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caminho que Jesus trilhou

O Estandarte – Parte 2 – Enfrentando o Inimigo Interior

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Por: Ofer Amitai

Mas o segundo aspecto da obra de Deus para impedir a forte corrente do mal é tratar com o inimigo que está dentro de nós. Este outro inimigo é tão importante, e representa tanto perigo, quanto o primeiro. Se não estivermos conscientes dele, falharemos na nossa intercessão e nas orações. Israel tem um inimigo interior que se chama pecado.

Isaías diz: “Mas as vossas iniqüidades fazem divisão entre vós e o vosso Deus: e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça. Porque as vossas mãos estão contaminadas de sangue… os vossos lábios falam falsamente…” (Is 59.2,3).

Se continuar lendo a passagem inteira, verá que Isaías está expressando o terrível peso que sente sobre seus ombros. O povo está numa condição horrível. Isaías foi enviado para profetizar e para chamar o povo a voltar ao Senhor.

Todos os profetas eram intercessores também, e passavam muito tempo com Deus. Oravam a Deus, derramavam suas vidas diante dele, e andavam nas ruas pregando e ensinando. Leia sobre Ezequiel, e o que sentia, as coisas que sofreu, e como se dispôs a compartilhar da dor de Deus em favor de seu povo.

Não pense que Deus está sentado sozinho em algum lugar no céu, passando bem enquanto o mundo está sofrendo. Ele já esteve aqui. Ele esteve na sua pele. Ele conhece e compreende sua dor, sua angústia, seus desapontamentos e pecados, e vê a humanidade como realmente é. Ele sabe exatamente o que é ser mendigo em Calcutá, viver em pobreza, ou ser vítima de lutas étnicas. Ele sabe o que se passou na Bósnia, em Ruanda, no Afeganistão e em Israel. Estas últimas décadas foram tão sangrentas. E todo este sangue está clamando a Deus.

Isaías estava andando nesta dor entre seu povo, ano após ano, repreendendo, orando, e profetizando sobre o que Deus havia de fazer. Às vezes passava por anos melhores, como no tempo de Ezequias. Outras vezes, eram tempos terríveis em que sua voz caía nas ruas, e ninguém dava atenção.

Lembre-se da tremenda revelação da graça de Deus que este profeta recebera, no capítulo 6, quando entrou no templo. Lá o Senhor lhe mostrou sua própria natureza pecaminosa, e também o remédio do céu para isto. Deu-lhe uma brasa ardente para purificá-lo. Isto era pura misericórdia, pois Isaías nunca poderia ter alcançado a santidade que Deus requer. Em algum momento, você também, quando entrar no templo e chegar mais perto de Deus, terá de enxergar que é Deus que leva sobre si mesmo os pecados do mundo. Isaías recebeu a revelação do servo sofredor de Deus. Este é o coração de Deus.

Sabe de uma coisa? Estamos vivendo na mesma situação hoje. Somos uma nação pecaminosa (Israel). Deus não nos trouxe até aqui porque éramos dignos, mas porque é sua promessa. Isaías estava falando a respeito da condição terrível do povo naquela época, mas também estava profetizando a solução que só o próprio Deus poderia trazer.

Quantas vezes você já foi a Deus para buscar a solução de um problema, mas não recebeu a resposta? Aí você pensa que amanhã dá para se esforçar por conta própria e fazer um pouco melhor. Mas logo vem uma derrota, e depois outra, e mais outra, até chegar ao desespero. Só Deus pode produzir este tipo de desespero.

Quando Isaías falou que Deus não achou um homem para entrar na brecha, em parte estava dizendo que não existe alguém capaz de interceder diante de Deus e de trazer uma verdadeira solução para o povo. Somente Jesus seria capaz de preencher este lugar. Meu sangue não é santo o suficiente, nem o seu – só o sangue de Jesus poderia satisfazer o coração de Deus e trazer paz permanente.

A Grande Visitação de Deus

Mas aí a profecia de Isaías dá um salto e passa por cima de todos estes séculos até o tempo presente, e fala a respeito dos últimos dias. Prediz que virá a revelação mais estupenda, mais impressionante de todos os tempos, o maior avivamento que já houve na face desta terra. Eu creio com todo meu coração que este avivamento incomparável, impactante, e profundo, que afetará o mundo inteiro, ainda não aconteceu. Mas poderá ser desencadeado num piscar de olhos. É simplesmente Deus vir e se revelar. Deus chega e tudo muda. Para ele, é muito simples. Diante da revelação total, você pode ser transportado da profundeza do desespero à glória divina em menos de um segundo.

Isto não significa que a vida espiritual não seja um processo, ou que não adianta se dedicar e se empenhar em buscar ao Senhor. O que quero dizer é que podemos dar cem passos importantes aqui embaixo, contudo a grande solução final só virá lá de cima. Não é através de qualquer um de nós, nem de todos nós juntos, subir os degraus de uma escada, de baixo para cima.

