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Zhang Fuheng

Em nossa Conferência sobre o Destino do Reino Israel-China (copatrocinada por Maoz e Revive Israel) que aconteceu recentemente, tivemos a honra de conhecer Zhang Fuheng, um dos cinco “pais” das igrejas domésticas na China. Aqui estão alguns trechos do que ele compartilhou conosco:

Parte um – Testemunho

Em 1979, fiquei muito doente. Eu não conseguia me mexer, exceto pela minha boca. Chorava quase todos os dias; cheguei até a amaldiçoar o dia do meu nascimento e a considerar o suicídio.
Havia muito poucos cristãos na China nessa época. Tinha um homem cristão que morava numa vila a certa distância, cujas filhas gêmeas foram levadas e vendidas à escravidão. Quando ele foi procurar por suas filhas (mas não as encontrou), ficou sabendo da minha doença e veio compartilhar as “boas novas” sobre a salvação comigo. Nesse momento, recebi uma nova esperança em meu coração.
Comecei a orar para ser curado. Orei dia e noite por uma semana. Nada parecia estar acontecendo. Certa manhã, acordei e vi que o cobertor estava no chão e percebi que eu devia ter me movido. Eu me sentei, saí da cama e desci as escadas. Todos ficaram chocados. Todos os que estavam em casa aceitaram o Senhor.
Na semana seguinte, abrimos a casa para contar às pessoas o que havia acontecido. Duzentas pessoas apareceram, incluindo cristãos das vilas ao redor. Desse grupo, 60 pessoas da nossa vila receberam o Senhor, e uma igreja doméstica se iniciou da noite para o dia em nossa casa.
Não tínhamos nenhuma Bíblia. Uma pessoa de outra vila me emprestou a “Bíblia” dele por um mês, que na verdade era apenas parte do Novo Testamento com alguns livros faltando. Não sabia o que fazer, então copiei à mão as Escrituras que tinham sido entregues a mim, antes que tivesse que as devolver.
(Recentemente, 40 anos depois, as duas filhas do homem que havia compartilhado o evangelho comigo foram localizadas e sua família restaurada.)

Parte dois – Igrejas Domésticas

Em 1949, Mao ordenou que todos os missionários e empresários estrangeiros saíssem do país. Os líderes cristãos locais foram presos. Os anos de 1949 a 1979 foram um período escuro com muito sofrimento. As pessoas choravam e oravam. Em 1979, o novo Secretário-geral Deng Xiaoping deu início à “Política de Portas Abertas” permitindo o retorno de algumas empresas e de uma medida de comércio livre.
Nessa época, havia dois tipos de igrejas: as que eram registradas pelo governo (as igrejas das “Três Autonomias”), e aquelas que não eram registradas, a maior parte delas nas vilas. Nós, nas vilas, não podíamos nos relacionar com as igrejas registradas. A sua estrutura parecia estrangeira e ocidental para nós, e antibíblica. Não sabíamos o que fazer; então apenas começamos a ler o livro de Atos. Lá encontramos todas as respostas. Sentimos que o novo movimento de igreja nas casas estava restaurando a tradição apostólica original.
(Nos últimos anos, tem havido muita reconciliação entre as igrejas registradas e as não registradas.)
Nós críamos em Atos 1.8 sobre receber poder e ser testemunhas de Jerusalém até os confins da terra. Tivemos fogo espiritual, curas e libertação de demônios. Viajei a muitas vilas, compartilhando meu testemunho. Dentro de 7 anos, dei início a 200 igrejas com um total de aproximadamente 30 mil membros.
Em 1983, veio uma nova onda de perseguição intensa. Eu não pude morar na minha vila natal por cinco anos, apenas ocasionalmente eu entrava escondido à noite para visitar meus pais. Os irmãos chineses mais velhos foram espalhados e perseguidos. O sofrimento tornou-se uma parte tão comum de suas vidas que alguns dos cristãos mais jovens que ainda não tinham ido para a cadeia começaram a orar: “Deus, por que eu ainda não fui preso? Estou em pecado? Há algo errado?”
Os líderes cristãos nas vilas eram espancados, baleados ou enforcados; muitos iam para a cadeia repetidas vezes; as mulheres eram despidas. Minha esposa costumava dizer de mim: “Meu marido tem o dom espiritual de ficar preso”. A maioria dos pastores não tinha Bíblia nem treinamento formal.
Da mesma forma que o evangelho se espalhou logo após a perseguição que veio na época da morte de Estevão, o primeiro mártir (Atos 8.1), isso também aconteceu conosco. Em 1979, havia 700 mil cristãos na China. Nosso movimento de igreja nas casas cresceu para 70 milhões de cristãos! É um crescimento de 100 vezes!

Parte Três – De Volta a Jerusalém

A igreja chinesa é a maior no mundo; o remanescente messiânico israelense é a menor. Contudo, nós os vemos como nosso “irmão mais velho”. Os primeiros apóstolos eram a raiz da qual saíram todos os ramos. Nós voltamos para vocês. Não estamos “sem esperança”, porque somos um na família de Jesus.
Por que os judeus sofreram tanto na história? Vocês são um milagre. A restauração de Israel é um ato de Deus; assim como a restauração do remanescente messiânico. Muitos turistas chineses vêm para Israel e, quando veem o que aconteceu, eles passam a crer em Jesus.
Houve um primeiro avivamento na China na década de 1920. Aqueles primeiros cristãos tinham uma visão de trazer o evangelho “de volta” dos confins da terra (China) para Israel. Eles se dedicaram ao movimento “de volta a Jerusalém”. Eles sentiam que tinham recebido vida eterna dos judeus e queriam devolver a eles a mesma graça.
Então, um grupo bem grande deles começou uma jornada a pé em direção a Jerusalém, indo primeiro para o extremo oeste da China. Porém, em 1949, depois que os comunistas chegaram ao poder, as fronteiras da China foram totalmente fechadas. Já que não podiam sair, eles estabeleceram uma comunidade na Província de XinJiang próxima à fronteira.
Esses jovens cristãos oraram por décadas com essa visão. Eles envelheceram. Quando nossos pastores receberam a mesma visão, viajamos para vê-los. Muitos já tinham morrido. Dissemos aos anciãos que nos receberam: “Tenham bom ânimo. Iremos à Arábia e a Jerusalém”. Eles choraram e nos abraçaram dizendo: “Agora, Senhor, teus servos podem partir”.
A igreja chinesa ama Jesus, ama Israel e ama os árabes. Hoje estamos aqui, abraçando vocês. Assim como o sol nasce ao leste, assim também esse avivamento voltará para Jerusalém.

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