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Para Frente e Para Cima

Por Jessie Penn-Lewis

Há quatro estágios – genericamente falando – na vida espiritual do crente e do obreiro cristão. O primeiro estágio pode ser chamado de estágio evangelístico. Neste estágio, a “alma” conhece o novo nascimento. Ela fica sabendo que tem vida eterna em Cristo. Ela se torna uma ganhadora de almas, prega salvação do castigo do pecado e é usada para levar outros a Cristo. O objetivo principal é ganhar almas para Cristo; ela é fiei em proclamar o evangelho da salvação em Cristo.

Depois, há o segundo estágio, que po­demos chamar de estágio de avivamento. Neste estágio, a alma recebe o batismo com o Espírito Santo e aprende a co­nhecê-lo e a obedecê-lo como uma pes­soa. A alma aprende a confiar n’ele e a pedir que ele aja nas reuniões, coope­rando com ele, e é usada para levar ou­tros a experimentarem o batismo com o Espirito Santo. Este é o estágio do Espírito.

Logo após, há um terceiro estágio, o qual podemos chamar ae estágio do ca­minho da cruz. Neste estágio, a alma conhece a posição de Romanos 6 — 0 morrer com Cristo. Ela se coloca na pessoa de Cristo e na sua morte; aprende a partilhar dos seus sofrimentos e é leva­da a trilhar o caminho da cruz em cada detalhe da vida prática. Aqui, a alma é usada para mostrar a outros o caminho da cruz e para levar outros a experimen­tarem Romanos 6 e 2Coríntios 4.10-12.

O quarto estágio é o estágio da batalha espiritual. No que tange à posição espi­ritual interior, este é o estágio de ascen­são, onde a alma conhece a união com Cristo, sentada com ele “acima de todo principado, e potestade, e poder” (Efésios 1.21). Nas reuniões, ela está lutando intrepidamente contra os poderes das trevas. Ela aprende a ter discernimento espiritual a fim de detectar as obras ma­lignas e aprende a ter autoridade de Cristo sobre todos os poderes do inimigo. Este é o estágio da autoridade.

Resumindo: o primeiro é o estágio da salvação ou da nova vida; o segundo é o estágio do poder; o terceiro é o estágio da vitória sobre o pecado; o quarto é o estágio da autoridade sobre as forças malignas.

Se cada cristão seguir em frente na vida cristã com Deus, ele será levado nesta ordem. Primeiro, ele recebe a sal­vação. Em segundo lugar, ele recebe o Espírito Santo. Em terceiro lugar, ele é levado a trilhar o caminho da cruz. Em quarto, ele anda no caminho da luta e da vitória, resultando em autoridade ou poder sobre todo poder do inimigo.

Da mesma forma, cada obreiro se dá conta de que também ele é usado nestes quatro estágios. Primeiro, ele é usado para levar outros a Cristo. Em segundo lugar, ele é usado para levá-los a atingir a plenitude do Espírito. Em terceiro lugar, para ensiná-los a andar no caminho da cruz, e, por último, para discernir as armadilhas e as obras do diabo e exercer autoridade sobre toda obra do inimigo, através da união com Cristo no trono.

Progresso gradual

Madame Guyon diz que em cada es­tágio da vida espiritual há um começo, um período de prática e uma consuma­ção. Em cada estágio aprendemos, apa­rentemente, as mesmas lições novamente, mas, na verdade, estamos aprendendo-as de forma cada vez mais profunda.

Por exemplo: no primeiro estágio você aprende o caminho da fé em Cristo como Salvador. Então, você tem que aprender a exercitar sua fé no próximo estágio e também no estágio seguinte e no seguinte. É tão difícil aprender a usar a fé no quarto estágio quanto no pri­meiro, porém, quando você olha para trás, você vê que as lições mais difíceis do primeiro estágio agora são bem mais simples e fáceis.

É verdade que realmente leva-se anos para passar por cada estágio! Quando você passa para um novo estágio da vida espiritual, geralmente é com uma grande bênção. Esta bênção pode ser uma ex­periência de plenitude do Espírito, a qual pode ser considerada uma “amostra” do que Deus tem para você na consumação daquele estágio.

Por exemplo: você tem uma revelação da vida celestial, sentado com Cristo nos lugares celestiais, e a alegria e a luz são tão reais que você pensa que nunca mais vai conseguir descer aos estágios mais baixos que você deixou. Porém, num pequeno intervalo de semanas ou meses, a bênção – que dura tanto quanto a extensão da revelação e seu poder – aparentemente desaparece e talvez você tenha que lutar para receber o que você deixou para trás. Agora você tem que lutar pela fé para manter-se firme no lugar em que você está.

