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Um Amigo de Deus

Por: Henry Blackaby

Imagine a cena de um servo diante do seu senhor, recebendo ordens sobre o que deve fazer, e olhando nos olhos do senhor para responder: “Sinto muito, meu senhor, meus dons não estão nessa área”.

Quais são as implicações? À semelhança de muitos de nós, ele está desobedecendo ao seu senhor por causa do que percebe a respeito dos seus dons. Mas o dom vem depois da obediência. O dom sempre vem depois da tarefa designada. Quando Deus lhe dá uma tarefa, e você o obedece, ele o equipa para realizar o que lhe deu para fazer.

Jesus diz nas Escrituras que somos seus amigos quando fazemos tudo que nos ordena. No entanto, há muitas pessoas que querem ser amigas de Deus dentro de uma esfera muito limitada de obediência. Você está pronto para fazer tudo que ele lhe ordenar? Jesus disse: “Vós sois meus amigos se fazeis o que eu vos mando. Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor: mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho dado a conhecer” (Jo 15.14,15).

É Deus quem está em missão, e é essencial que você comece um relacionamento com ele a partir de um encontro onde entrega tudo na sua vida para segui-lo. Este é o começo. Depois vem o processo onde ele trabalha no seu caráter para adequá-lo à tarefa que lhe dará. Para isso, você será levado por experiências da vida real para provar se seu coração é verdadeiro, mesmo quando suas ações não são.

Davi foi chamado um homem segundo o coração de Deus. Você pode perguntar: Como podia ser um homem segundo o coração de Deus quando cometeu pecados tão graves? Deus sabia que o coração de Davi era totalmente genuíno. Quando ele pecava, imediatamente voltava-se para Deus e nunca se queixava das disciplinas que recebia por causa do seu pecado. Um amigo é alguém que tem coração firme para com Deus. E Deus confia aos seus amigos os mais profundos tesouros do Reino.

Que espantosa esta amizade com Deus que nos foi confiada! Ele coloca em nossas mãos as chaves do seu Reino. O Mestre não entrega tais tesouros àqueles que não são confiáveis. Ele lê o seu coração. Jesus disse: “Vocês não me escolheram, fui eu que os escolhi. E estou aguardando sua obediência. Mas a obediência nunca virá se não me amarem e me conhecerem. Meu Pai vem trabalhando no seu coração todo esse tempo para levá-los a me conhecerem de modo íntimo e profundo. Eu sou o Senhor ressurreto, triunfante e soberano.”

Deus prepara você através de tratar com seu coração, não com suas habilidades ou atividades. A chave para servir a Deus não é seu conhecimento de tudo; é seu conhecimento dele. Ele pode transcender qualquer coisa, em qualquer momento, em qualquer lugar, contanto que esteja em controle do seu coração. Se obedecer ao Senhor, ele gerará muito fruto em sua vida. Se permanecer na videira, que é Cristo, você produzirá muito fruto (veja João 15).

Quando Jesus enfrentou o mais significativo encargo da sua vida, ele chamou três amigos para estarem com ele. Começou naquela ocasião crucial do Monte da Transfiguração, logo depois que anunciara que iria para a cruz. Deus agora estava conduzindo Jesus, junto com seus discípulos, para esse ponto no tempo que mudaria o curso da eternidade. Nunca houve um momento que se igualasse com aquele. E a intensidade do Monte da Transfiguração se revelava no fato de que não só o próprio Pai fez questão de estar ali, mas que também trouxe Moisés e Elias. A intensidade de carregar esse fardo do mundo era tão pesada que o Pai trouxe mais recursos e Jesus trouxe três dos seus discípulos. Havia três que ele pôde levar junto consigo mais adiante do que seria possível com os demais.

Eu me pergunto se, hoje, por conta do enorme fardo deste mundo em ruínas se aproximando da volta do Senhor Jesus, a intensidade do coração de Deus não está chegando ao ponto em que ele procura angustiado por quem possa levar à parte, para estar ao seu lado, enquanto carrega tamanha carga. Quero sugerir que nunca haverá um lugar para onde você possa acompanhá-lo no qual ele não estará carregando o fardo de todas essas pessoas no mundo. Ele simplesmente pede que o acompanhe. Você nunca terá um fardo equivalente ao dele. Mas, para cada um de nós, pode haver aquele momento intenso quando percebemos que Jesus está carregando a redenção do mundo; que ele está procurando pessoas que não foram distraídas do alvo principal, cujos corações foram tratados a ponto de poder chamá-los de amigos. Estes são os corações que ele leva um pouco mais adiante que os demais.

Agora, como alguém observou, nesse momento tão intenso no Monte da Transfiguração, é comum concentrarmos nossa atenção nos homens. Enfatizamos o fato de que os três discípulos adormeceram (Lc 9.32). Podemos usar um sermão inteiro para falar como os três dormiram e passar por cima da intensidade desse momento na redenção do mundo. Eu me pergunto se é possível que o Senhor Jesus os tenha deixado dormir porque não tinham capacidade ainda de carregar o que teriam visto e ouvido. Se tivessem ouvido toda a conversa entre Jesus, Moisés e Elias, talvez teria sido demais para eles. Seria como aquele outro momento em que Jesus lhes disse: “Tenho tantas coisas a mais para lhes dizer, mas vocês não o suportariam agora. Vamos ter de esperar para depois da cruz, da ressurreição e da ascensão, quando o Espírito Santo lhes abrir o entendimento”.

Assim, naquele portentoso momento na história, sentindo o peso esmagador do mundo inteiro, Jesus procurava por três amigos que, pelo menos, pudessem estar ali junto com ele.

Será que num momento como esse ele convidaria você? Posso fazer a pergunta de forma mais significativa ainda: Será que já o convidou? Ele quer ir para o mundo, a lugares onde a redenção de pessoas está em jogo. É como se o estivesse levando ao Monte onde o Pai, a lei e os profetas, todos estão dizendo: “Estou prestes a redimir e libertar as pessoas escravizadas no pecado. Mas não quero carregar esse fardo sozinho. Você irá ali comigo?”

Você crê que Deus quer trazer avivamento para o seu país? Há uma figura que aparece tanto no Velho como no Novo Testamento, que convém lembrarmos aqui. É a figura da mulher que está para dar à luz. A Escritura diz que até o momento do parto há dor e sofrimento, mas depois, grande júbilo e regozijo. Muitos querem viver na dimensão do regozijo antes do nascimento do avivamento. Será que não há alguns que possam carregar a dor e o sofrimento necessários para dar à luz? Não podemos acompanhá-lo enquanto ele carrega o fardo de nações inteiras, destruídas pelo pecado, no seu coração? Será que ele pode confiar em nós para permanecer ali ao seu lado só um pouco mais; para ir só um pouco além do que os outros se dispõem a ir; para ouvir o que os outros não ouvem; e para experimentar o que os outros não podem experimentar? Ele precisa de nós porque esse é o momento em que dará à luz a redenção de um povo. Você é um amigo de Deus?

Henry Blackaby é autor de vários livros (“Experiências com Deus” entre outros). Esta mensagem foi traduzida de um artigo no site:http://articles.christiansunite.com/index.shtml.

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