O inimigo vem como correntes de águas para nos afogar. A palavra inimigo, usada em Isaías 59.19, no hebraico é tsar, que significa tornar estreito ou apertar. O inimigo vem para nos sitiar, para nos apanhar e acuar; para colocar-nos num lugar estreito, para tornar nosso caminho apertado. Ë isto que o adversário quer fazer quando nos sitia: cortar nossa fonte de vida, e assim nos matar.

Então, quando o inimigo vem e aperta e pressiona, seja o inimigo de dentro, ou o inimigo de fora, e você se sente espremido entre os dois, é porque Deus está para levantar seu estandarte. É a revelação do Messias Yeshua. Zacarias se refere a isto como o derramamento do Espírito (Zc 12.10). Quando o Espírito cair sobre nós como povo, finalmente o veremos, porque o véu é removido em Jesus.

Uma nação cega, em um dia, recebe de volta sua visão. Nunca houve nada semelhante. Eu poderia descrevê-lo, quem sabe, como literalmente “o maior show que já houve na terra”. Quem pode imaginar o poder de Deus demonstrado visivelmente na terra, de forma mais estrondosa e impactante do que já se viu em época alguma? Às vezes tento imaginar as ruas cheias de pessoas, chorando e se arrependendo em angústia de alma.

A Esmagadora Presença de Deus

Você já esteve num ambiente da esmagadora presença de Deus, e de profundo arrependimento? Só presenciei esta nuvem de arrependimento sobre um povo uma vez na minha vida. Foi em 1977, numa conferência em Kansas City, EUA. Era no início do movimento carismático, e neste grande evento, havia um seminário específico para judeus durante o dia. Tinha uma pessoa conhecida como preletor, mas eu estava ingenuamente ignorante dos grandes nomes. Eu estava com sede de Deus. Hoje vamos atrás de grandes nomes, mas havia naquela época um desejo muito grande por Deus entre todos.

Entrei na sala, e imediatamente imergi-me numa onda de arrependimento. A mensagem já tinha terminado – nem a ouvi. Nunca havia experimentado tal nuvem da presença de Deus, e comecei a chorar. Quase quis perguntar: “Por que estou chorando?” Havia tamanho espírito de glória que mal dava para arrastar-se no chão. É isto que a palavra “glória” significa no hebraico: peso. Mas é um peso tão maravilhoso, ser esmagado pela presença de Deus. Não dá para descrever. A presença, a glória de Deus, este silêncio que desce sobre o lugar, é algo estupendo. É só disto que precisamos, de nada mais! Conhecemos tão pouco sobre a glória, sobre a presença, sobre a plenitude do Espírito do Deus vivo. Mas é isto que vai acontecer nesta nação e no mundo de acordo com Isaías.

É virá num momento, pit’om, de repente (como em Ml 3.1: “… e de repente virá ao seu templo o Senhor”). Nada além do próprio Deus poderá nos levantar tão subitamente. Não dá para não ficar empolgado! Estou esperando por isto. Vivo para isto, e oro para isto, aqui nesta terra de Israel, todos os dias sem exceção. Praticamente desde a minha conversão em 1977, foi esta visão e esperança que Deus colocou no meu coração. Nunca fui o mesmo depois daquela experiência com a glória de Deus, e este é o meu anseio até agora. Naquele dia não enxerguei a mim mesmo, somente a Deus. Arrependimento é assim, é virar-se para Deus. Não é apenas sentir tristeza pelo que fez, mas virar-se para Deus.

Revelação Que Produz Dor

Este arrependimento e quebrantamento que virão sobre o povo judeu diante da revelação de Yeshua resultarão numa dor que será o remédio e a cura para todas nossas feridas como povo. Há dois mil anos estamos acumulando esta dor. Mas Deus tem a chave que está na dor de ver aquele que foi crucificado. Não existe dor como esta, mas se deixássemos que Deus se revelasse a nós, seríamos curados, e nunca mais trataríamos aos outros como temos feito.

Iremos nos sentir perdidos como Isaías diante da revelação do trono (Is 6.5). Você quer se sentir perdido? Esta é a chave! E a chave está nas mãos de Deus. Ele não a perdeu, nem está tentando achá-la. Ele vai usá-la no coração de Israel. Todas as outras dores serão curadas por esta imensa dor de ver o Filho de Deus crucificado.

Amigo, a vinda de Jesus não será um evento de natureza técnica, ou resultado de uma decisão de conselho na igreja. Se você não entender o que é, é melhor se preparar, pois ele virá a Israel como um noivo, um marido que sente profunda falta por sua esposa. Dá para entender isto? “E desposar-te-ei comigo para sempre; sim, desposar-te-ei comigo em justiça, e em juízo, e em amorável benignidade, e em misericórdias; e desposar-te-ei comigo em fidelidade, e conhecerás ao Senhor” (Os 2.19, 20).

