhe o Senhor misericordioso, e o tiraram e o pu­seram fora da cidade” (Gênesis 19.15-16).

Ele porém se demorava. Isto caracteriza a indecisão da vida de Ló. Esta era a praga que o destruía. Ló nunca se decidiu total­mente para Deus. Mesmo quando Sodoma estava prestes a ser destruída ele ainda vaci­lava. Por isso não é de se admirar, que os genros achavam graça da religião dele. Não foi por menos que a mulher ficou para trás, olhou para a cidade, e, foi transformada em estátua de sal; igualmente, não foi por acaso que as duas filhas saíram de Sodoma conduzidas pelas mãos dos anjos, mas cujos corações ficaram na cidade e no pecado. A instabilidade espiritual de Ló, destruiu não somente a família mas a pró­pria vida.

Daniel resolveu firmemente, não conta­minar-se. Outra tradução diz: “Daniel pro­pôs no seu coração.” Daniel se decidiu — isto que é a melhor tradução. Perguntaram certa vez a Alexandre o grande, como ele conseguira conquistar o mundo. A resposta foi: “Eu nunca vacilei.” Ele pelo menos sabia o que queria e estava disposto a tentar. É impossível ser bem sucedido sem ao menos decidir o que quer alcançar, e, qual o preço que está disposto a pagar, o que vai fazer, e, quando o fará.

Um poeta expressou esta mesma ideia do seguinte modo: “A história da humanidade é como a maré; se a maré alta é aproveitada — traz felicidade. Se ela não é aproveitada, as pessoas perdem o equilíbrio na maré baixa.”

Daniel era um jovem exilado da sua pá­tria, levado por Nabucodonosor à metró­pole Babilônia. Ele foi confrontado direta­mente com a ordem do rei, de comer pratos proibidos a qualquer Judeu pela lei de Moisés. Daniel recebeu ordem de beber o vinho do rei. A escritura diz claramente que “o vinho é escarnecedor, e a bebida forte alvoroçadora; todo aquele que por ele é vencido não é sábio”. Daniel tomou posição diante do problema e chegou a uma decisão clara. Ele decidiu no seu coração, não se macular com a carne e com o vinho do rei. Daniel era um homem novo e deci­dido.

O que Deus exige de uma pessoa não convertida? Ele exige uma decisão bem clara. Deus nos fala em Josué 24.15: “Es­colhei hoje a quem quereis servir.” Elias falou ao povo no monte Carmelo; “Até quando coxeareís entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, seguí-o; se é Baal seguí- o” (1 Reis 18.21).

O filho perdido quando se converteu, disse: “Levantar-me-ei e irei ter com meu pai e lhe direi; Pai, pequei contra o céu e diante de ti” (Lucas 15.18). A decisão dele foi genuína, pois de fato ele levantou-se e voltou para o seu pai. Quando pecadores se distanciavam de Jesus sem arrependimento e sem conversão ele possivelmente dizia com tristeza: “Vocês não querem vir a mim para receberem vida.” O que Jesus exige de cada pecador, é uma decisão clara. Você decidiu dar as costas para o pecado? Você decidiu confiar em Jesus? Você vem neste momento a Ele e clama por misericórdia e perdão, você o aceita confia nele e se entre­ga totalmente?

Eu creio que a maioria das almas que hoje estão no inferno, pensavam que iriam ao céu, como provavelmente hoje em dia a grande maioria crê que terão paz com Deus na eternidade. Mas, são pessoas indecisas e vacilantes, têm medo do preço de discipulado, resistem ao pensamento de deixar de­terminado pecado. São estes os que se per­dem e de fato vão para o inferno. Deus dê a graça, a cada um dos leitores, de tomar a santa decisão como o forte e jovem Daniel o fez. Meditemos um pouco sobre a decisão que Daniel tomou.

