Compreenda e abrace o
caminho que Jesus trilhou

O fruto do Espírito é o amor

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por Andrew Murray

Deixe que o amor seja o teste que prove todos os nossos pensamentos a respeito do Espírito Santo e da nossa experiência de santidade. Você já percebeu que quanto mais o Espírito Santo controla sua vida, mais amoroso você se torna?

Este deveria ser o primeiro objetivo da nossa expectativa. O Espírito Santo vem como um Espírito de amor.

Se isso fosse verdade em toda a Igreja de Cristo, quão diferente seria sua condição! Que Deus nos ajude a compreender essa verdade simples e celestial: à medida que o Espírito Santo toma posse real da vida, o coração é preenchido com amor real, divino e universal.

Lembre-se: Deus, que é a fonte do Espírito, é amor. O amor não é meramente um atributo de Deus, mas a essência dele. Uma vez que o Espírito Santo vem como o Espírito de Deus, ele só pode vir como Espírito de amor.

O que é o amor? O que faz com que o amor se destaque como algo único e distinto? A resposta está em 1 Coríntios 13: o amor “não procura os seus interesses” (v.5). O amor se preocupa com os outros. O amor anseia por estar à disposição do objeto de seu amor e abençoar essa pessoa.

Diante disso, era absoluta a necessidade de que Deus tivesse um Filho a quem pudesse comunicar a si mesmo e com quem pudéssemos ter comunhão. Pois Deus é amor. O Espírito Santo é igualmente uma Pessoa com papel essencial no processo de transbordamento e intercâmbio do amor divino.

O Espírito Santo é a própria vida da divindade. Quando ele vem a nós, ele vem como Espírito de amor.

Deus é amor, não apenas de Pai para Filho, mas por meio de Cristo, Deus criou o mundo para que ele pudesse derramar nele seu amor e dar a todas as suas criaturas o máximo de amor que cada um fosse capaz de receber.

Deus criou anjos e homens que pudessem desfrutar da comunhão com ele, seu amor permeando e enchendo-os completamente.

Quando o homem caiu, quando o pecado obscureceu esse amor de Deus no homem, o que Deus fez? Ele deu seu próprio Filho para morrer a fim de restaurar essa comunhão.

Para um mundo caído, Deus deu seu Filho de uma nova forma – no corpo, para provar-lhe o poder do seu amor. E com seu Filho, ele deu sua vida, sua alegria, sua glória, sua santidade, seu poder e sua bênção. Em Cristo, ele deu tudo o que tinha.

O pecado veio e destruiu o amor. Como foi fácil Adão culpar sua mulher!Como foi rápido que Caim matou Abel!Em quão pouco tempo o mundo se encheu de maldade! Desde aquele triste começo, o mundo se encheu de divisão e conflito, de pecado e injustiça.

O amor desapareceu. Pode ter havido belos exemplos de amor, mesmo entre os pagãos, mas apenas como um minúsculo remanescente daquilo que se perdeu. A pior coisa que o pecado fez foi tornar o homem egoísta, pois o egoísmo não consegue amar. O egoísmo pode fazer algo que é chamado de amor. Pode me levar a amar alguém que me agradou que me faça mais feliz, mas isso não é amor verdadeiro. O verdadeiro amor altruísta que ama o indigno e o indesejável– isso, o pecado destruiu.

Jesus – a manifestação do amor divino

A fim de trazer esse amor de volta a nós, Jesus veio. Ele veio como manifestação do amor divino. Nós lemos que antes que ele fosse crucificado, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim” (Jo 13.1).

A vida de Cristo com seus discípulos foi uma vida de amor. Sua influência foi pessoal. Todo o seu relacionamento com os doze foi um relacionamento de amor. Ele queria que os discípulos aprendessem a amar. Perto do fim de seu tempo juntos, ele lhes disse: “Um novo mandamento eu vos dou, que vos ameis uns aos outros…” (Jo 13.34).

Esse mandamento era diferente de todos os outros e, ainda assim, continha todos eles. Foi um novo mandamento que somente Cristo poderia dar, porque foi ele que revelou esse novo amor e que o colocaria no coração do homem ao enviar seu Espírito.

Com base na promessa de enviar o Espírito Santo, ele disse:Amai uns aos outros. “Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros” (Jo 13.34,35)

Dois capítulos depois, nós o ouvimos novamente:O meu mandamento é este: que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei” (Jo 15.12). Em sua grande oração sacerdotal ele orou:“A fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti… para que o mundo conheça que tu me enviaste e os amaste, como também amaste a mim” (Jo 17.21-23).

O mundo deve conhecer o amor de Deus em Cristo por causa do nosso amor uns pelos outros. A grande marca do crente é que ele ama.

Quão pouco o mundo compreende isso; quão pouco até mesmo a Igreja o entende. Quão pouco é pregado ou experimentado na prática o fato de que o amor é realmente o elemento principal que todo crente deve buscar intensamente. Quão poucos crentes dizem diante de Deus: “Tu sabes que eu oro por uma coisa. Enche-me com amor. Eu busco uma coisa. Como posso ser cheio de amor?”.

