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Não Temas!

 

Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar. E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também. (João 14.1-3)

        Essa é uma palavra do próprio Jesus falando aos nossos corações. Muitos leem esse texto e ficam pensando: “No céu tem muitas moradas, ele vai providenciá-las para nós!” Mas, antes de pensar em moradas, temos de pensar no que ele disse antes: “Não se turbe o vosso coração”, ou seja, Jesus não quer que o nosso coração fique inquieto, agitado, ansioso. Isso é uma ordem de Deus que muitas vezes desobedecemos. Depois começam a acontecer algumas consequências e ficamos preocupados dizendo: “Por que eu fiz isso? Por que eu não fiz aquilo? Por que eu não obedeci a Deus?” Mas é porque não obedecemos a essa ordem. Temos de entender que antes de fazer alguma coisa para Deus ou para evitar de pecar precisamos cuidar do nosso coração. Deus não pode usar alguém cujo coração vive agitado, em turbulência.

Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize. (João 14.27)

          Jesus repete a mesma coisa no fim desse capítulo, mas aqui ele acrescenta o “não se atemorize”, porque ele nos dá a sua paz que é o contrário da turbulência. A paz que o mundo dá depende de coisas exteriores, de tudo estar correndo bem, mas a paz que Jesus dá não depende do exterior, pois procede do interior, do coração do homem.

            Você quer saber quem é cristão de verdade? Essa pessoa não precisa dizer uma só palavra. Basta olhar em seus olhos e verá a paz de Cristo. Essa paz está presente quando não existe nenhum problema ou quando há muitos problemas. Ela reina no interior e não depende de estar tudo bem, pois sua fonte é Cristo. Ela permite que façamos as obras de Deus, que tenhamos vitória sobre o pecado, que sejamos usados por Deus.

            Precisamos em nosso interior conhecer o Bom Pastor e as águas tranquilas (Salmos 23). Se você quer ter um dia vitorioso tire um tempo para estar com Deus e permita que Ele acalme as suas águas; saia para viver seu dia independente do que irá acontecer, dependendo apenas de Jesus e de mais nada, de mais ninguém.

Na verdade, na verdade vos digo que vós chorareis e vos lamentareis, e o mundo se alegrará, e vós estareis tristes, mas a vossa tristeza se converterá em alegria. A mulher, quando está para dar à luz, sente tristeza, porque é chegada a sua hora; mas, depois de ter dado à luz a criança, já não se lembra da aflição, pelo prazer de haver nascido um homem no mundo. Assim também vós agora, na verdade, tendes tristeza; mas outra vez vos verei, e o vosso coração se alegrará, e a vossa alegria ninguém vo-la tirará. (João 16.20-22)

            Quando eu leio esse texto lembro-me de uma cena que me marcou para o resto da vida, que foi quando minha esposa deu à luz nosso último filho. Eu havia assistido os outros dois partos oito anos antes e haviam sido muito tranquilos. Estávamos em Rubiataba/GO, os médicos eram meus amigos e alunos; assim, ficávamos contando piadas enquanto aconteciam os partos. Não houve tristeza ou dor porque os mesmos foram muito rápidos, sem problemas. O terceiro, entretanto, já em São Paulo, foi difícil. O médico era um irmão em Cristo, mas houve muita dor e minha esposa sofreu muito, mas ao final deu tudo certo e ele nasceu bem. Entretanto, após o parto enquanto minha esposa estava ainda na maca no corredor do hospital esperando ser levada para o quarto e eu me despedia dela para voltar sozinho de carro para Jundiaí, ela teve que me consolar, pois eu estava tremendo e muito abalado. Foi ela que tinha sentido as dores horríveis, mas após o parto já estava em condições para me consolar! Assim, esse versículo é uma verdade prática – a mulher sente muitas dores na hora do parto, mas depois, quando nasce a criança, acaba a dor e só resta a alegria.

            No verso 22, Jesus fala de uma tristeza muito grande que seria seguida por uma grande alegria que ninguém conseguiria tirar. Ele estava prevenindo os discípulos de algo terrível que iria acontecer (sua tortura, crucificação e morte). O mundo se alegraria, mas eles ficariam muito tristes. No entanto, ele voltaria a vê-los pois iria ressuscitar, vencer a morte e se encontrar novamente com eles. E, quando isso acontecesse, a tristeza seria transformada em uma alegria tão grande que nunca mais sairia de suas vidas.