1) A decisão de Daniel foi difícil

É provável que Daniel tinha 20 anos. Ele fora escolhido por causa da sua capacidade moral e intelectual, sua facilidade nos estu­dos e igualmente por ser de linhagem nobre em Israel. O grande Nabucodonosor, go­vernava o mundo todo daquele tempo. Ele queria formar homens que pudessem assu­mir cargos importantíssimos na liderança mundial. Ele necessitava de governadores, príncipes, generais capazes de representá-lo em qualquer circunstância.

Imagino que os pais de Daniel não vi­viam mais, porque não são mencionados no livro de Daniel. Não havia sacerdote ou profeta de Israel no lugar, para encorajá-lo a fazer o que era justo. Ele era um desco­nhecido — um estrangeiro. Repentinamen­te ele foi desafiado a abandonar as regras da sua educação espiritual, as boas manei­ras e as virtudes, que ele havia apreendido desde a mais tenra infância. Agora estavam em jogo as convicções. Recebeu a ordem de se alimentar da comida do rei e beber do mesmo vinho. Isto fazia parte do preparo para ser um governador gentio em um reino gentio — Ele iria ocupar uma posição de destaque naquele reino. Quem lhe dá um bom conselho? Não há ao menos um sacer­dote israelita naquela corte. Nenhum pro­feta de Deus. Se ele não ceder, a consequên­cia pode ser a destruição da sua própria car­reira ou mesmo a perda da vida. Além dis­so ele corria o risco de ser visto pelos cole­gas como alguém fanático, que não cede nestas pequenas coisas. “Sujeito ridículo, esquisito e fanático”, dirão os colegas. Sem dúvida, foi uma escolha muito difícil, quan­do Daniel optou não se contaminar com a comida e bebida do rei; e, não ceder a uma perspectiva meramente humana, quanto à sua própria carreira.

Será que tal opção foi mais difícil da­quela que José tomou no Egito; preferindo antes a desgraça e a prisão em lugar do adultério com a esposa de Potifar? Porven­tura foi mais difícil que a decisão de Moi­sés, quando se recusou a continuar na corte do Egito, preferindo ser solidário com uma nação de escravos? Ou mais dura que a decisão dos três rapazes hebreus, amigos de Daniel, que ao serem ameaçados com a for­nalha ardente, caso persistissem a não ado­rar a imagem de Nabucodonosor no campo de Dura? Teria sido mais difícil, daquela dos apóstolos, que, um após o outro, aban­donaram seus barcos, redes, navios, coletoria de impostos, pais, mães, parentes, carreiras, tudo, para seguir Jesus? Foi mais dura que a decisão exigida do fariseu Saulo — que não levou em consideração a perda de todas as coisas, tomando-se o “lixo do mundo”, suportando prisões, apedrejamento, surras, julgamentos — tudo para ser um bom soldado de Cristo?

De fato é verdade, que os servos de Deus de todas as épocas precisam tomar decisões sérias e difíceis.

Assim é que deve ser. Qual o valor de um serviço para Deus que não custa nada para aquele que o faz? Quem vai casar com uma moça indisposta a deixar o pai e a mãe e todos os outros pretendentes? Qual o go­verno que se interessa por um soldado com­prometido com o governo de outra nação? Como alguém pode pregar o evangelho se não tiver parte no sofrimento de Cristo?

Qual o ganho de um servo que nunca perdeu um escudo ou cruzeiro , ou uma refeição, ou nunca passou por aflições espi­rituais por amor a Jesus?

Se você quer estar na galeria dos márti­res, dos profetas, dos missionários e evan­gelistas, que serviram a Deus com o melhor que tinham e que levaram multidões de almas a Cristo, se prepare para uma vida de pobreza, pois o Senhor Jesus não tinha onde reclinar a sua cabeça. Paulo muitas vezes jejuava e trabalhava com as próprias mãos para obter o sustento. Se prepare para desentendimentos, pois aque­les que realmente seguem a Cristo, devem amá-lo a tal ponto que toda forma de ex­pressão amorosa, seja para o pai, a mãe irmãos, casas, terrenos, se comparem com ódio — diante do amor devotado a Cristo. Espere perseguição, pois: Ora, todos quan­tos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos. (II Timóteo 3:12).