Segue-se, então, o que se pode chamar de “experiência do túnel”, quando você passa por provação após provação. Tal­vez você pense que falhou, mas, apesar de tudo, você se dá conta de que avan­çou e chegou ao ponto de consumação daquele estágio específico de sua vida espiritual. Você já consegue perdurar, pois, ao passar pela “experiência ao tú­nel”, Deus removeu de você tudo o que servia de empecilho para que você perseverasse naquele estágio do conhecimento d’Ele. (Veja Romanos 5.2-5.)

Deus sustenta você

Porém, lembre-se: se Deus lhe dá uma palavra para ser colocada em prática, Ele estará ao seu lado, mesmo quando você tiver a impressão de que não está conse­guindo. A palavra que Ele lhe dá sus­tenta-o. A Sua palavra tem vida e energia divina, e ela pode-lhe segurar, mantê-lo firme nela. Deus precisa da sua coopera­ção, é claro, e você precisa dar um passo, isto é, tomar a palavra por fé. Mas o poder está na própria palavra que Deus fala especificamente a você. Se Deus lhe der uma palavra de autoridade sobre os poderes do inimigo, você precisa coope­rar, dizendo: “Eu a aceito, Deus, porém, eu não tenho poder para efetuá-la. A tua palavra tem que me sustentar”.

Na realidade, você, aparentemente, não consegue colocá-la em prática. Ela parece estar-lhe escapando. Entretanto, de alguma maneira, você consegue ficar firme nela, por fé, e passa pelo túnel, que é a experiência intermediária até chegar na consumação daquele estágio. Assim, você vê que o que lhe parecia literalmen­te impossível quando Deus lhe deu luz, agora é parte da sua vida. Foi assimilado e incorporado ao seu ser espiritual.

Lutas espirituais em todos os estágios

Os cristãos devem saber que eles de­vem apossar-se da vitória do Calvário sobre os poderes das trevas em todos os estágios da vida espiritual e em todos os estágios da experiência.

O evangelista precisa saber disso, por­que para ganhar almas para Cristo ele precisa aprender a amarrar o diabo, que oprime as almas. Deste modo, a vitória sobre os poderes das trevas, conforme declarado na Palavra de Deus, é parte da armadura do evangelista.

Aqueles que recebem o batismo com o Espírito Santo precisam conhecer a vi­tória sobre os poderes das trevas a fim de poder discernir os enganos e refutá-los.

Os que estão no caminho da cruz igualmente precisam saber os truques dos espíritos enganadores, porque estes irão interferir em cada passo à frente que aqueles derem em relação ao conheci­mento da cruz e irão tentar confundir a obra de Deus, colocando a sua no meio. Na realidade, as verdades acerca dos po­deres das trevas precisam ser conhecidas em todos os estágios da vida espiritual, de acordo com a medida e a necessidade.

Entretanto, atualmente importa satis­fazer as necessidades dos níveis avança­dos da Igreja de Cristo. As pessoas destes níveis podem exercitar seus dons espiri­tuais através do uso, e podem “comer” e assimilar a “comida sólida”, que é para os mais velhos. Ao mesmo tempo, deve­mos dar a mesma comida espiritual na forma de “leite” para os bebês, a fim de que eles cresçam.

Ao ajudar os outros, se você achar que os cristãos não estão entendendo o signi­ficado de batalha espiritual, você deve perguntar se eles sabem algo a respeito da cruz e da posição de mortos com Cristo, conforme Romanos 6. Eles devem conhecer a morte para o pecado e para o mundo antes que possam compreender o significado de batalha espiritual e autori­dade sobre os poderes das trevas.

Se não souberem acerca do poder da cruz, então você deve voltar mais para trás e perguntar se conhecem o batismo com o Espírito Santo, pois o poder para experimentar o “morrer com Cristo” é dado pelo Espírito Santo. Se eles não conhecerem o batismo com o Espírito Santo, você precisa voltar mais para trás ainda e perguntar se conhecem a nova vida em Cristo. Como uma alma pode receber o batismo com o Espírito Santo, se ela não é nascida de Deus? Como obreiros, precisamos ser capazes de levar as almas até o ponto em que elas pre­cisam chegar e, ao lidar com elas, preci­samos reconhecer os quatro estágios de crescimento.

Para aqueles que já conhecem o ba­tismo com o Espírito Santo e o caminho da cruz, a necessidade imediata é conhe­cer a luta com Satanás. Porém, uma outra grande necessidade é o conheci­mento experimental do batismo com o Espírito Santo. Um grande número de crentes não conhece isso e também os dois lados da cruz. Portanto, eles não podem compreender a necessidade do discernimento de espíritos.

