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O Laço que Fazem e que Faço

Salmo 124 (um cântico de Davi)

1Se não fora o Senhor, que esteve ao nosso lado, ora diga Israel;

2se não fora o Senhor, que esteve ao nosso lado, quando os homens se levantaram contra nós,

3eles então nos teriam engolido vivos, quando a sua ira se acendeu contra nós.

4As águas teriam transbordado sobre nós, e a corrente teria passado sobre a nossa alma;

5as águas impetuosas teriam passado sobre a nossa alma;

6bendito seja o Senhor, que não nos deu por presa aos seus dentes.

7A nossa alma escapou, como um pássaro do laço dos passarinheiros; o laço quebrou-se, e nós escapamos.

8O nosso socorro está no nome do Senhor, que fez o céu e a terra.

 

Este cântico foi escrito por Davi no passado para demonstrar seu estado livre de alma e o que ele entendeu de Deus depois de enfrentar e vencer certa aflição. Reparto aqui três estágios do que imagino que Davi tenha vivenciado nesse período e o que tenho aprendido com ele em situações semelhantes.

No início da desdita, Davi se viu à mercê de homens que tinham-se levantado contra ele e contra toda a nação por atacado. Exagerava até nas figuras de linguagem ao agradecer o livramento de Deus.

Imaginava-se, ele e a nação, engolidos vivos, por homens de imensas bocarras, presas fáceis a dentes afiados. Via-se, com a nação, vitimado por um gigantesco tsunami. Águas de enxurrada forte e impetuosa teriam transbordado sobre eles e os levado de roldão para a escuridão do bueiro. Até mesmo a alma deles teria o misterioso invólucro partido no homem interior e seria afetada.

Depois, num quê de sensatez, ele percebe que algo além da compreensão e do poder humano poderia, quiçá, ter-se infiltrado naqueles homens. Homens, apenas, não poderiam ser, porque homens não engolem as pessoas vivas, não têm capacidade de se transmutar em rios e muito menos em corredeiras e tempestades fortes a ponto de destruir a alma de um semelhante…

Homens não prendem ninguém entre os dentes… Podem ter vontade de fazer isso a outrem, mas daí à ação há o abismo da impossibilidade física e espiritual.

Davi percebeu então que seus algozes podiam ser instrumentos de espíritos malignos, cujo objetivo era destruir ou pelo menos aprisionar sua alma e a dos seus.

Aqueles não sabiam de que espírito eram. Armavam ciladas, jorravam calúnias e difamações, denigriam, até em nome de Deus. Não diziam às claras, mas nas costas, faziam como fizeram contra Jeremias, dizendo: “Vinde, firamo-lo com a língua”…

Davi percebeu, então, que sua luta não era contra homens, contra carne e sangue, mas contra reais principados e potestades que agiam por intermédio de pessoas.

E ao entender que seu socorro vinha do Senhor, que jamais o abandonara e que o livrara como um pássaro do laço dos passarinheiros, adorou a Deus.

Foi o Senhor quem livrou sua alma da escravidão de uma forma pessoal e especial.

O laço foi quebrado por alguém de fora, pelo próprio Deus, quando Davi entendeu que seu problema não era com as pessoas que o feriram, machucaram e aprisionaram sua alma, por meio de artimanhas, porque na realidade essas pessoas apenas tinham permitido que espíritos estranhos as manipulassem para atingir ao salmista e aos seus. Assim, Davi decidiu que não ficaria mais preso a ressentimentos, mas que lhes perdoaria de todo o coração.

Ao fazer isso, parece que Davi ficou livre.

Mas é possível, que para sair totalmente do laço de alma e experimentar a liberdade de um pássaro, Davi tenha precisado aplicar todo aquele salmo contra si mesmo. Este é o último estágio da crise e o mais dolorido, porque corta na própria carne.

Agora Davi não se via mais como vítima, mas como agente causador.

É possível que Davi tenha agradecido a Deus e dito como Paulo aos romanos: “…eu bem sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum. E muitas vezes agi e ainda ajo como um homem caído. Se não fosse o Senhor ao lado de minha mulher e filhos, dos meus colegas e colaboradores, de meus amigos e próximos, enfim, eu não tenho dúvida de que, influenciado pela carne ou por espíritos malignos, também permitiria sair de minha boca o pior de mim. Coisas terríveis e capazes de aprisionar as almas, enxurradas tão fortes que as afogariam em lama. Seria capaz de armar laços para prender as almas. Mas o Senhor tem sido também com estes e os livrado de mim”.

Não nos iludamos; não somos bons. Todos nos enquadramos nesses casos.

Se você sente sua alma presa, achando que homens e mulheres são responsáveis por esse laço, perdoe a eles de todo o coração porque não sabiam o que estavam fazendo.

Mas prepare-se: nesta hora, será possível que você também se veja diante de Deus como agente causador de prisões de alma de pessoas próximas. Arrependa-se, desarme-se e deixe seu próximo voar livre. Qualquer laço do passarinheiro será sempre quebrado, e você experimentará a plenitude da liberdade de alma. Porque o nosso socorro está no nome do Senhor!

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