Sem dúvida, foi uma decisão muito difí­cil aquela que Daniel tomou. No entanto ninguém que quer seguir a Deus escapa de tomar decisões semelhantes à Daniel.

É possível que um jovem vacile, ao se de­cidir por Cristo e pelo céu. “Meus amigos vão zombar de mim.” Um outro pode di­zer: “quero gozar os prazeres, não posso abandonar tudo o que me alegra, só para ser um crente.” É necessário deixar os peca­dos? Eu conheci um homem, que queria ser salvo, e no entanto, continuava no vicio da bebida. Uma mulher que vivia em adulté­rio, me falou que não poderia deixar do seu amante. As pessoas querem acesso fácil à Cristo, sem mudar o seu coração e a sua vida. Em Isaías 55.7, a escritura diz: “Deixe o perverso o seu caminho, o iníquo os seus pensamentos; converta-se ao Senhor, que se compadecerá dele, e volte-se para o nosso Deus, porque é rico em perdoar.”

Não devemos fazer o que é certo pelo motivo de ser fácil fazê-lo. Os jovens não devem pensar que é fácil voltar-se para Cristo, pois aquele que se volta para Cristo dá as costas para o pecado. Quem espera a salvação de Cristo, se arrepende dos peca­dos e o seu coração se converte dos pecados para Deus. O filho perdido precisou deixar o chiqueiro dos porcos para voltar ao lar do pai.

A dificuldade da decisão não deve ser impedimento para uma pessoa honesta. O que é correto deve ser feito, seja fácil seja difícil. Durante a primeira grande recessão econômica mundial, um homem justificava as moças que vendiam seu corpo. Para justificá-las ele usava a seguinte pergunta: “O que podemos exigir de uma moça que ganha apenas 3 mil cruzeiros por semana?” O senador, Doutor Robert Jones respon­deu: “Eu espero, que ela faça o que é justo, mesmo que venha a morrer.” A moça que apenas permanece pura e casta quando ganha o suficiente de dinheiro, não é real­mente virtuosa. O homem que apenas é leal nos negócios, quando não presisa de mais dinheiro, não merece nenhum elogio pela sua aparente honestidade. As pessoas de­vem decidir por aquilo e por tudo o que é certo, mesmo que o resultado seja fome, perda de amigos, perseguição ou morte na fogueira. Toda decisão, é muitas vezes uma decisão difícil.

Alguns pensam que é mais fácil ser corre­to, depois de casado ou depois de sair da es­cola. Um certo homem pensava que depois de ter ajuntado muito dinheiro, seria mais fácil se colocar ao lado de Deus e daquilo que é justo. Uma estudante que frequentava os bailes, apesar de saber que muitas moças já perderam a sua honra por causa disso, me falou que somente iria dançar até que se casasse. Casaria com um bom homem e não contaria a ninguém que ela havia dançado. É claro que não iria permitir que suas filhas no futuro dançassem. Esta moça imaginava que com o tempo seria mais fácil fazer o que é certo. Mas isso nunca é assim.

Daniel tomou a decisão quando era difí­cil. Decidiu fazer o que era justo, apesar de não ter nenhum profeta ou sacerdote que o orientasse, e apesar de saber que isso desa­gradaria o rei. Louvado seja Deus por jovens, que de coração sincero decidem fazer o que é certo não perguntando, se é fácil ou difícil, antes, decidindo, no seu coração tomar posição correta, custe o que custar.

2. A decisão de Daniel, foi uma decisão do coração

“Daniel decidiu no seu coração”, não so­mente na sua cabeça. Daniel tomava as suas decisões no íntimo do seu ser, das emoções, dos desejos, do amor, dos sentimentos; era no seu coração. Esta decisão não foi calculi­sta ou pensamento frio para um bom negó­cio, ou mesmo, para impressionar as pesso­as — mas, era uma decisão de fazer tudo o que agrada a Deus. Quando o filho pródi­go, caiu em si, e olhou e sujeira, na qual se encontrava — sentiu nojo da sua própria vida e começou a sentir o peso de seus peca­dos. Foi neste momento que lentamente penetrou nele a saudade do lar paterno. Também o filho pródigo neste momento to­mou uma decisão no coração. Ele disse: “Levantar-me ei e irei ter com o meu pai”. Ele não ficou raciocinando: “eu acho que será melhor ir para casa, pois certamente meu pai me dará do bom e do melhor”. Não, em primeiro lugar está a confissão dele: “Pai, pequei contra o céu e diante de ti.” Ele queria confessar o seu pecado e romper com ele.

