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Por: Elmer G. Klassen

Um homem que influenciou muito o seu país e o mundo, e que teve grande impacto sobre o crescimento da igreja, foi Charles Finney, que ministrou em meados do século 19. Desde sua dramática conversão em 1821 até sua morte em 1875, Finney viajou como evangelista e avivalista nos Estados Unidos e na Inglaterra, pastoreou, lecionou como professor de teologia sistemática, promover ações sociais, publicou seus sermões, escreveu livros sobre avivamento e teologia, e serviu como Presidente da Faculdade Oberlin.

Se Jonathan Edwards foi o teólogo mais destacado do século 18, certamente Charles Finney o foi no século 19. Os dois expressaram a fé cristã com integridade intelectual e poder, e dramaticamente mudaram e moldaram o curso posterior da história religiosa e social do seu país.

A compreensão que Finney tinha do evangelho é bastante distinta do evangelho pregado na maioria das igrejas evangélicas hoje. Pode ser esta a razão por que 85% das pessoas que professavam conversão nas reuniões de Finney permaneciam fiéis ao seu compromisso, enquanto hoje pode ser menos que 10%.

Poderia nos fazer bem considerar em que maneiras nossa pregação hoje se difere da pregação de Finney, para que sejamos mais frutíferos no nosso ministério. Gordon Olson estudou a teologia e metodologia de Finney por 50 anos, e destacou sete pontos principais na sua pregação, que sintetizamos a seguir:

Primeiro, Finney insistia que salvação compreendia a completa transformação de toda a personalidade em relacionamento com Deus. Uma condição de salvação era que se deixasse todos os pecados com arrependimento.

Segundo, uma transformação de personalidade envolve a mudança de uma condição de egoísmo para um amor ativo e dinâmico para com Deus e os semelhantes.

Terceiro, as pessoas eram ensinadas exatamente o que significa salvação, e quais seus requerimentos, e concedia-se-lhes tempo, sob a influência do Espírito Santo e da verdade do evangelho, para que “buscassem a Deus por si mesmos, até que tivessem uma consciência direta de ter tido um encontro significativo com Deus, com uma plena segurança de terem confessado todos os pecados de que tivessem lembrança, e de terem sido gloriosamente perdoados através de uma entrega em fé baseada na morte expiatória de Cristo”.

Quarto, Finney pregava que o pecado é sempre uma ação voluntária, uma decisão errada da nossa vontade, e que deveria ser distinguido de depravação física. Os pecadores precisam de uma mudança moral, e não de uma mudança física, para serem salvos.

Quinto, ele enfatizava que é necessário alcançar o entendimento da pessoa, ou do contrário uma verdadeira e duradoura conversão não aconteceria. Finney era um homem de sentimentos, imaginação, e emoções profundas, e por isto estava sempre vigilante para limitar quaisquer excessos emocionais nas suas reuniões.

Sexto, insistia que muita oração e operação do Espírito Santo eram essenciais para apresentar a verdade à mente das pessoas.

Sétimo, quando era atacado ou condenado, Finney se recusava a revidar, condenar, ou entrar em qualquer tipo de controvérsia, já que isto iria inibir ou até mesmo destruir qualquer avivamento ou obra do Espírito que estivesse em andamento.

Como Não Converter

No lado oposto, Finney também tinha oito formas de pregar para que ninguém se convertesse. Eram:

1. Que sua suprema motivação seja alcançar popularidade ao invés de salvação.

2. Estude e prepare-se de forma a agradar sua congregação e fazer uma reputação no lugar de agradar a Deus.

3. Procure temas populares, do momento, e sensacionalistas, a fim de atrair as multidões, e evite as doutrinas essenciais da salvação.

4. Denuncie o pecado no abstrato, mas passe por cima dos pecados que prevalecem na sua congregação.

5. Pregue sobre a beleza da virtude e a glória do céu, mas não sobre a maldade do pecado.

6. Reprove os pecados dos ausentes, mas faça com que os presentes sintam bem consigo mesmos, para que gostem do sermão, e não vão embora ressentidos.

7. Transmita a impressão para os membros mais mundanos da igreja que Deus é tão bondoso, que não mandaria ninguém para o inferno, mesmo que o inferno realmente existisse.

8. Pregue a Paternidade universal de Deus, e a irmandade dos homens, de forma que não se sinta nenhuma necessidade de um segundo nascimento.

Antes do Final do Milênio

Finney era de fato um destacado evangelista, avivalista, pastor e teólogo. Ele pode também ter sido um profeta que vê as coisas que estão por vir. Mais de cem anos atrás, sua preocupação era que antes do final deste milênio a igreja se tornasse uma igreja de oração. Neste assunto, ele disse:

“Estou convencido de que nada em toda a religião cristã é tão difícil, e tão raramente alcançado, que um coração disposto para orar. Sem isso, você é tão fraco quanto a própria fraqueza. Com isso, é irresistível. Alguns podem achar que isso é algo estranho, ou que tem forte cheiro de fanatismo. Mas eu te digo, antes da vinda do novo milênio, a igreja terá que virar uma nova folha, e terá de aprender lições novas sobre o assunto de oração. Lembre-se disso.

“Quando penso como você quase certamente perderá o pouco do espírito de oração que tinha, e sairá do seminário muito sábio, porém muito seco, e passará a realizar sua obra sem unção, vida ou espiritualidade, fico angustiado, e caso pudesse erguer minha voz com suficiente vigor, você me ouviria bradando: ‘Tome cuidado! Coloque seus livros de lado, e ore!’ Períodos freqüentes de oração, na minha opinião, são totalmente indispensáveis para se manter um relacionamento vivo com Deus.

“Deixe-me dizer repetidas vezes, se perder seu espírito de oração, você não conseguirá fazer nada ou quase nada, ainda que tivesse os talentos intelectuais de um anjo. Se perder sua espiritualidade, é melhor parar e se interromper no meio das suas preparações, arrepender-se e voltar para Deus, ou então procurar alguma outra vocação, pois não consigo contemplar algo mais abominável e repugnante do que um ministro com mentalidade terrena. Que o bendito Senhor liberte e preserve sua amada igreja de ser dirigida e influenciada por homens que não sabem o que significa orar.”

Hoje muitas igrejas já foram despertadas para orar. Temos organizado grupos de oração por missões, pelos países da janela 10/40, e outros alvos. Entretanto, a maior parte da nossa oração não tem o poder de que Finney estava falando. Precisamos buscar, não uma imitação de métodos do passado ou de outros lugares no presente, mas o mesmo contato vivo com Deus que sempre foi a chave do seu poderoso mover na terra.

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