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caminho que Jesus trilhou

O Que Jesus Disse Sobre Oração

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Por: Dave Butts

Não é somente o conteúdo de um ensinamento ou uma citação que é importante. Muitas vezes, é quem disse que faz toda a diferença. Posso ler uma frase e apreciá-la até descobrir que foi escrita por alguém que possui pontos de vista ou um estilo de vida que considero detestáveis. Isso muda dramaticamente minha visão do conteúdo.

O mesmo princípio é verdadeiro num caso positivo. Por exemplo, se leio uma frase e logo depois fico sabendo que foi escrita por alguém que admiro, sua importância para mim assume imediatamente um valor maior. Isso acontece de modo acentuado quando o autor é Jesus.

Em muitas edições da Bíblia, a importância das palavras de Jesus é ressaltada por serem impressas em vermelho. Se as palavras foram pronunciadas por Jesus, isso para mim aumenta o peso e a importância de uma passagem. Como meu encargo específico é ensinar sobre oração, procuro ler e estudar bastante sobre o assunto. De todos os livros e materiais que estudo, nenhum é tão importante quanto os ensinos de Jesus. Veja, por exemplo, o ensino fundamental sobre oração que o Senhor deu durante o Sermão do Monte.

“E, quando orardes, não sereis como os hipócritas; porque gostam de orar em pé nas sinagogas e nos cantos das praças, para serem vistos dos homens. Em verdade vos digo que eles já receberam a recompensa. Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto e, fechada a porta, orarás a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará. E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios; porque presumem que pelo seu muito falar serão ouvidos. Não vos assemelheis, pois, a eles; porque Deus, o vosso Pai, sabe o de que tendes necessidade, antes que lho peçais. Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome; venha o teu reino; faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu; o pão nosso de cada dia dá-nos hoje; e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores; e não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal” (Mt 6.5-13).

Jesus conhece mais a respeito de oração do que qualquer pessoa que já viveu, porque é o único que esteve em ambos os lados da intercessão. Ele não somente orou ao Pai enquanto aqui na Terra, mas continua a interceder em nosso favor até agora (leia Rm 8.34 e Hb 7.25). Jesus ora, mas também é para ele que milhões de pessoas oram. Por isso, é um ponto essencial na nossa vida de oração compreender que ele é autoridade sobre o assunto oração na passagem acima.

A passagem de Mateus 6, que faz parte do Sermão do Monte, é dedicada àquilo que eu chamo de ensino corretivo. Jesus estava corrigindo o ensino falso e o exemplo errado dos líderes religiosos da época entre os judeus – os fariseus. Em três áreas da vida espiritual, os fariseus erravam porque concentravam em coisas exteriores e não no relacionamento com Deus. No orar, no jejuar e no dar, o problema era sempre o mesmo: faziam atos religiosos exteriores para conseguirem alta estima dos outros. A solução também era igual nos três casos: coloque toda sua atenção em Deus e honre-o com suas orações, jejuns e ofertas.

Algumas pessoas têm interpretado mal esse ensino de Jesus por não perceberem que o objetivo dele era corrigir um problema. Usam o texto de forma indevida para ensinar contra orar em público ou fazer longas orações. Um rápida análise da vida de oração de Jesus mostra que não era isso que ele queria dizer. Jesus orava em público frequentemente e nunca teria feito coisa alguma para contradizer seu próprio ensinamento. Também, em algumas ocasiões, passou a noite inteira em oração. Com certeza, isso não se enquadraria com um ensino contra todo tipo de oração mais prolongada. Nesse caso, também, ele estava corrigindo um problema com orações que eram simplesmente para impressionar os homens e não para se comunicar com o Deus vivo.

É nesse contexto que aparece a oração que é conhecida como Pai Nosso, mas que seria mais adequadamente chamada de Oração Modelo. Ao invés de considerar essa oração extraordinária como fórmula litúrgica para ser repetida durante os séculos, a melhor maneira de compreendê-la seria ver nela uma diretriz com os tópicos que deveriam ser nosso assunto de oração. Depois de expor o estilo egocêntrico de oração praticado pelos fariseus, Jesus estava mostrando como orar corretamente.

Para orar do jeito certo, de acordo com Jesus, é preciso começar focalizando a atenção em Deus: “Pai nosso, que estás nos céus, santificado [santo] seja o teu nome”. Toda oração verdadeira começa com Deus. Quando começamos com as próprias necessidades, a oração logo fica voltada para nós mesmos e, geralmente, fora dos eixos naquilo que está sendo solicitado. Quando a natureza de Deus e seu caráter constituem o nosso foco, a oração passa a ser mais sobre a vontade dele do que sobre a nossa. À medida que começamos a contemplar a grandeza de Deus e a sua santidade, fica mais claro que a oração não tem tanto a ver com o obter algo de Deus quanto com ele cumprir seus propósitos por meio das nossas petições.

O foco prioritário em Deus continua na frase que vem logo a seguir: “Venha o teu reino; faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu”. Jesus nos deu uma sequência muito clara para a oração. Concentre primeiro em quem Deus é e, em seguida, no seu Reino. Orar para a vinda do Reino é a chave para ter orações respondidas, mesmo que sejam a favor de necessidades próprias. Jesus nos disse que devemos buscar em primeiro lugar o Reino de Deus e, então, as demais coisas nos seriam acrescentadas (Mt 6.33). O seu Reino deve ser a prioridade.

Nesse grande ensino corretivo sobre oração, Jesus insiste no ponto central. Oração não é descobrir como conseguir de Deus o que queremos. Nem é uma forma de impressionar os outros com nossa espiritualidade. Oração tem a ver com Deus, sua natureza e seus propósitos e como interagem com a humanidade.

Só depois de adorar o Deus santo que está nos ouvindo e de orar para que seja feita a vontade dele é que Jesus abre a porta para apresentarmos a Deus as nossas necessidades. Provisão diária, perdão e proteção espiritual são as áreas que Jesus quer que apresentemos ao Pai. Questões do espírito, da alma e do corpo podem e devem ser levadas a Deus em oração. Mas até mesmo esses pedidos são feitos no contexto de a vontade de Deus ser realizada em nossa vida.

É um modelo bem simples de oração, mas é o oposto do que a maioria das pessoas pratica. Ao invés de fazer uma lista de necessidades para levar a Deus, Jesus quer que comecemos com Deus. À medida que adoramos e nos aproximamos dele, as questões relacionadas com seu Reino e sua vontade tomam a dianteira. Depois de falarmos sobre as grandes questões que são mais próximas ao coração de Deus, podemos voltar-nos para os assuntos pessoais que devem ser apresentados a ele. Orar como Jesus nos ensinou captará a atenção do Pai e fará com que seu poder seja direcionado às questões diárias e pessoais.

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