Quando uma pessoa arrependida vem para Jesus Cristo, esta não é uma decisão de mudar de igreja ou, de ter uma vida melhor. É em primeiro lugar uma decisão no fundo do coração de deixar o pecado e amar o bem. É uma decisão de confiar em Jesus, recebendo-o como Salvador e de vi­ver para Jesus. É necessário as pessoas tomarem esta decisão no fundo dos seus corações.

3. A decisão de Daniel foi uma decisão perpétua

As decisões de grande alcance para o futuro são tomadas durante o período da mocidade. Daniel, ainda jovem, tomou uma de­cisão que definiu a direção e qualidade da sua vida futura. (Tanto no terra como na eternidade). Mais tarde parecia que esta decisão iria ocasionar a perda de um bom futuro e de excelente carreira profissional. Parecia que iria perder até os próprios ami­gos. É provável que no íntimo Daniel espe­rava por isso. No dia em que Daniel decidiu que não se contaminaria com a comida e com a bebida do rei, ele conscientemente se colocou ao lado de Deus de seus pais e do lado da educação espiritual que recebera, e, dos princípios de vida que havia recebido desde a mais tenra infância. A decisão de Daniel tinha um alcance maior ainda — a decisão colocou Deus do seu lado. A partir daquele momento notamos de forma bem nítida que Deus tinha tomado posição ao lado de Daniel. Deus tomou a vida de Daniel em suas mãos e fazia o possível e o impossível para Daniel. Foi dessa maneira que Deus lhe abriu as portas do sucesso. Deus sempre o protegia do mal. Deus revelou grandes mistérios a este homem. No momento em que Daniel prometeu ser fiel — Deus o prometeu também. Daniel decidiu  nunca abandonar a Deus — Deus fez o mesmo. Ele mesmo seria o guarda de Daniel.

Quais seriam as consequências da decisão de Daniel? Será que o rei iria permitir que Daniel vivesse de acordo com seus padrões espirituais? Este fato na história da vida de Daniel poderia muito facilmente se transfor­mar em um problema de consequências muito negativas, se Deus não tivesse agido rapidamente. No momento em que Daniel fez o pedido ao chefe das eunucos, Deus já tinha agido no coração do mesmo como ve­mos descrito em Daniel 1.9: “Ora, Deus concedeu a Daniel misericórdia da parte do chefe dos eunucos.” Apesar do medo das possíveis consequências o chefe deu a per­missão. Por um período de tempo seria feito um teste, o qual, deu vitória a Daniel.

Outro momento, no qual Daniel poderia ter perdido sua vida, foi no dia em que Na­bucodonosor estava furioso pelo fato de nenhum dos sábios ter adivinhado o sonho e seu significado. Tanta era a fúria do rei Nabucodonosor, que proclamara em todos os lugares a morte de todos os sábios e adivinhadores. Esta ordem foi um choque para Daniel e seus três amigos, porém Daniel teve fé em Deus. Ele foi ao rei e lhe pediu uma noite de tempo. Nesta noite, ele e os seus amigos oraram em conjunto. Na mes­ma noite o segredo foi revelado a Daniel em uma visão noturna. Deus veio ao encontro de Daniel, e lhe deu não apenas a vida, mas concedeu-lhe posição honrosa de profeta divino. Verdadeiramente Deus estava ao lado de Daniel desde o dia em que jurou ser fiel.

