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“Homofobia, Não! Homodiafonia!”

Acredito que todos os cristãos deveriam ler esse texto equilibrado escrito por Pastor Marcelo Gomes da 1ª IPI de Maringá para saber como se posicionar de forma cristã sobre esse assunto.

Por favor, não assuste. Sei que a palavra é estranha. Na verdade, trata-se de um neologismo. Eu mesmo o criei (ao menos, sua digitação nos sítios de busca não acusa qualquer resultado). Estava incomodado com o monopólio da outra. Do jeito que vai o debate, parece que o mundo divide-se entre homossexuais e simpatizantes, de um lado, e homofóbicos, de outro. Não concordo.

Homofobia, do grego “homo” (igual) e “fobia” (medo), significa, literalmente, “aversão, medo ou ódio em relação ao homossexual”. Dito assim, não me considero homofóbico. Não tenho medo, apenas discordo da opção e de sua pretensa legitimidade. Foi como cheguei a Homodiafonia, do grego “homo” (igual) e “diafonia” (dois sons distintos, dissonância, discordância). Significa, literalmente, discordância da opção homossexual. Meu caso. Explico:

1. Como cristão, que reconhece as Sagradas Escrituras como regra única de fé e prática, entendo que devo concordar com o apóstolo Paulo quando sugere que o homossexualismo é pecado e consequência do distanciamento do ser humano em relação a Deus: “por causa disso, Deus os entregou a paixões vergonhosas. Até suas mulheres trocaram as relações sexuais naturais por outras, contrárias à natureza. Os homens também abandonaram as relações naturais com as mulheres e se inflamaram de paixão uns pelos outros. Começaram a cometer atos indecentes, homens com homens, e receberam em si mesmos o castigo merecido pela sua perversão” (Romanos 1:26-27).

2. Como cristão, criacionista, isto é, que reconhece na origem do universo a decisão criativa e intencional de Deus, entendo que homens e mulheres foram feitos para um propósito supremo que envolve suas histórias, raças e gênero. Não posso aceitar que um homem, cuja constituição física não lhe faculta o pleno relacionamento com outro homem, ou que uma mulher, para quem ocorre o mesmo, defendam sua opção homossexual como natural. É uma escolha antinatural, que não resulta dos apelos do organismo (o qual não a acompanha) nem de qualquer confissão de fé que apresente um Deus pessoal e soberano (pois pressupõe o acaso ou um tipo de equívoco inicial).

3. Contudo, como cristão, que reconhece a fé como dádiva e a conversão como obra do Espírito, entendo também que as verdades bíblicas e suas implicações práticas não são impositivas, mas um convite à vida em abundância que Deus mesmo concede por sua graça. “Se alguém quiser vir após mim…” – disse Jesus. A igreja não deve se esforçar para obrigar o mundo a viver de acordo com suas convicções (equívoco da cristandade medieval que só produziu guerras e ódio), mas conquistá-lo com amor e testemunho vivo, para que todos vejam como vale a pena andar com Cristo e obedecer aos seus mandamentos. “Não é por força nem por violência…”

4. Como cristão, ainda, que reconhece o direito à vida e à liberdade, desde que não interfira na liberdade alheia, anulando-a, entendo que preconceito, discriminação …ou perseguição refletem um espírito antibíblico e demoníaco, gerador de contendas e conflitos. Não concordo que a Igreja deva tentar negar aos homossexuais o direito à cidadania e aos acessos comuns a todos, mas também não admito que sua pregação e estilo de vida sejam violentados em nome de uma pseudo-tolerância, uma vez que mostra-se tolerante unicamente com um dos lados interessados. Quero viver numa sociedade onde homossexuais tenham direito de viver como bem entendem e que a Igreja tenha direito de pregar contra todos que vivem como bem entendem, desprezando, assim, a vontade de Deus.

