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Destruindo as Fortalezas

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Por: Sammy Tippit

Os traços de personalidade são neutros. Porém, quando submetidos ao controle do Espírito de Deus, tornam-se qualidades de caráter incrivelmente maravilhosas. A força de vontade, sob a influência da “carne”, torna-se teimosia. Entretanto, quando essa mesma força de vontade se rende ao controle do Espírito Santo, ela se transforma em determinação.

Quando estão fora do controle de Deus, esses traços de personalidade nos impedem de ser do jeito que Deus nos criou. Sempre ouvimos: “Ele é igualzinho ao pai”, ou “Ela é a cara da mãe”. Isso pode indicar uma semelhança positiva ou pode indicar uma necessidade profunda na vida dessa pessoa. Com o tempo, algumas dessas características negativas podem se tornar fortalezas espirituais.

Quando Paulo escreve à igreja em Corinto, ele fala dessas fortalezas na vida cristã:
… não militamos segundo a carne. Porque as armas da nossa milícia não são carnais, e, sim, poderosas em Deus, para destruir fortalezas; anulando sofismas e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo. (2 Co 10.3-5)

Quando Paulo escreveu essa passagem, ele usou figuras que eram familiares ao seu contexto. Os romanos frequentemente atacavam fortes cilicianos construídos por piratas. A palavra fortalezas, usada por Paulo nesse texto, foi a mesma palavra usada para os fortes construídos pelos piratas para roubar e pilhar o povo (Estudo Vincent de Palavras no Novo Testamento). Uma fortaleza espiritual é um padrão de pensamento, emoção ou ação que permite que o grande ladrão “Satanás” roube, assalte e pilhe nossa vida. Impede-nos de alcançar um conhecimento íntimo de Deus e de fazer a sua vontade. Quando vemos tal padrão em nossa vida ou família, precisamos reconhecer que estamos em uma batalha espiritual. Devemos, então, aprender a orar de acordo.

Tipos de fortalezas

Geralmente, permitimos que fortalezas se ergam em três áreas de nossa vida. Quando nutrimos pensamentos errados por um longo tempo, surgem fortalezas mentais. Quando praticamos com insistência um comportamento errado, esses maus hábitos vão evoluir para fortalezas espirituais. Quando abrigamos sentimentos doentios, eles formam fortalezas emocionais. Quando permitimos que os maus hábitos, os maus pensamentos ou as emoções doentias se tornem fortalezas, o resultado é o mesmo. Elas nos privam de um relacionamento íntimo com Deus.

Durante a criação de nossos filhos, frequentemente vemos fortalezas em sua vida. Na realidade, costuma ser muito mais fácil perceber os fortes que os “piratas” espirituais construíram no coração deles do que reconhecer as fortalezas em nossa própria vida. Deus nos dá a responsabilidade de orar por nossos filhos quando percebemos fortalezas neles. No entanto, temos uma responsabilidade ainda maior de identificar e destruir as fortalezas em nós mesmos. Devemos aprender a discernir quando uma fortaleza está se levantando em nosso coração e mente. Geralmente, levam-se anos para construir uma. Dessa maneira, pouco a pouco a fortaleza vai se tornando parte de nossa vida diária e, portanto, muito difícil de reconhecer.

Desenvolvimento de fortalezas

Se pretendemos identificar as fortalezas em nossa vida, precisamos saber como e onde elas se originam. As fortalezas, normalmente, se iniciam de três maneiras diferentes. Primeiro, elas podem ser herdadas como defeitos que são passados pelos pais, avós e gerações anteriores. Segundo, podemos permitir a construção de fortalezas quando nos conformamos com os padrões de pensamento do mundo em vez de permitir que nossas mentes sejam “conformadas à imagem de Cristo”. Terceiro, podemos permitir a construção de fortalezas por meio das nossas escolhas.

Muitas vezes, vemos as fortalezas que são herdadas durante os primeiros anos da infância. Esse é o período de vida em que estamos mais aptos a discernir esse tipo de forte espiritual na vida de nossos filhos e netos. Devemos aprender a orar por eles e a orientá-los para que superem os padrões que estão em oposição ao conhecimento de Deus. Se nunca lidarmos com esses padrões, um dia colheremos uma safra inteira de fortalezas que os piratas espirituais construíram.