O quarto capítulo do livro, registra o sonho de Nabucodonosor. Uma grande árvore crescera e chegou a alcançar os céus. A árvore dava muitos frutos, os animais do campo se acomodavam na sua sombra, e os pássaros do céu sentavam nos seus galhos para descansar. Mas um anjo clamou com grande voz, dizendo: “Derrubai a árvore, e cortai seus galhos.” Deus mostrou a Da­niel, que o sonho significava a disciplina do julgamento de Deus para soberbo Nabuco­donosor. Durante sete anos o rei iria viver como um animal, comer capim com um boi, até que ele reconhecesse que Deus tem poder sobre os reinos e os dá a quem Ele quer. Daniel se colocou ao lado de Deus com seu juramento santo e juvenil — agora era Deus que se colocava ao lado de Daniel e lhe revelava estas grandes verdades. Foi dessa maneira que Daniel se comprometeu com Deus e através disso Deus se mani­festou grandemente na sua vida, com poder e bênção.

Outra oportunidade, na qual Deus se co locou ao lado de Daniel, foi quando o rei Belsazar dava uma festa para os seus 1000 mais poderosos. Deus se revelou a Daniel permitindo que ele entendesse o significado da mão que escrevera na parede. “Mene mene tequel uparsim.” Não somente isto, Deus moveu o coração da mãe do rei e ela deu este testemunho: “Daniel é um homem que tem o Espírito dos Deuses santos.” Deus deu um bom nome para Daniel. Em tempos de dificuldade as pessoas o procura­vam. Daniel sabia a mensagem divina para o rei bêbado e para todos os seus poderosos com as respectivas mulheres e amantes. Deus realmente estava ao lado de Daniel, a partir daquele grande dia, no qual de se comprometeu a ser um homem de Deus e não se contaminar.

A história de Daniel na cova dos leões é tun exemplo clássico. Mães e pais deveriam ler esta história repetidas vezes para os seus filhos. Cada pastor deveria lê-la muitas ve­zes e aprender dela, que, covas de leões não são tão perigosas como parecem. As pesso­as valorizam demais as covas dos leões. Cada pastor que for jogado numa destas covas logo vai perceber que a boca dos leões está fechada. Isto é assim pelo menos para aqueles que se assemelham com Daniel, eu pessoalmente me sentiria melhor no papel de Daniel — que tranquilamente recostava sua cabeça à juba do animal dormindo um sono gostoso; do que, no papel do rei. Pois o rei passou a noite inteira sem conseguir conciliar o sono por causa da consciência pesada e da falta de paz. Se Deus estiver ao teu lado, amado leitor, você não precisa temer nenhuma cova de leões. Aquele que é fiel como Daniel, está com Deus, e Deus o protege.

Não estou afirmando que um crente nunca precisará sofrer, nunca será persegui­do ou morto. Mas eu sei que isto apenas acontece quando a boa e adorável vontade de Deus o permitir.

Nós podemos nos apoiar na palavra de Deus: “…. Diz o Senhor: Longe de mim tal coisa, porque aos que me honram, honra­rei, porém aos que me desprezam serão des­merecidos” (1 Samuel 2.20). Lembremos o versículo predileto de Dwight L. Mood “Ora, o mundo passa, bem como a sua concupiscência; aquele, porém que faz a vontade de Deus permanece eternamente” (I João 2.17). Uma pessoa que faz a von­tade de Deus, pode se apropriar da pro­messa de Cristo que diz: “… eis que estou convosco todos os dias até a consumação do século” (Mateus 28.20). Uma palavra que precisamos levar em consideração e esta: “contentai-vos com o que tendes.” Porque Jesus mesmo falou: “Nunca te deixarei , e, jamais te abandonarei.” Pensando nisso tu­do, nós também podemos dizer — “O Se­nhor é o meu auxilio, não temerei; que me poderá fazer o homem?” (Hebreus 13.5-6)

