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Oração Que Prevalece

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Por: Charles Finney

A oração para ser eficaz precisa acontecer por meio da intercessão do Espírito Santo. Você nunca poderá oferecer oração que seja de acordo com a vontade de Deus sem o Espírito Santo. Não é porque os cristãos sejam incapazes de fazer uma oração em conformidade com a vontade de Deus revelada na sua Palavra ou indicada por sua providência. Mas o fato é que nunca realmente oferecerão tal oração sem serem influenciados para isto pelo Espírito Santo de Deus. Precisa haver fé, produzida pela operação eficaz do Espírito Santo.

A oração que prevalece também precisa ser perseverante. De modo geral, os cristãos que esfriaram e perderam o espírito de oração não conseguirão adquirir o hábito de oração perseverante de uma só vez. Suas mentes não estão no estado certo e não conseguirão fixá-las e continuar firmes até que a bênção chegue. Se suas mentes estivessem prontas a perseverar até que a resposta chegasse, a oração vitoriosa poderia ser oferecida imediatamente, com a mesma eficácia como se já tivessem orado muitas vezes pelo mesmo objetivo.

Porém, torna-se necessário orarem vez após vez, porque seus pensamentos estão tão propensos a vagar e são tão facilmente desviados do objetivo para outras coisas. Enquanto suas mentes não forem imbuídas com o espírito de oração, não conseguirão se fixar num mesmo ponto e levar suas petições a uma conclusão, com a certeza de obter a resposta, ali mesmo.

Portanto, nunca pense que está preparado a entrar no nível da oração que prevalece se seus sentimentos permitem que você ore uma vez por algum objetivo e, logo em seguida, o deixe de lado. A maioria dos cristãos aprende a entrar neste nível de oração através de um processo prolongado. Suas mentes vão, aos poucos, assumindo um grau de ansiedade em relação a uma causa, de tal forma que, mesmo enquanto desempenham suas tarefas do dia, vão suspirando seus desejos o tempo todo diante de Deus…

Dores de Parto da Alma

A oração é eficaz quando é feita com agonia de desejo. O apóstolo Paulo se refere a isto como as dores de parto da alma. Jesus Cristo, quando estava orando no jardim, estava em tal agonia que suou como se fossem grandes gotas de sangue, caindo no chão. Nunca vi alguém suar sangue, mas conheci uma pessoa que orava, às vezes, até sangrar pelo nariz. E conheci pessoas que oravam até molharem a camisa de suor, nas temperaturas mais frias do inverno. Tenho visto pessoas orando por horas, até a exaustão, por causa da agonia das suas mentes. Tais orações prevalecem com Deus.

Esta agonia em oração era muito comum nos avivamentos que ocorreram no tempo de Jonathan Edwards. Um dos grandes obstáculos, naqueles dias, para as pessoas que se opunham ao avivamento, era o fato de que alguns oravam com manifestações físicas muito fortes, que evidenciavam seus profundos sentimentos de angústia em favor das almas perdidas.

Vou citar alguns parágrafos escritos por Jonathan Edwards sobre este assunto, para que o leitor veja que isto não é algo novo na igreja, mas sempre ocorre quando avivamentos vêm com poder. Estou citando da sua obra, Thoughts on Revivais (Pensamentos sobre Avivamentos):

– Há, particularmente, um tipo de exercício e preocupação de mente que tem vindo sobre muitos e que tem sido causa de tropeço para alguns que é a profunda inquietação e angústia interior por outras vidas. Lamento o fato de ser obrigado a fazer algo tão desnecessário quanto a defesa de tais manifestações…

– É perfeitamente compreensível, a partir de um princípio tão comum quanto a solidariedade e a humanidade, que os homens fiquem profundamente consternados e agitados em suas mentes ao ver alguém num perigo que não seja maior do que se afogar num rio ou lago, ou se queimar numa casa em chamas. Se isto é verdade, indiscutivelmente concordaremos que seria igualmente compreensível que ficassem muito mais alarmados se vissem a mesma pessoa em perigo de calamidade dez vezes maior, e assim sucessivamente, de acordo com o grau do perigo.

– E por que, então, deveria ser considerado irrazoável e motivo de grande suspeita, como se viesse de alguma causa imprópria, quando as pessoas ficam extremamente angustiadas ao ver alguém em grande perigo de sofrer o furor e a ira do Deus Todo-poderoso durante toda a eternidade? E, ademais, havemos de concordar que aqueles que têm uma grande medida do Espírito de Deus, isto é, um espírito de amor, devem ter, logicamente, uma proporção vastamente mais ampla de amor e compaixão para com seus semelhantes do que aqueles que são influenciados tão-somente pelas características comuns a todos os homens.

– Por que deveria ser considerado como estranho que aqueles que estão cheios do Espírito de Cristo sejam proporcionalmente, no sentido do seu amor para com outras vidas, semelhantes a Cristo, que tinha um amor tão forte e uma preocupação tão profunda pelos homens que se dispôs a beber até o fim o cálice da fúria de Deus, em seu favor? Ao mesmo tempo em que deu seu sangue pelas almas, ele ofereceu também, como sumo sacerdote, grande clamores e lágrimas, como em extrema agonia, em que sua alma estava, por assim dizer, em dores de parto pelas vidas da humanidade. Por isto, a Escritura diz que ele veria “o fruto do penoso trabalho de sua alma” e ficaria satisfeito (Is 53.11).

– Como tal espírito de amor e profunda pre¬ocupação para com as pessoas perdidas era o espírito de Cristo, assim também será o espírito da igreja. Desta forma, a igreja, desejando e buscando que Cristo seja gerado e formado no mundo e na vida das pessoas, é representada em Apocalipse 12 como uma mulher “que, achando-se grávida, grita com as dores de parto, sofrendo tormentos para dará luz” (v. 1,2).

– O espírito daqueles que estiveram em angústia em favor da vida de outros, de acordo com o meu discernimento, não parece diferente do espírito do apóstolo, que sentia dores de parto pelas pessoas, estando disposto a ser anátema, separado de Cristo, a fim de que elas fossem salvas. Não é diferente, tampouco, do salmista que disse: “Torrentes de água nascem dos meus olhos, porque os homens não guardam a tua lei” (Sl 119.136).

– É semelhante também ao profeta Jeremias: “Ah! Meu coração! Meu coração! Eu me contorço em dores. Oh! As paredes do meu coração! Meu coração se agita! Não posso calar-me, porque ouves, ó minha alma, o som da trombeta, o alarido de guerra” (Jr4.19). Veja também Jeremias 9.1 e 13.17, e Isaías 22.4.

– Lemos também a respeito de Mordecai, quando viu seu povo em perigo de ser destruído, que “rasgou as suas vestes, e se cobriu de pano de saco e de cinza, e, saindo pela cidade, clamou com grande e amargo clamor” (Et 4.1).

– E por que, então, as pessoas deveriam ser consideradas como fora de si quando não conseguem conter seus clamores ao considerarem a miséria daqueles que caminham para destruição eterna?

Citei este trecho para mostrar que estas manifestações eram comuns nos grandes avivamentos daqueles dias. E sempre foi assim em todos os grandes avivamentos, em proporção à profundidade e extensão e grandeza da obra de Deus. Foi assim nos grandes avivamentos na Escócia, em que multidões eram tomadas e alguns quase morreram, de tão profunda que era a sua agonia na oração.

Extraído de Revival Lectures (Palestras Sobre Avivamento), de Charles G. Finney.

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