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Ministério ao Senhor para a Igreja Hoje

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Por Eduardo Ávila

No livro de Atos,  podemos notar a preocupação dos apóstolos com a oração e o ensino da Palavra (At 6.1-7). Ocorria que eles estavam se amarrando com as necessidades do povo, o que os impedia de   ministrar diante do Senhor. Percebendo que corriam o risco de sair do propósito para o qual Deus os havia chamado, tomaram a decisão de se dedicarem exclusivamente  à oração e  ao ministério da Palavra. Os apóstolos sabiam que precisavam ouvir Deus, e que estar diante dele era a chave para descobrir a direção do Espírito Santo para a Igreja.

Infelizmente, hoje a Igreja perdeu a consciência dessa necessidade. Os líderes se envolveram com muitas atividades da igreja – programas, compromissos, agenda – e correm para cá e para lá como bombeiros, visitando um, atendendo outro , tentando manter ordem e paz a todo custo. O resultado é que não conseguem tempo de qualidade  diante do Senhor. Não seria  errado dizer que os problemas dos pastores não são causados pela igreja ou pelo povo, mas por eles mesmos,  uma vez que o sacerdote foi chamado para ministrar ao Senhor, para   tirar tempo diante dele com orações, intercessão e lágrimas, a fim de  ouvir de Deus sobre os seus planos e propósitos.

Creio que todo ministro deve ter  seu altar individual, condição imprescindível para manter comunhão pessoal com Deus. Além disso,  creio  que neste século Deus pretende agir e fazer as coisas de modo bem diferente do que foi feito no século passado. Haverá um novo momento para a vida do Corpo, mas, para que isso aconteça,  a Igreja precisa entrar em conselho com Deus, e ministrar  ao Senhor. Essa é a porta para a  mudança de ambiente que precisa vir.

Testemunho de Oração Coletiva

Ao longo dos últimos dois anos, temos tido uma experiência significativa no que diz respeito à  oração coletiva. Reunimos cerca de quinze pessoas com disponibilidade e tomamos a decisão de nos encontrar duas manhãs por semana para buscar a Deus. Concordamos que daríamos total prioridade a essa reunião, que evitaríamos qualquer outro compromisso nesse horário e estaríamos diante do Senhor durante toda a manhã, sem preocupações, sem preconceitos e com corações abertos.

Bendita hora em que tomamos essa decisão! Coisas radicais mudaram na vida pessoal dos ministros e na igreja como um todo. Embora possamos regozijar-nos com tantos feitos do passado, jamais tínhamos tocado no que estamos experimentando hoje.

Somos sete pastores, e todos participamos dessa reunião de ministério ao Senhor. Outrora a palavra liberada para a igreja estava sujeita ao arranjo da equipe pastoral ou à escala para as reuniões. Hoje nenhum deles prega mais o que bem entende nem o que acha interessante em sua busca pessoal; tampouco obedecemos a uma escala preparada para os pregadores cumprirem. Notadamente, o ministério ao Senhor trouxe uma nova relação com a Palavra. Ao conversarmos e orarmos nessa base, o Espírito de revelação se faz presente e comunica uma mesma coisa a todos.

Além disso, a liderança não fica restrita a um dom, mas passa a ter como base o discernimento sobre  quem o Espírito Santo está liberando a direção para a igreja. Na verdade, qualquer um de nós poderia pregar e a palavra seria a mesma, pois juntos encontramo-nos com Deus e ouvimos a mesma coisa. Ali entregamos nossas convicções pessoais para dar lugar ao Espírito agindo no Corpo. Hoje procuramos deixar pregar aquele que tem peso do Senhor no coração por aquilo que estamos conversando, orando e recebendo do Senhor.