Em Jeremias 31.3, ele diz: “Pois que com amor eterno te amei, também com benignidade te atraí”. Isto é aliya, a volta dos judeus para a terra de Israel. Estão voltando sem saber por quê. Deus está atraindo os judeus de todos os cantos do globo com este amor.

Intimidade Com Deus e Bênção Para a Igreja e o Mundo

A revelação que vem para Israel será a mais íntima visitação de Deus. Será como José revelando-se aos seus irmãos. Ou Maria esperando no jardim, depois de ver o corpo lacerado de Jesus. Nem conseguiu reconhecer seu Senhor no seu estado glorificado. Mas o clamor do seu coração apaixonado por Yeshua era: “Onde foi que o puseram?” E uma palavra foi suficiente: “Maria!”. Pense por um instante na intimidade, no reconhecimento de que este era seu amado Senhor e Deus.

Ou pense também em outro momento íntimo, quando Tomé, que não acreditara na notícia da ressurreição, foi levado à parte por Jesus, e convidado a colocar o dedo na sua cicatriz. Acho que eu nem conseguiria sobreviver a tal momento, e com certeza, Tomé nunca mais foi o mesmo. O próprio Deus chegando para ele, em humildade, tirando sua camisa, e dizendo: “Venha aqui, Tomé. Coloque sua mão no meu lado, e creia!”

Como deve ser a experiência de colocar sua mão no lado de Deus? É isto que está para acontecer com Israel. Creio que as Escrituras mostram que esta revelação do Messias a Israel terá impactos mundiais. Não é tremendo isto? Você não está aguardando? Nem sei se temos o termo correto para descrever esta vinda, porque é muito mais que um avivamento. É a revelação de Jesus Cristo. Não é a segunda vinda, mas é algo que terá repercussões para o mundo inteiro.

Veja Isaías 60.3: “E nações caminharão para a tua luz, e reis para o resplendor da tua aurora”. Quando Yeshua vier e levantar o estandarte, o refluxo destas correntes será mundial. E ele não vem só para dar um gostinho, ou para mostrar preferências. Haverá implicações antes de tudo para a igreja, de acordo com Romanos 11. Para a igreja, será vida dentre os mortos. Esta revelação final fará com que todos os avivamentos anteriores empalideçam, como a morte, em comparação. É isto que Romanos 11 descreve. Salvação veio para os gentios quando Israel caiu, e glória virá na sua restauração. E outra coisa que descreve em Isaías é que os gentios ao nosso redor também sentirão esta glória.

Agora para concluir. Qual é o nosso chamado e desafio? A igreja é chamada para interceder. Esta vocação está também em Isaías 62.1,5: “Por amor de Sião não me calarei, e por amor de Jerusalém não descansarei, até que saia a sua justiça como um resplendor, e a sua salvação como uma tocha acesa… Pois como o jovem se casa com a donzela, assim teus filhos se casarão contigo; e, como o noivo se alegra da noiva, assim se alegrará de ti o teu Deus.” Este é o tema da intimidade e do amor de Deus. E ainda: “Ó Jerusalém, sobre os teus muros pus atalaias, que não se calarão nem de dia, nem de noite; ó vós, os que fazeis lembrar ao Senhor, não descanseis, e não lhe deis a ele descanso até que estabeleça Jerusalém e a ponha por objeto de louvor na terra” (vv. 6,7).

Vemos a mesma coisa em Romanos 12.1,2, onde somos exortados a “apresentar os vossos corpos como um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus… para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus”. Este apelo vem depois da exposição do apóstolo nos capítulos 9, 10 e 11, sobre o propósito de Deus para Israel e a igreja. É um apelo para correspondermos ao desvendar dos seus planos maravilhosos. Quanto mais nossos olhos são abertos, mais podemos interceder de acordo com a sua vontade! Por que este assunto é importante? Porque Deus “amou ao mundo de tal maneira…”, e Israel é chave no seu plano de redenção para os tempos do fim.

Oremos para viver na presença do Pai, e experimentar sua glória diariamente; para que nossos corações sejam quebrantados, e para que nos voltemos continuamente a ele; ofereçamos nossos corpos como templo do Senhor, nossas mentes e corações como sacrifício vivo para fazer a sua vontade; dediquemo-nos à sua agenda, e não demos descanso a Deus por amor a Sião, até que Jerusalém seja colocada como louvor na terra, até que a glória de Deus reine ali e o povo de Israel seja quebrantado de coração; até que eles próprios sejam instrumentos de cura aos que estão por volta, e mensageiros do evangelho ao mundo muçulmano; e acima de tudo, oremos para que esta nação possa finalmente experimentar a verdadeira paz que resulta da repreensão e do juízo de Deus.

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