O Senhor Jesus veio trazer o amor de volta ao mundo. Ele fez isso quando morreu no Calvário. Sua morte foi o triunfo e a revelação do amor. E agora ele nos chama a habitar e caminhar no amor. Ele exige que, embora alguém nos odeie, nós, ainda assim, devemos amá-lo.

O verdadeiro amor não pode ser conquistado por nada no céu ou na terra. Quanto mais ódio houver, mais o amor triunfa em tudo e mostra sua verdadeira natureza. Este é o amor que Cristo ordenou que seus discípulos demonstrassem.

João, em sua primeira epístola,escreve que Cristo entregou sua vida por nós; portanto, nós devemos dar nossa vida pelos irmãos (1 Jo 3.16). Quão poucos entendem isso!

Olhe para os discípulos. Quantas vezes havia dissensões entre eles! Mais de uma vez, discutiram sobre quem deveria ser o maior no reino.

Havia orgulho em razão da ausência de amor. O amor é humildade. O amor diz: “Eu só existo para ser uma bênção para os outros”. O amor não pode ser egoísta, mas ama como Jesus amou. O exemplo dos discípulos nos permite ver o que é a natureza humana e quão incapaz ela é de uma vida superior, de ter amor como o de Cristo enquanto o Espírito Santo não vem.

O Espírito Santo traz o amor do céu ao homem

Após Jesus ter revelado o amor na Terra e ter finalizado o trabalho redentor do amor, o Espírito Santo veio dos céus a fim de trazer o amor dele ao nosso coração.

Nós devemos pensar sobre o Pentecostes como um evento que trouxe a própria vida e amor de Jesus para o coração de seus discípulos. Dessa forma, Pedro pôde falar inspirado pelopróprio Espírito de Jesus.

Os discípulos aprenderam não apenas a amar uns aos outros, mas também a amar seus inimigos. Nós falamos a respeito da coragem deles em razão da falta de ousadia que demonstraram pouco antes, mas foi o amor redentor de Cristo que tomou posse deles, superando seus temores.

Esta não foi a única transformação. Em Atos 2 e 4, nós lemos que os crentes eram um em coração e alma. Durante os três anos em que caminharam com Cristo, eles nunca haviam experimentado isso.

O mesmo Espírito Santo que trouxe amor do céu para encher o coração deles pode nos encher também. Nada menos que isso resolverá nosso dilema. Assim como Cristo fez, alguém pode pregar o amor por três anos com a língua dos anjos. Mas isso não ensinaria ninguém a amar, a menos que o poder do Espírito Santo viesse sobre ele para trazer o amor do céu ao seu coração.Se esperarmos no Espírito Santo e nos rendermos, ele nos encherá do amor de Deus. Veja isto em Gálatas 5.22: “O fruto do Espírito é o amor…”.

Amor – a coroa de todas as graças

É na nossa vida e conduta diária que o fruto do Espírito é amor. Do amor vêm todas as graças e virtudes nas quais o amor se manifesta – alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade. Não haverá aspereza ou dureza em seu tom se você tiver amor, nem falta de gentileza ou egoísmo em sua resposta aos outros. Em vez disso, haverá mansidão diante de Deus e do homem.

Alegria, paz, longanimidade, gentileza, bondade – estas são as virtudes mais brandas. Os crentes são exortados em Colossenses 3.12 para se revestirem deternos afetos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade”. A maioria de nós,no lugar de Paulo, teria enfatizado as virtudes mais viris– zelo, coragem, diligência –, mas precisamos ver como as virtudes mais suaves e femininas também só podem ser geradas com a dependência do Espírito Santo.

Estas são de fato graças celestes. Nunca foram encontradas no mundo pagão. Cristo precisava vir do céu para ensiná-las.

Sua bem-aventurança é longanimidade, mansidão e bondade; sua glória é a humildade diante de Deus. O fruto do Espírito, que ele trouxe do céu, do coração do Cristo crucificado, e que ele gera em nosso coração, é, em primeiro lugar, o amor.

Se isso for verdade, nosso grande anseio deve ser compreender plenamente essa revelação: se quisermos ter o Espírito Santo habitando em nosso interior, precisamos nos entregar, negar a nós mesmos e viver a vida de amor.

Quão lamentável tem sido a falta disso: pense nas divisões na Igreja. As verdades mais preciosas, dadas por Cristo para nos unir, foram transformadas em barreiras ou separação.

Pense na Ceia do Senhor – as terríveis disputas sobre o significado das simples palavras: “Este é o meu corpo”. O que nos foi dado para ser um vínculo de união tornou-se um emblema da separação. Que tragédia! Quão pouco a beleza divina, a supremacia divina do amor tem sido vista. Nossas doutrinas, nossos credos têm sido mais importantes que o amor. Nos nossos dias, até mesmo o batismo do Espírito Santo tornou-se uma causa de separação.