Não é suficiente proclamar vitória so­bre os poderes das trevas. Você deve levar os filhos de Deus a conhecerem a cruz e a relação da mesma com os crentes. A batalha de Efésios 6 é uma batalha espiritual e somente através da morte na cruz o crente é trazido para o nível espiritual e para conflito.

Assim, a pergunta: “Recebestes, por­ventura, o Espírito Santo quando cres­tes?” (Atos 19.2) é definitivamente im­portante.

Onde mais há necessidade de luz, ago­ra? Por todo o mundo há um grande número de crentes que prega claramente a certeza da salvação em Cristo. Após, há um número crescente que realmente conhece o batismo com o Espírito Santo e que está no estágio do avivamento, no estágio de conhecer o Espírito Santo e cooperar com ele. Novamente há outros — um pequeno grupo — que conhecem o Espírito Santo e que realmente estão avançando no poder do Espírito, a fim de seguir o Cordeiro do Calvário pelo caminho da cruz. Generalizando, estes últimos estão bloqueados, pois eles não têm o vislumbre de nada além disso. Eles pensam que têm que continuar no ca­minho da cruz, isto é, no terceiro estágio, até o final. Enquanto isso, os poderes das trevas se aproximam da Igreja ae Cristo como uma enchente, obstruindo e impedindo a obra de Deus por todos os lados.

Tome a ofensiva!

O que estas almas precisam – as que conhecem o caminho da cruz ou o viver na cruz — é conhecer a dura batalha contra os poderes das trevas. A chamada para isso é esta: “Erga-se em sua nova vida em Cristo e, equipado com o Es­pírito Santo, o qual já ensinou você a respeito da morte, apodere-se da autori­dade de Cristo e tome a ofensiva contra o inimigo”!

Neste ponto, precisamos colocar que há um perigo na vida de muitos que já conhecem o caminho da cruz. Eles compreenderam que precisam seguir o Cordeiro e submeter-se à vontade de Deus e o fizeram fielmente.

Porém, eles podem ter ido muito lon­ge. Sua rendição pode ter se tornado passividade, isto é, uma passividade de mente e as vezes de todas as suas capaci­dades, que não é da vontade de Deus. Ao parar de resistir na carne, eles afun­daram na submissão passiva a todas as coisas ao seu redor, Não somente se submetem à vontade de Deus, mas também à vontade de Satanás. Eles não conseguem resistir ao inimigo espiritual no espírito. Sua rendição à vontade de Deus se tornou, inconscientemente, uma submissão passiva a Satanás.

Sem dúvida, uma opressão maligna tem se levantado contra a Igreja, e muitas das almas que conhecem a cruz não estão apresentando resistência sólida contra o adversário e seu exército. Render-se a Deus se tornou sinônimo de passividade em relação a tudo.

Eles têm somente a visão do Cordeiro e não a do Cordeiro-Leão. O Cordeiro se submete à morte, mas o Cordeiro-Leão triunfa sobre o diabo!

Estas almas precisam sair da sua con­dição de passividade e, no poder do Es­pírito, declarar autoridade no nome de Cristo, a fim de batalhar agressivamente em oração e ação contra os poderes sa­tânicos. Elas precisam usar sua vontade renovada para cooperar ativamente com Deus. Elas têm que tomar a ofensiva com orações de vitória contra todo o impedimento que o diabo coloca em seu caminho. Elas precisam marchar em frente, clamando pela vitória da cruz so­bre os poderes das trevas.

Estas são almas que, devido ao batis­mo para a morte e a consequente erradi­cação das energias carnais e da alma, po­dem receber e exercitar os dons do Es­pírito. Qualquer que seja o dom neces­sário para esta batalha, elas podem tê-lo, pois é este o equipamento do Espírito.

As almas de cada estágio podem aju­dar e liderar outras que estejam no es­tágio anterior a elas, mas não podem promover aquelas que estão no mesmo estágio que elas, nem podem compreen­der ou julgar outras que estejam no estágio seguinte ao delas. No estágio seguinte, há condições, conhecimentos, perigos conhecidos somente por aqueles daquele nível e desconhecidos e incom­preensíveis pelas almas dos níveis abaixo. O inimigo sabe disso e frequentemente força um bebê do segundo estágio a en­frentar verdades que só serão conhecidas mais adiante. Todavia, as verdades rela­tivas ao terceiro e quarto estágios devem ser ensinadas àqueles que precisam delas.

Note que a descrição destes estágios da vida espiritual de um cristão é feita a partir de um ponto de vista experimental ou subjetivo e não a partir de uma ver­dade absoluta. Um bebê em Cristo pode estar “aperfeiçoado nele” (Col. 2.10) tanto no momento da sua conversão como no final dos seus dias. Mas uma criança começa a crescer a partir do es­tágio de bebê, nível por nível, até a fase adulta. SIGA EM FRENTE!

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