            Deus precisa nos acordar para compreender o poder da ressurreição. Há muitas coisas que podem acontecer em nós por causa da ressurreição de Jesus, mas quero falar sobre uma delas – uma reação chamada “alegria” – uma alegria que o mundo não conhece e não pode tirar de nós porque o nosso pior inimigo, a morte, foi vencida.

            Na Ceia, tomamos o pão e o vinho celebrando a morte de Jesus até que ele venha (1 Coríntios 11.26). Teoricamente, lembrar da morte de alguém não deveria ser algo alegre, mas Jesus nos manda lembrar e anunciar a sua morte até a sua volta. A igreja poderia ser triste, fúnebre, mas a Bíblia diz que eles “partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus, e caindo na graça de todo o povo” (Atos 2.46,47). Como é isso? Uma cerimônia fúnebre celebrada com alegria? Mas isso é porque sabiam que ele não estava morto – havia ressuscitado. Assim, nós lembramos da sua morte, não com tristeza ou lutos, porque ele ressuscitou!

            Dizem que em Moçambique, quando os missionários mostram às pessoas o filme de Jesus, em vilas onde nunca se ouviu nada do Evangelho, o povo fica empolgado com as curas, os milagres e a pessoa de Jesus. Quando ele morre, porém, é comum as mulheres sairem gritando de tristeza, correndo para o mato e nem querem assistir o restante do filme, pois o “herói” principal morreu e, então, o filme não tem mais sentido. E eles têm de chamar as pessoas de volta dizendo que o filme não terminou! Para a mente natural, a morte é o fim. Por isso, nenhum filme de ação que se preze permite que o herói morra.

          Mas com o Evangelho é diferente! A morte, o pior inimigo, foi vencida! Se Jesus venceu a morte, porque vivemos com medo das coisas nesse mundo? O pior que o inimigo pode fazer é matar! Mas podemos crer e ter paz porque Jesus ressuscitou e venceu a morte! Nós não cremos em um Senhor morto, mas em um Senhor vivo e anunciamos a sua morte não com tristeza, mas com alegria, porque ele venceu a morte! Ele voltará e celebraremos a Ceia até sua volta.

            Os quatro evangelhos relatam os acontecimentos logo após a ressurreição de Jesus de formas diferentes, mas com algumas palavras muito semelhantes. O que os discípulos estavam sentindo antes de saber que Jesus havia ressuscitado e o que ele disse quando apareceu a eles? É muito importante saber o que Jesus falou.

1) O relato da ressurreição no evangelho de Mateus

E, no fim do sábado, quando já despontava o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro. E eis que houvera um grande terremoto, porque um anjo do Senhor, descendo do céu, chegou, removendo a pedra da porta, e sentou-se sobre ela. E o seu aspecto era como um relâmpago, e as suas vestes brancas como neve. E os guardas, com medo dele, ficaram muito assombrados, e como mortos. Mas o anjo, respondendo, disse às mulheres: Não tenhais medo; pois eu sei que buscais a Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui, porque já ressuscitou, como havia dito. Vinde, vede o lugar onde o Senhor jazia. Ide pois, imediatamente, e dizei aos seus discípulos que já ressuscitou dentre os mortos. E eis que ele vai adiante de vós para a Galileia; ali o vereis. Eis que eu vo-lo tenho dito. E, saindo elas pressurosamente do sepulcro, com temor e grande alegria, correram a anunciá-lo aos seus discípulos. (Mateus 28.1-8)

            Jesus está dizendo o mesmo a você hoje: “Não tenha medo! Não tema os homens, os anjos, os terremotos, os acontecimentos ruins, as doenças, a morte porque eu ressuscitei!! Essa é a mensagem da ressurreição: Não temais, porque ele está vivo! Os guardas, os inimigos de Jesus ficaram mortos de medo, mas para aquelas mulheres que criam em Jesus o anjo disse: “Não temais”. E elas, “com grande alegria”, foram anunciar isso aos discípulos.