Todos nós nascemos com a natureza de Adão. Portanto, cada um de nós herdou uma inclinação natural a coisas erradas. Quanto mais permitimos que esses pecados façam parte de nossa personalidade, maior se tornará a fortaleza em nossa vida. Adão passou sua natureza de desobediência a seu filho Caim. O fruto dessa fortaleza foi que Caim matou seu irmão Abel. À medida que a humanidade se espalhou pelo mundo, o fruto do pecado de Adão se espalhou com a mesma rapidez. Podemos facilmente ver esse fruto em nossa vida e na vida de nossos filhos. É por isso que devemos orar para que conheçam a Cristo. Ele é o Homem Forte que tem a capacidade de destruir as fortalezas estabelecidas em nosso coração.

Além das fortalezas que herdamos dos pais, existe uma segunda origem de fortalezas: o mundo. Vivemos num sistema mundial que tem uma filosofia contrária à Palavra de Deus. A Bíblia nos diz: “E não vos conformeis com este século [mundo], mas transformai-vos pela renovação da vossa mente…” (Rm 12.2).

Estamos mais suscetíveis a ter esse tipo de fortaleza construída em nossa vida durante os anos da adolescência. Durante a infância, a família é a entidade mais importante em nossa vida. No entanto, os amigos passam a substituir a importância da família durante os anos da adolescência. Esse é um período extremamente difícil para os jovens. Um dos motivos para isso é que é uma época de transição. Os jovens começam a descobrir no que eles realmente acreditam. Os colegas os pressionam sempre para que se conformem com padrões que são contrários aos princípios bíblicos.

Quando nossos filhos saíram de casa para fazer faculdade, vimos suas lutas para descobrir o que realmente criam. Nós já havíamos lhes ensinado as verdades bíblicas durante seus primeiros anos. Porém, passaram por um período em que foram seduzidos pelo modo de pensar “do mundo”. Foi um momento delicado na vida deles. Minha esposa e eu acompanhamos suas tentativas de encontrar seu próprio caminho nesse período crítico. Sabíamos que a oração não era apenas uma opção; era uma necessidade absoluta. Eles chegaram a andar por caminhos errados, mas tenho certeza de que Deus usou nossas orações para trazê-los de volta a praias seguras.

Em cada período da História, surge um novo sistema de pensamento que entra em conflito com os princípios de vida divinos. A inclinação natura da juventude é provar do “novo fruto” que seus pais já conhecem, por ter a mesma “velha raiz” de pensamento: aquele que é contrário aos ensinamentos bíblicos. É por isso que Paulo disse à igreja de Corinto para que levassem “… cativo todo pensamento à obediência de Cristo” (2 Cor 10.5).

Portanto, primeiro devemos nos certificar de que não nos apegamos a nenhum processo intelectual ou filosofia que difere da Palavra de Deus. Depois, devemos orar por nossos filhos e netos para que Deus lhes dê sabedoria e discernimento para separarem o certo do errado e a verdade das mentiras.

Uma última origem das fortalezas que podemos permitir que Satanás construa em nossa vida são as nossas escolhas. Fortalezas herdadas são mais facilmente construídas e percebidas durante a infância, enquanto as fortalezas da “época” são normalmente construídas durante a juventude. Contudo, Satanás constrói fortalezas em nossa vida mais frequentemente por meio das decisões que tomamos. A maioria é construída no decorrer de um longo período. São construídas dia após dia, semana após semana e ano após ano. Tomamos decisões diárias que determinam em que tipo de pessoa nos tornamos.

Toda vez que tomamos uma decisão moral errada, é como se estivéssemos permitindo que um pirata colocasse mais uma pedra no forte. Essas fortalezas são normalmente construídas durante a vida adulta. Ninguém precisa conviver com piratas. Todos temos decisões a tomar. Podemos escolher obedecer à Palavra de Deus e trazer cativo todo pensamento à obediência à Palavra de Deus ou podemos escolher permitir que os fortes continuem a ser construídos em nosso coração.

Armas para demolir fortalezas

Todos temos importantes decisões de vida a fazer. Essas decisões determinam nossa eficiência em derrubar as fortalezas mencionadas na Bíblia. Deus nos deu a capacidade de destruir qualquer forte que o pirata mais poderoso já tenha construído em nossa vida. Ele nos dá armas que são “poderosas em Deus para destruir fortalezas” (2 Co 10.4). A primeira arma talvez seja a mais poderosa que você irá utilizar em toda sua vida: a oração. A oração é a grande tarefa à qual todo cristão foi chamado. Oswald Chambers escreveu: “A oração não nos equipa para as ‘obras maiores’. Ela é a maior obra de todas”.

