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PERIGO! APEGAR-NOS AOS MEIOS E ESQUECER-NOS DO ALVO!

“Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna; e são elas que dão testemunho de mim; mas não quereis vir a mim para terdes vida!”(Jo 5.39,40)

“Estamos enganados quando olhamos para a Bíblia como uma caixa de ferramentas espiritual. Não podemos tirar coisas da Bíblia e fazê-las funcionar para nós. O processo da vida espiritual como um todo é o de se chegar diante de Deus que está vivo, que se torna presente em nós em sua Palavra, e que, por meio dessa Palavra, cria e redime. Não usamos as Escrituras; Deus usa as Escrituras para realizar sua vontade em nós.” UM ANO COM EUGENE PETERSON, pg.273, Editora Mundo Cristão.

“No início, quando Deus revelou-se à nação judaica, havia entre os judeus uma fé viva. Mas infelizmente a fé viva tornou-se aos poucos um sistema religioso. Historicamente falando, podemos dizer que o judaísmo teve seu começo no tempo do cativeiro babilônico. Foi durante essa época que os escribas e fariseus, de alguma forma, reduziram os oráculos de Deus, os quais eram cheios de vida, a um sistema religioso chamado judaísmo. Quando Deus deu revelações divinas aos pais, elas tinham por objetivo preparar o caminho para a vinda de Cristo. Todavia, quando foram reduzidas a um sistema religioso, em lugar de preparar o povo para a vinda do Messias, o sistema começou, por um lado, a substituir Cristo, e por outro, a opor-se a ele. É por esse motivo que, quando Cristo veio ao mundo, os judeus o rejeitaram.

“Hoje em dia nos encontramos na mesma situação. No início, o cristianismo era uma fé viva, mas lentamente, ao longo dos séculos, ela foi reduzida a um sistema religioso chamado cristianismo. Em lugar de levar-nos a Cristo, esse sistema substitui Cristo por outras coisas e, ao fazer isto, literalmente opõe-se a ele, afasta-o de nós, retira-o de nossas vidas… Mas, à medida que a vinda do Senhor se aproxima, todo esse sistema – todas as coisas que fazem parte dessa religiosidade, dessas aparências externas – será abalado, não terá validade alguma. Somente o que é real, somente aquilo que é o próprio Cristo poderá conduzir-nos à glória.” VENDO CRISTO NO NOVO TESTAMENTO, VOLUME 5, pgs.13,14, STEPHEN KAUNG, Edições Tesouro Aberto.

A Bíblia é o livro mais vendido e mais lido em toda a História. Mesmo hoje, as editoras evangélicas conseguem a maior fatia de seus lucros através das vendas de Bíblias. Por que a Bíblia é tão popular? É porque o maior contador de histórias da História a escreveu? Ou porque contém uma rica variedade de estilos de literatura que apela para todo tipo de gosto? Seria porque grande parte da humanidade acredita, como os fariseus, que o segredo da vida eterna pode ser encontrado nela? Ou porque nela podemos encontrar respostas para as grandes perguntas que nos afligem?

Acredito que todas as respostas acima estejam parcialmente corretas. Em minha opinião, porém, há um fato mais profundo, uma resposta mais abrangente. Deus é uma pessoa fascinante. Se ele se propôs a usar mais de quarenta escritores humanos com todas as suas falhas e limitações, durante um período de em torno de 1.600 anos, para escrever seus pensamentos, sentimentos, sonhos e desejos – como isso poderia deixar de ser o maior best-seller de todas as épocas? Apesar de demonstrar, tanto no conteúdo, quanto no formato, muitas provas das deficiências humanas, a marca da genialidade de seu grande Escritor está presente do princípio ao fim. A resposta curta para nossa pergunta sobre a enorme popularidade da Bíblia é: Deus, o seu Escritor!