E, indo elas a dar as novas aos seus discípulos, eis que Jesus lhes sai ao encontro, dizendo: Eu vos saúdo. E elas, chegando, abraçaram os seus pés, e o adoraram. Então Jesus disse-lhes: Não temais; ide dizer a meus irmãos que vão à Galileia, e lá me verão. (Mateus 28.9,10)

            Quais foram as primeiras palavras que saíram da boca de Jesus ressurreto? “Não temais!” A expressão “crente medroso” contém uma grande contradição, porque ou é crente ou é medroso – não pode ser as duas coisas. Essas foram as palavras mais importantes e poderosas que tanto o anjo quanto Jesus disseram depois que ele ressuscitou: “Não temais”.

             Aliás, essa frase é citada 365 vezes na Bíblia toda: “Não temas, pois eu sou contigo”, “Não temas, pois eu sou teu Deus”, “Não temas, pois ainda que passe pela água e pelo fogo eu estarei contigo” etc. Haverá problemas, tribulações, perseguições, cadeias, torturas, mas “não temas”, porque você não está sozinho. Você tem a paz e a alegria que o mundo não pode lhe dar ou tirar. Assim, você pode dizer ao mundo e ao diabo: “Pode mandar o que for que eu irei sorrir, pois tenho a alegria que você não consegue tirar! Você pode tirar meus bens, minha saúde, meus amados e até minha vida, mas não pode tirar minha paz e alegria!”

            Essa é a mensagem do Cristo ressurreto: O Deus-homem que morreu, foi enterrado, seu corpo guardado e protegido por guardas, mas cuja morte não conseguiu retê-lo pois ele ressuscitou!

2) O relato da ressurreição no evangelho de Marcos

E, passado o sábado, Maria Madalena, e Maria, mãe de Tiago, e Salomé, compraram aromas para irem ungi-lo. E, no primeiro dia da semana, foram ao sepulcro, de manhã cedo, ao nascer do sol. E diziam umas às outras: Quem nos revolverá a pedra da porta do sepulcro? E, olhando, viram que já a pedra estava revolvida; e era ela muito grande. E, entrando no sepulcro, viram um jovem assentado à direita, vestido de uma roupa comprida, branca; e ficaram atemorizadas. Ele, porém, disse-lhes: Não temais; buscais a Jesus Nazareno, que foi crucificado; já ressuscitou, não está aqui; eis aqui o lugar onde o puseram. Mas ide, dizei a seus discípulos, e a Pedro, que ele vai adiante de vós para a Galiléia; ali o vereis, como ele vos disse. E, saindo elas apressadamente, fugiram do sepulcro, porque estavam possuídas de temor e assombro; e nada diziam a ninguém porque temiam. (Marcos 16.1-8)

            Perceba que esses sentimentos sempre andam juntos: tristeza e medo quando ele morre, alegria quando ressuscita; temor quando ele morre, paz quando ressuscita.

E, partindo ela, anunciou-o àqueles que tinham estado com ele, os quais estavam tristes, e chorando. E, ouvindo eles que vivia, e que tinha sido visto por ela, não o creram. E depois manifestou-se de outra forma a dois deles, que iam de caminho para o campo. E, indo estes, anunciaram-no aos outros, mas nem ainda estes creram. Finalmente apareceu aos onze, estando eles assentados juntamente, e lançou-lhes em rosto a sua incredulidade e dureza de coração, por não haverem crido nos que o tinham visto já ressuscitado. (Marcos 16.10-14)

            Era realmente muito difícil para eles acreditarem que Jesus havia ressuscitado, assim como também é para muitos de nós hoje. Tirar esse medo de dentro de nós, mesmo vendo Jesus ressuscitado à nossa frente é algo que demanda um certo tempo. Mas esse Jesus ressuscitado vai tirar por completo esse medo dos nossos corações.