A Bíblia declara claramente o propósito eterno de Deus para nossa vida: “Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho…” (Rm 8.29). O desejo do coração de Deus é que nos tornemos iguais a Jesus. Quando a paixão de nossa vida se alinha com a paixão do coração dele, podemos nos colocar de lado e ver Deus fazer coisas extraordinárias. Ele transforma o negativo em positivo, erros em acertos e fortalezas ocupadas por piratas em templos cheios do seu Espírito.

Isso nos leva à segunda arma de nossa guerra: o Espírito Santo. A oração nos dá acesso ao trono de Deus onde ele mantém todo poder e autoridade. O Espírito Santo é parte da natureza trinitária de Deus que habita em cada cristão. Ele transporta o poder do céu ao nosso coração para sermos conformes à imagem de Cristo. O apóstolo João escreveu: “Filhinhos, vós sois de Deus e tendes vencido os falsos profetas, porque maior é aquele que está em vós do que aquele que está no mundo” (1 Jo 4.4).

Muitos anos atrás, um grande pregador proclamou o Evangelho, e uma jovem entregou seu coração a Cristo. Ao término da reunião, o pregador perguntou à jovem: “O que você fará quando o diabo bater na porta do coração?” A jovem parou e pensou antes de responder: “Eu acho que só vou pedir para Jesus atender a porta”.

Ela compreendeu uma grande verdade bíblica. A vitória não está no nosso poder, mas no poder daquele que vive em nós. Ele é nossa força. Ele é nossa fortaleza. Ele é a rocha da nossa salvação. Ele é aquele que nos leva a vencer.

A oração nos dá acesso ao trono de Deus e nos permite tomar posse do poder e da autoridade de Cristo. O Espírito Santo habita em nós e nos dá poder para demolir as fortalezas. A oração libera o Espírito Santo para nos tornar iguais a Cristo.

Levar cativo todo pensamento

Paulo, o grande apóstolo, escreveu: “… não vos conformeis com este século [mundo], mas transformai-vos pela renovação da vossa mente..”. (Rm 12.2). Todos temos acesso a tudo de que precisamos para demolir todas as fortalezas. Contudo, ainda temos uma escolha a fazer. Devemos levar cativos todos os pensamentos à obediência de Cristo.

Quando escolhemos colocar nossa vida à disposição de Deus por meio da oração e do poder do Espírito Santo, ele renova nossa mente e reaviva nosso coração. Tornamo-nos mais parecidos com Cristo. E à medida que vemos a vitória em nossa vida, a fé vai soprar sobre nós como uma brisa gentil num dia quente e sufocante, renovando nosso coração e vida.

O coração reavivado vai, então, orar por aqueles que estão ao seu redor. Maridos e esposas, filhos e pais, irmãos e irmãs, e tios e tias vão sentir o impacto das fortalezas sendo demolidas e dos fortes sendo destruídos. Começaremos a perceber que Deus é capaz de desfazer as fortalezas em nossa vida, e isso nos dará fé para confiar nele para fazer o mesmo no coração daqueles a quem tanto amamos. Quando nos voltamos a Deus em oração, descobrimos que sua força se aperfeiçoa em nossa fraqueza (2 Co 12.9), e as paredes das fortalezas ruirão.

Adaptado e usado com permissão do livro “Praying for Your Family: An Eternal Legacy” (Orando por sua família: um legado eterno), de Sammy Tippit. Copyright 2006. Acesse www.PrayingForYourFamily.org para maiores informações sobre o livro e materiais de estudo que acompanham.

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10 respostas

  1. Cada vez que leio o Arauto me edifico… Estudos profundamente baseadas na Palavra de Deus! Esse estudo com certeza não fugiu da regra!

  2. Logo no início da leitura percebi que o autor sabia do que se propôs a fazer e no percurso da leitura, só fui confirmando minha percepção inicial. O estudo é muito bom, profundo e de ótima reflexão para nós.

  3. As fortalezas que Paulo aborda são falsos ensinos, doutrinas, (evangelho da circuncisão), pensamentos, sofismas, que muitas das vezes aprendemos em diversas denominações (instituições) que não tem nada com o evangelho da graça), que o apóstolo Paulo pregava.
    Resumo aqui é uma guerra do evangelho da circuncisão x incircuncisao.
    Isso abrange toda lei mosaico…
    Cristo é o fim da lei!!!
    Salvação é só por fé!!
    Não por obras!!!
    Esforço próprio!!!
    Mérito próprio!!!
    As obras do Espírito são outra coisa!!!

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