Nosso tema, porém, não é a popularidade da Bíblia e sim o risco que todos nós corremos em nossa caminhada espiritual de nos entretermos com os meios da salvação e nos esquecermos da salvação em si. Assim como pode nos acontecer com nossa relação com a Bíblia, também pode nos acontecer com nossa relação à oração, à igreja e suas atividades, às missões e às obras de ação social.

No início, somos atraídos a todas essas coisas porque enxergamos nelas meios de nos aproximarmos a Deus. Deus é invisível, infinito, abstrato, espiritual. Nós somos finitos, limitados, carnais, presos às coisas materiais. Precisamos dele porque fomos criados por ele e para ele, e nada a não ser ele pode preencher o vazio existencial que há dentro de nós. Quando qualquer coisa ou atividade se apresenta como um meio de nos encontrarmos com ele, corremos atrás dela com afinco e ansiedade.

Se podemos encontrar na Bíblia o caminho para a vida eterna, apressamo-nos a comprar, ler, pesquisar e pregá-la. Se a oração nos faz sentir a presença de Deus, vamos orar. Se as reuniões e atividades da igreja prometem nos levar para mais perto dele, passamos a frequentá-las. Se o contato com o pobre e o necessitado nos traz a sensação de agradá-lo, procuramos envolver-nos com eles. Tudo isso é bom – mas há um grande risco, um efeito colateral indesejado e perigoso, que não podemos ignorar. Podemos envolver-nos tanto com essas coisas boas que passamos a satisfazer-nos com elas e nos esquecer do nosso alvo inicial.

No fim, tudo se resume a uma coisa só – queremos nos sentir bem ou queremos conhecer a Deus de verdade? Qual é o nosso verdadeiro objetivo? Jesus disse que os fariseus não queriam a vida eterna de verdade, porque ele era a vida eterna de quem todas as Escrituras falavam e estava em carne e osso bem na frente deles, e não o queriam! Será que isso não está acontecendo conosco também? Será que amamos tanto a Bíblia (ou as nossas interpretações dela) que perdemos o verdadeiro propósito dela (ouvir os sussurros de seu Autor e nos achegarmos a ele)? Será que gostamos tanto de oração, reuniões, cursos de casais, missões e assim por diante, que perdemos de vista o único objetivo necessário, que é ouvir sua voz dizendo a nós: “Este é o meu filho amado, em quem me comprazo!”?

Convém prestarmos atenção a esse perigo em nossa jornada espiritual. Quanto mais conscientes formos dele, mais seguros ficaremos contra sua influência. Quanto mais tremermos diante da possibilidade de nos transformarmos em inimigos daquele a quem mais deveríamos amar, menos chance haverá de que aconteça isso conosco. Acho que um simples teste pode ajudar-nos muito a perceber onde nosso coração de fato se encontra. Devemos perguntar-nos sempre: “Estou disposto a largar qualquer uma dessas atividades no momento em que ele aparecer? Amo essas atividades em si ou simplesmente estou usando-as como meios para encontrar-me com meu Amado? Qual é o meu objetivo? Qual é a minha motivação? O que mais quero na vida?”

Os meios da comunhão com Deus são maravilhosos, e devemos sempre agradecer a ele por concedê-las a nós. Que tesouro é a Palavra escrita de Deus! Que maravilha poder orar em qualquer lugar e qualquer tempo e sentir o mover do Espírito em nosso coração! Como é precioso participar das reuniões da igreja e perceber o Espírito Santo movendo na congregacão! Como é bom sentir o sorriso de Deus quando atendemos aos necessitados!

Lembremo-nos, porém, de que tudo de bom que existe nessas coisas vem dele, e ele é o nosso alvo principal! Ele é o máximo! Ele é tudo em todos! A ele toda a glória por toda a eternidade! Amém!  

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3 respostas

  1. Palavra muito útil para os dias em que estou vivendo. Que Deus o abençoe Harold e que Ele continue te usando assim.
    Que antes de tudo Ele fale conosco e que nós desejemos e consigamos ouví-LO!

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