3) O relato da ressurreição no evangelho de Lucas

E no primeiro dia da semana, muito de madrugada, foram elas ao sepulcro, levando as especiarias que tinham preparado, e algumas outras com elas. E acharam a pedra revolvida do sepulcro. E, entrando, não acharam o corpo do Senhor Jesus. E aconteceu que, estando elas muito perplexas a esse respeito, eis que pararam junto delas dois homens, com vestes resplandecentes. E, estando elas muito atemorizadas, e abaixando o rosto para o chão, eles lhes disseram: Por que buscais o vivente entre os mortos? Não está aqui, mas ressuscitou. Lembrai-vos como vos falou, estando ainda na Galileia, dizendo: Convém que o Filho do homem seja entregue nas mãos de homens pecadores, e seja crucificado, e ao terceiro dia ressuscite. E lembraram-se das suas palavras. E, voltando do sepulcro, anunciaram todas estas coisas aos onze e a todos os demais. E eram Maria Madalena, e Joana, e Maria, mãe de Tiago, e as outras que com elas estavam, as que diziam estas coisas aos apóstolos. E as suas palavras lhes pareciam como delírio, e não as creram. (Lucas 24.1-11)

            Vemos que havia nelas e nos discípulos tristeza, medo, temor, pavor, assombro, perplexidade. Lemos que elas “abaixaram o rosto para o chão”, pois a pessoa atemorizada não olha para cima, para as bênçãos de Deus, mas somente para o chão, para os problemas e desgraças: “Aiaiai, meu filho vai morrer”, “Aiaiai, eu vou pegar um câncer”, “Aiaiai, o que vai ser desse país”… A Bíblia diz que a nossa alma se apega ao pó (Salmos 119.25). Isso significa que temos a tendência de olhar para baixo, de ficar olhando para os problemas e manter nosso foco neles. Aquelas mulheres, por causa do medo e do espanto ficaram olhando para o chão. Nem a presença de dois anjos as fez levantar a cabeça e crer.

            Os anjos até lhes deram uma bronca: “Por que buscais entre os mortos aquele que está vivo?” “Por que o estão procurando logo aqui, no sepulcro? Acharam realmente que ele estaria aqui? Isso é uma declaração de incredulidade! Ora, se ele disse que no terceiro dia ressuscitaria e que todos deveriam ir para a Galileia, o que vocês estão fazendo aqui? Estão procurando-o no lugar errado!”

            Em seguida, elas foram correndo contar tudo isso aos discípulos, mas a Bíblia diz que “suas palavras lhes pareciam como delírio e não lhes deram crédito”. Os discípulos diziam que elas estavam loucas, pois haviam visto Jesus morrer. Tinham certeza que ele estava morto. É como alguém que vai ao médico e este lhe diz que ela morrerá em três dias. A pessoa dá crédito a essas palavras e fica atemorizada, cheia de medo. Mas, então, Jesus lhe afirma que ela será curada e a pessoa não acredita, diz que isso é um delírio! Assim, existe uma resistência muito grande em nossos corações para entender e aceitar essa verdade da ressurreição.

E falando eles destas coisas, o mesmo Jesus se apresentou no meio deles, e disse-lhes: Paz seja convosco. (Lc 24.36)

            Em todos os relatos da ressurreição há duas frases que Jesus repete muito: “Não temais” e “Paz seja convosco”. Feche seus olhos por alguns instantes e diga: “Senhor Jesus, revela-te a mim e diga-me essas palavras: Paz seja contigo! Abre os olhos do meu coração. Fecha meus olhos naturais e faz-me olhar em teus olhos, faz-me receber essa paz que sai de ti, do teu coração para o meu coração, dos teus olhos para os meus olhos. Eu quero ouvir a tua voz. Acalma as águas atribuladas e me dá essa paz que excede todo entendimento. Eu te suplico isso”. Ore assim diariamente e creia que ele irá responder. Jesus não dará pedra a quem pedir pão. Se você pedir a paz de Deus que excede a todo entendimento natural, esta entrará em seu coração, tirará todo o medo, todo o temor e lhe dará coragem e ousadia para fazer o que Deus quer que você faça aqui na Terra.