5. Como cristão, que reconhece o poder de Deus para transformar o indivíduo e a coletividade, entendo que tenho o direito de incentivar e apoiar todo homossexual que, rendendo-se aos desafios do Evangelho, assuma que é possível e necessário renunciar a si mesmo e à prática do homossexualismo. Não direi que é doença, nem demônio, nem safadeza (pois, na esmagadora maioria dos casos, não é nada disso), mas que é uma opção contrária àquela que nos propõem as Escrituras, assim como a poligamia, a pornografia, a prostituição, o sexo antes do casamento e tantas outras questões não morais (socialmente, falando), mas espirituais, isto é, que reconhecemos e assumimos como artigos de fé. Um homossexual convertido pode tanto desenvolver uma dinâmica relacional heterossexual quanto tornar-se celibatário por amor a Deus. Tudo é possível ao que crê!

6. Como cristão, que confessa que Deus é amor, sou radicalmente contrário a toda forma de violência contra homossexuais ou quaisquer outros grupos minoritários, incompreendidos ou, simplesmente, diferentes.

7. Enfim, como cristão, que aprendeu com Jesus que piores que aqueles que a religião identifica como impuros e perdidos são aqueles que, religiosos, perderam a capacidade de ouvir a Deus e amar o próximo, digo que nenhum homofóbico, ou racista, ou idólatra, ou avarento, ou arrogante… pode ser um cidadão legítimo do Reino de Deus. Vamos cuidar das traves em nossos olhos antes de apontarmos os ciscos nos olhos alheios.

Por tudo isso, considero-me homodiáfono. Respeito os homossexuais em sua individualidade e sei que há muitos cuja postura e caráter envergonhariam muitos religiosos. No entanto, devo discordar de sua opção e convidá-los ao arrependimento e à autonegação a que tento me submeter diariamente, ainda que nem sempre com sucesso. Deus nos ajudará, ainda que nos faltem a força, os recursos e até as palavras

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30 respostas

  1. Texto muito interessante e idéias muito claras e bem expostas. Artigo para ler, refletir e aprender. Parabéns, Pr. Marcelo, por mais essa belíssima exposição de opinião baseada na palavra de Deus e em sua fé. Que Deus o abençoe e continue iluminando-o, a fim de que possamos aprender mais de Deus e dos princípios cristãos através de sua vida!

  2. Muito bom mesmo! Se os cristãos compreendesse melhor essa questão poderiamos amar mais, e condenar menos…e deixar Deus fazer o que cabe a Ele e não a nós!

  3. Texto excelente,expressa com clareza o que muitos comentários não fazem e também me ajudou a compreender mais desse assunto…

  4. Parabéns, palavras coerentes com a Bíblia não dão margens à polêmicas. Isto sim é seguir as pegadas do Mestre,o qual disse que não amava o pecado, mas sim o pecador. Da mesma forma ocorre acerca desse assunto tão melindroso; devemos dispensar amor aos homossexuais, mas não amar suas práticas…

  5. Glória a Deus!!!
    Bom demais essa exposição de entendimento sobre um tema tão falado porém de forma desordenada e não clara em relação à palavra de Deus.Acho importante deixar “nosso” ponto de vista sem fechar a porta àqueles que desejem voltar atrás e entrar por ela.

  6. Muito Bom! O amor de Cristo não é se conformar com o mundo e agir passivamente diante dos erros, mas ter misericórdia. Devemos amá-los, mas não concordar com o erro.
    Deus continue abençoando os amados
    Priscila-Discípula em Itabuna-BA

  7. Parabéns pelo texto. Corajoso porque o reacionismo eclesiástico é tão maléfico à difusão do amor de Jesus Cristo quanto qualquer prática que negue a Sua Palavra. Apenas observo que, ainda se as causas fossem essas “safadeza”, “doença” ou “demônios”, será de boa lembrança que Cristo curou prostitutas, leprosos e expulsou demônios. Cristo deve ser anunciado ao coração desses irmãos que sofrem (e muito!) e cabe a nós orarmos pela obra do Espírito Santo na vida deles. Paz do Senhor.