Vamos aprender a não esperar que todos pensem ou se expressem da mesma forma. Que nosso primeiro cuidado seja exercer amor, gentileza e bondade.

Frequentemente, pensamos que somos valentes pela verdade, esquecendo que a Palavra de Deus nos ordena a falar a verdade em amor. Quantas vezes ouvimos que, mesmo nos campos missionários, há divisões e frieza entre os que trabalham para Deus. Por causa da diferença de temperamento ou opinião, entramos em desavenças e ciúmes, e o amor se esfria. Que tristeza que cristãos dedicados, que abandonaram tudo por Cristo, nunca tenham aprendido o mistério do amor!

Não ocorre o mesmo em casa? Não é frequente nos círculos em que nos reunimos, nos conselhos da igreja e nos comitês, nas missões e associações, a falta desse amor entre os companheiros de trabalho, que é a verdadeira marca da presença do Espírito Santo? Não há muitas vezes julgamentos severos, críticas e condenações, tudo porque não se permitiu que o amor de Cristo tomasse posse completa? Mesmo na família, não há muitas vezes explosões de temperamento e recriminação? Infelizmente, não aprendemos a amar, nem mesmo a considerar o amor como o principal fruto do Espírito.

Precisamos aprender a tomar essa palavra como o verdadeiro teste da vida no Espírito. Todo o nosso desejo de ser cheio do Espírito deve centrar-se aqui, em ter o “eu”dominado na disposição e na humildade e em ter o amor de Deus e de Jesus como a essência da nossa vida.

Eu quero conduzi-lo para a vida em que o amor é supremo, em que o amor o faz inclinar-se em humildade tão profunda que, aonde quer que vá e seja o que for que as pessoas façam, você dirá: “Com a ajuda de Deus, eu devo amar!”.

Levemos toda a nossa vida ao espelho da Palavra de Deus. Quando tivermos olhado atentamente para ela, olhemos para nós mesmos e digamos: “Ó Deus, peço-te tantas vezes para encher a tua igreja com o Espírito Santo. Será que eu mesmo já fui cheio do Espírito do amor?”.

Provamos nosso amor a Deus amando nosso irmão

João diz:Ninguém jamais viu a Deus; se amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós…” (1 Jo 4.12). Ele está dizendo: “Embora não possa ver Deus, em compensação, posso ver o meu irmão e, se eu amá-lo, Deus habitará em mim”.

Isso é realmente verdade? Sim, amar o meu irmão é o caminho para a verdadeira comunhão com Deus.

João prossegue a nos dar um teste muito solene: Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê(1 Jo 4.20).

Imagine um irmão, uma pessoa pouco amável. Ele o perturba toda vez que o encontra. A disposição dele é exatamente contrária à sua. Você é um homem de negócios meticuloso; ele já é muito relaxado e displicente. Você diz: “Eu não posso amá-lo”.

Meu amigo, você não aprendeu a lição que Cristo queria ensinar acima de todas as outras. Não importa como ele é, você precisa amá-lo. O amor é o fruto do Espírito que deve ser manifestado o dia todo e todos os dias.

Você pode enganar a si mesmo com belos pensamentos sobre amar a Deus, mas é necessário provar seu amor a Deus amando seu irmão. Esse é o único padrão que Deus usará para avaliar seu amor por ele.

Se o amor de Deus estiver em seu coração, você amará seu irmão. “O fruto do Espírito é o amor.”Depois de permitir que o Senhor controle sua vontade, a primeira coisa de que precisa, se quiser ser cheio do Espírito no sentido real e pleno da palavra, é dispor seu coração e vida para ser preenchido com o Espírito do amor.

Nada pode capacitá-lo a viver uma vida de amor a não ser a plenitude do Espírito Santo. Os dois mandamentos da Bíblia são inseparáveis: “Enchei-vos do Espírito” e “O fruto do Espírito é amor”.

Se um homem deseja ter o fruto de uma macieira, ele precisa plantar uma macieira. Se quiser amor em sua vida, você precisará do Espírito. Para obter a fruta, é preciso ter a árvore.

Como se pode ficar cheio do amor de Deus? Encha-se do Espírito. Venha com a humilde confissão de sua falta de amor e até do desejo de ser cheio de amor.

Talvez, em orgulho e egoísmo, você tenha buscado o poder do Espírito Santo em seu trabalho. No entanto, você não se entregou a ele para ser cheio, em primeiro lugar, de amor, gentileza, humildade e mansidão.

Venha e faça confissão, deixe Cristo purificá-lo de egoísmo, orgulho e falta de amor. Busque ser cheio do Espírito a fim de ter uma vida diária de humildade e amor, e você receberá o poder do Espírito para o serviço também.

– Do livro Andrew Murray’s Ministry At Moody (O ministério de Andrew Murray em Moody)

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