E eles, espantados e atemorizados, pensavam que viam algum espírito. E ele lhes disse: Por que estais perturbados, e por que sobem tais pensamentos aos vossos corações? Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo; apalpai-me e vede, pois um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho. E, dizendo isto, mostrou-lhes as mãos e os pés. E, não o crendo eles ainda por causa da alegria, e estando maravilhados, disse-lhes: Tendes aqui alguma coisa que comer? Então eles apresentaram-lhe parte de um peixe assado, e um favo de mel; o que ele tomou, e comeu diante deles. (Lc 24.37-43)

            “Paz seja convosco!” Foi essa a primeira frase que Jesus disse aos discípulos quando lhes encontrou após ressuscitar. Mas eles ainda continuaram espantados, atemorizados e perturbados julgando estar vendo algum fantasma. Mas, de repente, a alegria encheu seus corações, alegria essa da ressurreição que o mundo não pode tirar. Então Jesus lhes mostrou suas mãos e pés e se pôs a comer diante deles. Nossa fé não é no espírito, baseada em coisas teóricas, mas em fatos, em coisas palpáveis. Há um homem sentado à destra de Deus – ele voltará, todo olho o verá e ele reinará para sempre. Os discípulos viram que Jesus era homem e não espírito; dava para pegá-lo, senti-lo, ver as marcas dos cravos em suas mãos e pés e vê-lo comendo. O mesmo corpo humano que haviam visto pendurado na cruz agora estava diante deles!

4) O relato da ressurreição no evangelho de João

E Maria estava chorando fora, junto ao sepulcro. Estando ela, pois, chorando, abaixou-se para o sepulcro. E viu dois anjos vestidos de branco, assentados onde jazera o corpo de Jesus, um à cabeceira e outro aos pés. E disseram-lhe eles: Mulher, por que choras? Ela lhes disse: Porque levaram o meu Senhor, e não sei onde o puseram. E, tendo dito isto, voltou-se para trás, e viu Jesus em pé, mas não sabia que era Jesus. Disse-lhe Jesus: Mulher, por que choras? Quem buscas? Ela, cuidando que era o jardineiro, disse-lhe: Senhor, se tu o levaste, dize-me onde o puseste, e eu o levarei. Disse-lhe Jesus: Maria! Ela, voltando-se, disse-lhe: Raboni, que quer dizer: Mestre. (João 20.11-16)

            A morte de Jesus causava medo, pavor, desespero; mas sua ressurreição causava uma mudança radical: gozo, alegria, espanto. A nossa vida sem o Cristo ressurreto é uma tragédia, mas com ele ressurreto é uma maravilha, com grande paz e alegria. A vida natural é cheia de angústias, tristezas e choro, mas a vida espiritual, da ressurreição, é cheia de uma alegria, de uma paz que o mundo não pode tirar. É uma mudança radical e eterna!

Maria Madalena foi e anunciou aos discípulos que vira o Senhor, e que ele lhe dissera isto. Chegada, pois, a tarde daquele dia, o primeiro da semana, e cerradas as portas onde os discípulos, com medo dos judeus, se tinham ajuntado, chegou Jesus, e pôs-se no meio, e disse-lhes: Paz seja convosco. E, dizendo isto, mostrou-lhes as suas mãos e o lado. De sorte que os discípulos se alegraram, vendo o Senhor. Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: Paz seja convosco; assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós. (vs. 18-21).

            Maria já havia contado aos discípulos que Jesus havia ressuscitado, mas eles estavam trancados em uma sala apavorados, com medo de serem presos pelos soldados. Mas, de repente, Jesus aparece no meio deles e diz: “Paz seja convosco!” Agora não interessa mais os soldados, se eles seriam presos ou não, pois Jesus estava com eles!

E eu, quando o vi, caí a seus pés como morto; e ele pôs sobre mim a sua destra, dizendo-me: Não temas; eu sou o primeiro e o último; e o que vivo e fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém. E tenho as chaves da morte e do inferno. (Apocalipse 1.17,18)

            O motivo de você ter paz e alegria é pelo fato de Jesus ressurreto estar morando em seu coração porque ele venceu a morte! “Alegraram-se os discípulos ao verem o Senhor”. A tristeza profunda, a desilusão, o desamparo, o medo, a angústia e o pavor, ao verem Jesus ressuscitado, foram substituídas pela paz, pela alegria! Ele disse: “É-me dado todo o poder no céu e na terra. Portanto, ide…” (Mateus 28.18,19a). Jesus é aquele que venceu a tudo e a todos:

Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. (…) Em meu nome expulsarão os demônios; falarão novas línguas, pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porão as mãos sobre os enfermos, e os curarão. (Marcos 16.15,17,18).