Se me permitem, gostaria de dar um tes­temunho pessoal. Eu seria muito ingrato se não dissesse que o Deus de Daniel é o meu Deus. Em 30 anos de ministério ele andou comigo. Eu preguei de forma clara contra o pecado. Tive amigos, que me deixaram, por me considerar um extremista dogmático, fanático e de mente obstruída. Muitos me odiaram por causa da minha posição contra o pecado, contra os padrões meramente humanos, e contra o mundanismo. Mas agradeço a Deus que Ele sempre esteve co­migo. Minha caminhada sempre foi clara e feliz. Todas as necessidades foram satisfei­tas. Tive alimentação e vestimenta. Tive o privilégio de dar estudo para minhas filhas, pude espalhar o evangelho pela terra toda. Como o Deus de Daniel tem sido bondoso previdente e fiel para comigo. Eu me sinto muito feliz de estar do seu lado. Me sinto alegre de ter até ofendido pessoas para glorificá-lo; estou contente de ter me torna­do independente dos homens para esperar e depender em tudo de Deus. Ele é fiel, aque­le que deu sua palavra.

Quão feliz, quão abençoado, quão rico é todo aquele que faz o que Daniel fez. Ele fez um juramento solene — de colocar a sua vida de uma vez por todas do lado de Deus — Deus por sua vez colocou-se do lado da Daniel.

4. A decisão de Daniel foi uma opção por Cristo e pela salvação

Cristãos que não conhecem e Velho Testa­mento, as vezes pensam que o contendo dele é visceralmente oposto ao conteúdo do Novo Testamento. Quem lê o Velho Testa­mento de forma superficial, chega à con­clusão que os santos do Velho Testamento sabiam muito pouco ou nada a respeito da graça de Deus, da salvação, da morte expia­tória de Cristo e do Messias vindouro. Este pensamento é um grande engano. Pois, o Velho Testamento está recheado de declarações sobre a pessoa e a obra de Jesus Cristo. Cristo é o descendente da mulher, prometido em Gen. 3.15. Ele é profeta para o qual Moisés aponta em Deuteronômio 15.18, Jesus é o servo sofredor registra­do em Isaías capítulo 53. Ele é o Cristo morrendo na cruz clamando, apresentado no Salmo 22. Ele é Cristo o Filho de Deus, contra o qual as nações tramam conforme a predição de Salmo 2.

O cordeiro pascoal e todo sacrifício com derramamento de sangue são figuras de Cristo. O próprio altar, o castiçal de ouro, o pão da proposição, o altar de incenso, o trono da graça, e, o santo dos santos, são prefigurações de Cristo. Sim, Cristo está retratado até mesmo na prata, no ouro e na madeira, nas peles de cabras tingidas de escarlata, no linho branco, na organização e nos apetrechos do Santo dos santos e inclu­sive nos pátios do tabernáculo do deserto. O próprio Sumo sacerdote é uma figura de Cristo. Ele é o centro das inúmeras profe­cias do Velho Testamento. Os inconversos doutores da lei e os fariseus do tempo de Cristo; sabiam, que o Messias viria. Eles perguntaram a João o Batista, se ele era o Cristo. Eles sabiam, que Jesus seria filho da linhagem de Davi. Portanto, uma pessoa que tivesse um pouco de visão espiritual, ao observar todas estas coisas, metáforas e sinais sobre a pessoa de Cristo, o filho de Davi; sem dúvida, poderia reconhecer ante­cipadamente a mensagem espiritual da salvação.

Jesus disse: “Vosso pai Abraão alegrou- se por ver o meu dia, viu o e regozijou-se” (João 8.56). Abraão dissera para o seu filho Isaque “Deus provera para si, meu filho, o cordeiro para o holocausto; e seguiam am­bos juntos” (Gênesis 22.8). Isaías teve o privilégio de ver os nossos pecados sendo lançados sobre Cristo e, viu também os crentes sendo curados. Davi conhecia muito bem o sofrimento do Salvador na cruz. Ele descreve isto no Salmo 22 — do mesmo modo ele descreve a ressurreição no Salmo 16.10. (Este texto foi citado pelo apóstolo Pedro no dia do pentecoste – Veja atos 2.27). Se todos estes conhecimentos esta­vam a disposição de Daniel, seria muito admirável ele conhecer a Cristo o Salvador?