  8. Texto excelente, exatamente por seu caráter lúcido e equilibrado! Recomendarei sua leitura a todos os irmãos a que tenho acesso! Precisamos de luz quanto ao tema em nossos dias.

  9. EXCELENTE!!!!
    “Por tudo isso, considero-me homodiáfono. Respeito os homossexuais em sua individualidade e sei que há muitos cuja postura e caráter envergonhariam muitos religiosos. No entanto, devo discordar de sua opção e convidá-los ao arrependimento e à autonegação a que tento me submeter diariamente, ainda que nem sempre com sucesso. Deus nos ajudará, ainda que nos faltem a força, os recursos e até as palavras”
    TEXTO REVELA A VIDA DE JESUS, CORAGEM, E MATURIDADE.
    MUITO BOM!
    NA VERDADE QUANDO VI A PALAVRA “HOMOFOBIA” EM TÍTULO DE TEXTO NA REVISTA IMPACTO, NÃO ESPERAVA NADA MENOS QUE ISSO.
    SEMPRE, TODOS OS TEXTOS, PELO MENOS OS QUE JÁ LI. SÃO ÓTIMOS.
    DEUS CONTINUE ABENÇOANDO E REINANDO NESSA REVISTA\MINISTERIO\FAMÍLIA.
    PARABÉNS! E DEUS ABENÇOE AO PASTOR MARCELO GOMES.
    BEIJOS E ABRAÇOS

  10. Concordo, em parte. Não creio que sexualidade seja opção. Penso que a grande maioria dos homossexuais, se pudesse escolher, seria heterossexual. Mas concordo plenamente com todo o resto do texto, com o respeito à liberdade alheia, que afinal, é uma das grandes bandeiras da reforma.

  11. Texto fundamentado na palavra, e a palavra que liberta. Temos que pedir para o Senhor nos dar entendimento todos os dias. Somos cercados de debates por todos os lados, e debates sem objetividade, somente para desprezar o outro. Esse texto do Pr. Marcelo traz esclarecimento, pontos importantes para vivermos em sociedade. Viver o amor de Cristo, posso discordar, não aceitar(Homodiafonia).

  12. O retorno aos Princípios da Palavra é o alvo de qualquer conjectura, o Irmão e Pastor Marcelo vai no alvo da necessidade de clareza da Igreja ser o sal da Terra e trazer luz, também Luz do mundo. O sal traz a Luz, primeiro ele arde, dói, mas cicatriza e cura por fim brilha e se torna um luzeiro, assim são todos os pecadores que se convertem ao Ev. do Reino, passa de verme (seja homossexual ou não) para ser luz, Lutero, Livingstone, Darby, Scofield, etc.
    muita paz e sobriedade ao Pastor Marcelo.

  13. Com certeza,atual, necessário e é como devemos nos portar…Que DEUS nos ilumine através de Sua Palavra e de JESUS pra fazermos diferença.

  14. A vida abundante que Cristo Jesus o nosso Senhor e Salvador nos prometeu, devo vivê-la aqui na terra enquanto aqui me encontro e assim a viverei tambem no céu eternamente ao lado dEle. Como discípulo de Cristo, devo, preciso e amarei o meu proximo, somente se eu amar a Deus em primeiro lugar e depois a mim mesmo…Com o amor humano, nunca iremos conseguir amar a Deus como Ele deve ser amado, por isso, eu preciso do amor de Deus para conseguir amar, e este amor é o que falta na maior parte das pessoas, pois o amor de Deus é sacrificial, um amor que se doa parte de si ou a si mesmo em favor de outro…mesmo este outro nao merecendo (o nosso caso), Deus assim mesmo deu o Seu Unico Filho, Jesus Cristo, para que fosse morto, a fim de que eu e você pudéssemos ter a oportunidade de voltarmos à comunhão que foi perdida em Adão e Eva quando estavam no Eden…Deus na sua infinita misericórdia, regenera assim ao homem através do seu Filho, Jesus…Como podemos negar amar a Ele e se doar a Ele que primeiro se doou por nós? Como está escrito em 1 Joao, ..filhimos, amemos não de palavras, mas de fato e de verdade…e ainda…nao ha maior amor do que este, o de dar a própria vida em favor do próximo…Aleluia! Amem!