            Pela sua ressurreição, pela sua vitória sobre a morte não precisamos mais temer nada e ninguém. Os seguidores de Jesus são aqueles que estão cheios de paz e de alegria e não têm medo de nada, pois ele venceu seu pior inimigo, a morte!

Qual a consequência dessa alegria e dessa paz que o Cristo ressurreto traz em nossas vidas?

E, visto como os filhos participam da carne e do sangue, também ele participou das mesmas coisas, para que pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo; e livrasse todos os que, com medo da morte, estavam por toda a vida sujeitos à servidão. (Hebreus 2.13,14)

            Essa passagem fala de duas coisas que Jesus fez por meio da sua morte. Primeiro, derrotou o diabo, que tinha o poder da morte. Agora é Jesus quem tem as chaves da morte e do inferno e nós cremos que ressuscitaremos no último dia. Segundo, ele livrou todos aqueles que, por medo da morte, estavam sujeitos à escravidão. Mas isso é algo que muitos crentes ainda não acreditam, pois continuam vivendo debaixo do domínio do medo. O verdadeiro crente é aquele que não tem mais medo da morte, do diabo e do que ele possa lhe fazer, pois crê no Cristo ressurreto que habita em seu coração! Não importam as ameaças do diabo sobre sua vida, saúde, finanças, família etc. – ele continua firme e crendo. Não é mais escravo do medo, porque agora está livre!

            O diabo controla toda a humanidade através do medo. Ele diz: “Me obedeça, se não eu vou fazer isso ou aquilo com você.” Quando Jesus venceu a morte, ele nos livrou desse controle satânico. Não somos mais marionetes de Satanás. Ele perdeu o domínio sobre nós. Não somos mais os seus escravos. A pior arma que ele tinha para nos amedrontar foi vencida por Jesus. Glória a Deus!

            Aqueles homens que foram decapitados pelo Estado Islâmico há pouco tempo não temeram a morte, pois criam em Jesus. Muitos, no decorrer da história, fizeram o mesmo.

Filhinhos, sois de Deus, e já os tendes vencido; porque maior é o que está em vós do que o que está no mundo. (…) Nisto é perfeito o amor para conosco, para que no dia do juízo tenhamos confiança; porque, qual ele é, somos nós também neste mundo. No amor não há temor, antes o perfeito amor lança fora o temor; porque o temor tem consigo a pena, e o que teme não é perfeito em amor. (…) Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé. Quem é que vence o mundo, senão aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus? (1 João 4.4,17,18; 5.4,5)

            Até agora temos falado sobre o mede de ameaças à nossa saúde, aos nossos bens, aos nossos familiares e amigos ou à nossa própria vida. Porém, existe outro tipo de medo que também nos impede de fazer a vontade de Deus:

Mas, chegando também o que recebera um talento, disse: Senhor, eu conhecia-te, que és um homem duro, que ceifas onde não semeaste e ajuntas onde não espalhaste; e, atemorizado, escondi na terra o teu talento; aqui tens o que é teu. (Mateus 25.24,25)

            Esse homem não reproduziu o talento que havia recebido por medo. Ele ficou com medo de arriscar o talento e perder. Você já recebeu alguma palavra profética de Deus e não entregou por sentir medo? Já deixou de pregar para alguma pessoa por ter tido medo? Já desistiu ou deixou de fazer algo que Deus lhe mandou devido ao medo? Provavelmente muitas vezes! O medo nos paralisa e nos impede de fazer as obras que Deus nos colocou no mundo para fazer. Mas o Senhor quer nos libertar desse medo!

            Havia doze discípulos no barco, mas somente Pedro andou sobre as águas (Mateus 14.29). Jesus não os mandou sair do barco, mas Pedro teve essa iniciativa por si mesmo. Os outros também poderiam ter ido, mas não quiseram. Quantas coisas deixamos de fazer por causa do medo? Por isso, Jesus quer nos libertar dessa paralisia do medo para fazer obras tremendas em nome dele nessa Terra. Que possamos, então, obedecer sua ordem de não alimentar um coração turbado e amedrontado.