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Muitos segredos foram revelados a Daniel Depois de ele ter orado e confessa­do os seus pecados, Deus lhe revelou Seu pleno com o povo Judeu. Daniel descreve “O tempo de anos destinadas ao povo de Israel passariam 69 semanas de anos (cada qual com 7 anos), até a chegada do ungido.

Sete semanas e sessenta e sessenta e duas semanas” (Daniel 9:25). Jesus veio na hora determinada e certa. “Depois das setenta e duas semanas será morto o ungido, e já não estará” (Daniel 9:26). Deste texto podemos observar claramente que Daniel sabia que o Messias viria e que iria morrer. Foi ainda dado à Daniel que escrevesse tudo isto para a posteridade.

Uma parte do livro de Daniel foi escrito na língua aramaica. O aramaico é uma língua idêntica com a língua caldéia da Babilônia, Daniel 2:4 até Daniel 7:28 foi escri­to nesta língua para que os sábios babilônicos soubessem o tempo da vinda do Messias. Pessoalmente estou inclinado a crer que, os magos vindos do oriente para ver a Jesus (logo depois do seu nascimento), e lhe oferecer presentes; tinham lido este trecho do livro de Daniel. Em consequência disso sabiam que os anos tinham se cumpri­do e o salvador viria. Quando eles viram a estrela no céu — logo vieram para encontrá-lo.

Eu não sei o quanto Daniel sabia sobre o Messias vindouro. Ele não tinha um Novo Testamento em mãos como nós o ternos hoje em dia. Ele tinha muitas partes do Velho Testamento e pessoalmente tinha a revelação de Deus. Por isso ele tinha vasto conhecimento sobre o Salvador vindouro.

Tenho certeza, que Daniel se decidiu por Deus quando propôs no seu coração, não se contaminar. Também em nossos dias isto acontece. Tomemos por exemplo um acon­tecimento da vida do evangelista Sam Jones que nos anos 50 levou milhares de pessoas a Cristo. Ele não o faria com palavras refina­das e prédicas bem afiadas. Ele mesmo admitiu não ser um bom teólogo. Mas ele pregava arrependimento e volta para Deus. Muitas vezes se ouvia Sam dizendo: “Pa­rem com as vossas sem vergonhices”. Certa vez uma das suas mensagens foi imprimida, ao que um leitor reagiu escrevendo uma carta reclamando que Sam não havia expli­cado o plano de salvação completamente e nem de forma clara. Apesar de Sam Jones não ter tido a felicidade de expor o plano de salvação de forma bem clara, muitos eram salvos através do seu ministério. Quando em oração, eu meditava sobre este fato, cheguei à convicção, que nenhuma pessoa pode dar as costas ao pecado sem se voltar para Cristo. Cada conversão verdadeira e total, implica numa volta para Deus, na qual o coração deixa os pecados. E isto significa necessariamente fé e confiança na miseri­córdia e na salvação de Cristo. Possivel­mente Sam Jones não pregou o evangelho total naquela mensagem, mas, se ele conse­guiu mover as pessoas a tal ponto de odia­rem os seus pecados e temê-los; e, se a partir da mensagem as pessoas se converteram clamando pela misericórdia de Deus, então estas pessoas voltaram para Jesus Cristo e foram salvas. Ninguém vai ao in­ferno por falta de informação. As pessoas vão para o inferno porque não querem se converter. Quando as pessoas se convertem totalmente, Deus prepara um caminho pelo qual eles chegam a saber o suficiente a respeito de Cristo para serem salvas.

Uma sentença foi o suficiente para salvai a família do centurião Cornélio. Depois de um jejum, chorando e orando praticando boas obras, procurando a face de Deus e abandonando os pecados. Quando Pedro declarou: “Dele todos os profetas dão teste­munho de que, por meio de seu nome, todo o que nele crê recebe remissão de pecados” (Atos 10:43). A família, e todos que ali esta­vam foram salvos.