Aspectos Práticos

Conhecemos alguns grupos no Brasil que estão praticando o ministério ao Senhor como premissa para a restauração da Igreja, e o testemunho é muito semelhante. Gostaria de fazer algumas considerações para que a questão do ministério ao Senhor torne-se o mais prática  possível:

1 – O ministério ao Senhor requer um tempo específico  para buscar a Deus em conjunto com várias pessoas que têm dons diferentes. Deus está cansado do homem roubar a sua glória e pensar que pode fazer tudo sozinho. Nas últimas décadas, Deus está procurando trazer a Igreja para a linguagem do Corpo e creio  que o  grande desafio nos próximos anos é encontrar-se com Deus coletivamente.

2 – O alvo do ministério ao Senhor é encontrar  a mente do Espírito e, para isso, precisamos dispender  tempo suficiente  diante do Senhor. Quando começamos a orar, geralmente temos muita dificuldade em nos libertar de pensamentos, emoções e preocupações que turbam nossa alma. Temos que permanecer o tempo que for necessário diante do Senhor para realmente conseguirmos tirar nossos pés da terra e adentrarmos os céus. Tentar praticar um ministério ao Senhor distraído ou ocupado com outras coisas é pura perda de tempo. É preciso buscar a Deus com persistência e perseverança, até nos libertarmos de nós mesmos e daquilo que nos cerca. Durante esse tempo, é preciso conversar, orar e voltar a partilhar e conferir uns com os outros para saber onde está a mente do Espírito naquilo que conversamos e oramos.

3 – O ministério ao Senhor é exercido  em uma atmosfera de oração e concordância, e cada um contribui dando o melhor de si, aplicando-se diligentemente, lutando e ministrando diante do Senhor. Não podemos estar numa reunião como essa  sem orar, sem participar. É importante  cada um dar  a sua contribuição, pois o  a seguir é em conjunto. Esse ministério não se resume a  orar pelo povo ou por suas necessidades, mas envolve oração intensa  sobre as necessidades de Deus para o seu povo e  sobre o seu plano profético para a igreja. Não é colocar os nossos planos diante de Deus e pedir que ele abençoe; é estar diante de Deus perguntando o que ele quer! Uma reunião de oração comum intercede; o ministério ao Senhor busca direção. Depois de  sabermos a vontade de Deus, oramos todos na mesma direção: “Faze isso, Senhor, queremos isso, Senhor! Venha o Teu reino e seja feita a Tua vontade na Terra”.

4 – O ministério ao Senhor tem as suas diretrizes, mas a liderança é do Espírito Santo. Sempre conversamos com base na Palavra de Deus, pois o ministério ao Senhor requer a base da Palavra para funcionar. Não é debate de idéias, ponto de vista ou estudo bíblico. A busca é pela concordância. Partilhamos o que temos no coração e conferimos uns com os outros. Há que se prestar atenção em duas coisas: na direção individual do Espírito Santo e na direção do Espírito Santo aos demais que estão ali. É preciso também aprender a discernir os “silêncios”. Algumas vezes, significam  apatia, frieza e morte; outras  vezes, que  Deus está falando ao coração. Quando nada está acontecendo, é preciso orar e orar. Ore por você, pela igreja, pelos líderes, mas ore! Lute e se aplique até Deus aparecer. Nem sempre Deus irá aparecer conforme nós esperamos, mas a diligência mostrará  o caminho para o trono.

Creio que estamos vivendo um momento profético, que precederá   a Segunda Vinda de Jesus, e muitas coisas do Espírito serão liberadas nos próximos dias. Notoriamente, a Igreja precisa de mudanças profundas e radicais em suas bases. Tudo o que precisamos deve partir do trono de Deus. Com base naquilo que temos experimentado, ainda que em pequena escala, posso afirmar quão importante é o papel da oração coletiva como prática para a Igreja caminhar com Deus nessas mudanças.

Eduardo Ávila da Silva é um dos pastores da Igreja Bíblica Evangélica em Botucatu, SP, e é responsável pelo Ruach Ministries International (www.ruach.com.br).

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