  15. Prezados, vamos divulgar este texto nas mídias sociais e de massa. Vamos mostrar que o cristão e a Bíblia não são homofóbicos!

  16. Uma preciosidade! Dificilmente quando manifestamos nossa opinião em amor e clareza, marcas estas encontradas nos filhos de Deus, deixaremos de ser ouvidos.

  17. Muito bom, é o tipo de mensagem que abre nossos olhos que tendem a não aceitar esse tipo de conduta, obrigado e que DEUS te abençoe.

  18. Este texto expressa de forma clara e concisa, muito bem fundamentado na Bíblia, o argumento que nossos líderes deveriam estar usando para esclarecer nosso ponto de vista sobre o assunto.

  19. Aleluia!!!! Olha que lindo!!! Que magnífico é o amor de Deus!!! Oh, Pai, nos dá a graça de termos um coração como o teu. “A igreja não deve se esforçar para obrigar o mundo a viver de acordo com suas convicções (equívoco da cristandade medieval que só produziu guerras e ódio), mas conquistá-lo com amor e testemunho vivo, para que todos vejam como vale a pena andar com Cristo e obedecer aos seus mandamentos. “Não é por força nem por violência…”

  20. Achei muito interessante, senti paz em ler.

    Ainda que não analisasse em seus detalhes, mas, vejo que abre para uma reflexão séria.

    Fico admirado, pois, é a primeira vez, que vejo algo igual, vindo da igreja.

    É equilibrado em duas posições, o ódio e aceitação com aprovação.
    Tenho meditado sobre esse assunto, mas, e com os irmãos da igreja, não chego a completar a frase, do que penso, pois, sou interrompido antes de conclui, por palavras, duras de condenação, nojo, repúdio, horror, exalando um cheiro apodrecido de uma “pseudosantidade”.

    Esse pecado sempre existiu, mas a sua proliferação nesses últimos dias, para mim é fruto do afastamento dao mundo e da maior parte da igreja, dos caminhos de Deus. O Humanismo, principalmente, pós, “Revolução Francesa”, inundou nossa sociedade e dentro do povo de Deus.

    Do humanismo, veio à proliferação de uma vertente do humanismo, que é o feminismo, que tem avolumado e destruído todos os valores familiares.
    As funções dos pais e das mães, gerando um subproduto pecaminoso que, para mim é a grande parte o homossexualismo.

    Que o Senhor tenha misericórdia de nós.

    Creio na santidade, do repúdio de Deus ao pecado, mas vejo, também o Sua misericórdia, amor, e graça.

    Penso que esse trabalho com outros que enriquecerá, mas vejo um ótimo começo.

  21. Obrigada Senhor, porque ainda insistes com as nossas vidas e de uma maneira incrível continua usando teus servos para nos revelar a tua direção.

  22. COMO O MUNDO SERIA MELHOR SE TODOS PENSASSEM ASSIM. CADA UM CUIDANDO DOS PROBLEMAS DA SUA VIDA, DANDO SEUS TESTEMUNHOS E MUITAS VIDAS SERIAM TRANSFORMADAS. DEUS O ABENÇOE PASTOR

  23. O Pr. Marcelo esclarece muito bem seu ponto de vista através de seu conhecimento das Escrituras e sua fé. Mas pra quem não conhece tanto,achei fácil de entender. Também não tenho ódio, nem teria coragem para perseguições aos homosexuais, apenas não concordo com eles e principalmente quando querem se impor aos outros, como se todos fossem obrigados a aceitá-los não pela verdadeira caridade da aceitação do diferente, mas pela “lei do politicamente correto”, ou seja a hipocrisia.

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