Com toda esta argumentação eu quero dizer que Daniel não estava longe de Deus, quando ele desviou o seu coração do peca­do e da impureza. Estou convicto que ele colocou a sua fé no Messias (até o limite da sua compreensão), o príncipe, cuja vinda mais tarde anunciaria. Creio que ele se apoiava na misericórdia de Deus e por isso recebeu o novo coração. As conversas vazias de reforma de costumes, sem uma conversão a Jesus Cristo são pura tolice.

Você quer preparar terreno para a obedi­ência às leis na tua pátria, você quer prepa­rar o terreno para a obediência dos filhos aos pais, obediência das mulheres aos mari­dos, respeito e obediência dos alunos em relação aos professores? Se você quer ver a tua pátria sobre um fundamento sólido, então pregue às pessoas o evangelho de Jesus Cristo. A decisão pela ordem e peta justiça é necessariamente uma decisão per Jesus Cristo. Não é possível separar uma vida reta de uma vida com Jesus Cristo, Verdadeira justiça só é possível mediante a aceitação da justiça de Jesus para mm vida. Daniel propôs no seu coração não se contaminar. Isto nos lembra Romanos 10:10, onde diz: “Porque com o coração se crê para a justiça, e com a boca se confessa a respeito da salvação.”

Eu te pergunto moço — forte, animado, e capacitado — você quer ser respeitável justo e de confiança? Então te peço, volte- se para Jesus Cristo e confie n’Ele. Pois ninguém pode verdadeiramente ser bom ou puro, se não recebe a Cristo no seu coração. Eu estou seguro que Daniel se dirigiu para Cristo, quando ele deixou do pecado. As­sim você o deve fazei’.

Eu te aconselho jovem mocinha — queri­da, simples, meiga e pura — eu espero que os teus olhos sejam sempre serenos. Eu espero que a tua consciência permaneça imaculada e que teu sono seja sem pertur­bação. Espero que você permaneça sendo uma pura e santa moça e que o continues sendo quando fores mulher. Mas eu advirto seriamente — verdadeira virtude, pureza e justiça experimentamos somente em Jesus Cristo. Rejeitar a Cristo leva para o pecado, para a derrota e para a condenação eterna. Mas, sincera conversão por Jesus Cristo, em inteira confiança e en­trega a Ele, é o único caminho para verda­deira justiça e pureza. Espero que diante de tal decisão não sorrias superficialmente. Igualmente espero que você não tome tal propósito sem verdadeira responsabilida­de. Eu aceito bons propósitos, porque nin­guém vai melhorar a vida se antes disso não fez o propósito de fazê-lo na presença de Deus. Quem nunca tenta melhorar, nunca vai melhorar. Quem nunca promete deixar o pecado, não vai deixá-lo. Sou a favor de bons propósitos para o ano novo e também sou a favor de promessas santas. Eu reco­mendo uma promessa solene.

Em uma tecelagem havia um cartaz com este dizer: “SE O TEU FIO SE EMBARAÇAR CHAMA MENTE O CHEFE”. Uma ria iniciou o trabalho e logo o seu fio se embaraçou todo. Ela fez todo o esforço possível durante muito tempo conseguiu desembaraça-lo. Ela chamou o chefe. Ao logo a acusou de não ter respeitado o aviso no cartaz. Ela respondeu: “Mas eu tentei fazer o melhor possível”. O chefe respon­deu: “Se você deseja realmente fazer o melhor possível então me chame de rei”.

Bons propósitos não são o suficientes. Não são confiáveis. Se você antes de tudo não tiver colocado a Jesus Cristo em pri­meiro lugar na tua vida, teus esforços serão em vão. Mas se você quer ser bom, Ele po­de te dar um coração bom, Cristo pode nos ajudar a querer vencer o pecado. Quando você então fizer as tuas santas promessas diante de Deus, quando você propuser no seu coração, o mesmo que Daniel propôs no seu coração; antes de tudo receba a Cristo como Salvador, confie nEIe e o ame, dependa dEle entregando a si mesmo em Suas mãos. Que Cristo seja o teu Salvador, agora e eternamente!

Dr. John R. Rice

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