            Quero terminar lendo o testemunho de uma irmã chinesa extraído do livro “A Igreja do Século 20” (John Walker, Impacto Publicações e Editora dos Clássicos, 3ª Edição, 2013). Isso me toca muito, pois é um fato verídico que revela como essa alegria e essa paz podem nos socorrer nos momentos mais desesperadores de nossas vidas.

A igreja na China proclama: “Preparem suas mentes para sofrer!” Se esperarmos até ouvir o zumbido das balas ou o estrondo dos explosivos, será tarde demais. Não deixe que o sofrimento ou a perseguição o surpreenda. Este é o tempo de começar o treinamento.

Eis o testemunho de uma irmã que passou 24 anos na prisão:

Ela estava orando quando as autoridades chegaram para prendê-la. Todavia, ela não se surpreendeu, pois o Senhor já havia preparado seu coração. De fato, no momento em que a prenderam, o Espírito Santo desceu e a encheu de uma alegria incontrolável. Enquanto o carro que a transportava prosseguia aos solavancos pelo caminho, ela transbordava de alegria e cantou por todo o trajeto. Naturalmente, as autoridades imaginaram que ela estivesse mentalmente desequilibrada.

Enquanto estava sendo registrada na prisão, ela teve bastante tempo para testemunhar a um dos oficiais. Tão poderoso e ungido foi seu testemunho que ali mesmo ele aceitou a Cristo. Enquanto ele a registrava, ela lhe disse: “Hoje não é o dia em que vim para me registrar, e de fato eu nunca serei prisioneira aqui; Cristo estará constantemente comigo. Sou livre. Este é o dia em que você registrou sua residência no reino de Deus”.

Algum tempo depois, todos os companheiros de prisão receberam um envelope com um papel contendo a duração de suas sentenças. Quando lhe perguntaram de quanto tempo era sua sentença, ela respondeu: “Eu não sei. Guardei o veredito sem olhar”.

“Por quê?”, eles perguntaram. “Você não quer saber quantos anos de prisão lhe deram?”

“Não me importa”, ela replicou. “Sejam dez ou cem anos, cada dia será um dia a mais com meu Senhor”.

Na prisão, estavam apinhados de forma desumana – dez prisioneiros por cada cubículo. Não tinham permissão para conversar com os demais nem para cochilar durante o dia. Periodicamente, um guarda examinava a cela através de uma abertura de vidro na porta. Muitos adoeciam, outros enlouqueciam. Um prisioneiro cochichou a essa mulher: “Vemos que sua fé religiosa realmente lhe dá forças”.

Um dia, o guarda apareceu de repente e gritou: “Pare de sorrir”.

“Não estou sorrindo”, ela replicou.

“Está sim”, lhe gritou o guarda.

Quando ele saiu, os outros prisioneiros disseram: “Seus olhos estão sempre sorrindo e seu rosto brilha de alegria, mesmo quando não está sorrindo”. A maioria de seus companheiros de prisão não eram cristãos; na realidade, não eram até que ela levou muitos deles ao Senhor.

            Essa irmã tinha uma paz e uma alegria tão grandes que nada e ninguém poderia tirar dela. Você crê que isso é possível? Talvez Deus não faça com você o que fez com ela; ele vai fazer conosco somente o que determinou para cada um de nós. Cada um tem uma história em Deus – a uns ele dá um talento, a outros ele dá dois ou mais. Mas o fato é que nós podemos ser libertos do medo, fazer proezas em nome de Jesus, sair da paralisia e ter nosso coração cheio de paz, de alegria e de esperança porque Jesus ressuscitou!

            Creia nisso: Ele ressuscitou! Esse poder que vence a morte, o pecado, a tristeza e a doença está em nós! “Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo” (João 16.33).

 

 

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2 respostas

  1. Realmente o medo é uma pedra. Ele não só invade o ♥ , mas também a mente, impossibilitando – nos até de manda-lo embora. Por isso que seja os céus que ocupe a nossa mente e encontraremos Cristo , ou seja a paz. Obrigada.

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