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Desce, Senhor! Esperamos Por Ti!

Por: Roger Ellsworth

“Quando fizeste coisas terríveis, que não esperávamos, desceste e os montes tremeram à tua presença. Porque desde a antigüidade não se ouviu, nem com ouvidos se percebeu, nem com os olhos se viu Deus além de ti, que trabalha para aquele que nele espera” (Isaías 64.3,4).

Duas coisas devem estar indiscutivelmente claras até agora. Primeiro, que Deus tem poder. Não se engane sobre isto. Isaías falou dos montes que tremiam, das nações se abalando, e do fogo inflamado (64.1,2). Tais expressões seriam singularmente inapropriadas se Deus de fato não tivesse poder. Verdadeiramente, ele é o Deus das “coisas terríveis” (v. 3).

Segundo, que precisamos do poder de Deus. A igreja é absolutamente incapaz de sustentar a si própria. Ela não consegue nem mesmo revitalizar sua própria vida, muito menos fazer com que pecadores conheçam a vida de Deus. Sem Deus, seu destino não passará da ineficácia moribunda. “Tudo é em vão, a menos que o Espírito Santo desça…” escreveu um compositor de hinos. Nisto estava com toda a razão.

O poder de Deus e nossa necessidade – às vezes parece haver um abismo intransponível entre os dois. E se não tivermos cuidado, podemos colocar a culpa em Deus. Podemos ir por aí, sentindo pena de nós mesmos, achando que nossa sorte é conseguir apenas alguns miseráveis favores de um Deus relutante e mesquinho.

O problema, de acordo com a Bíblia, não está do lado de Deus. Este mesmo Profeta Isaías nos diz: “Por isso o Senhor espera (ou anseia), para ter misericórdia de vós, e se detém para se compadecer de vós” (Is 30.18). O salmista o expressa desta forma: “Como é grande a tua bondade, que reservaste aos que  te temem, da qual usas, perante os filhos dos homens, para com os que em ti se refugiam!” (Salmos 31.19). Versículos como estes levaram o grande pregador Charles Spurgeon a exclamar:
“Deus está pronto para ajudar. Ele tem tudo preparado antes mesmo de sentirmos necessidade. Ele tem um depósito de provisões para todas nossas faltas. Antes de apresentarmos nossas orações, ele já tem a resposta pronta…”

Se o problema não está com Deus, então quem sobrou? Nós! Se não estamos experimentando o poder de Deus, é porque não estamos utilizando o canal que Deus proveu para recebê-lo. Que canal é este? Está bem aqui na oração de Isaías. O profeta diz que Deus age em favor daquele “que nele espera” (v. 4). Esperar em Deus, então, é a ponte entre o poder de Deus e nossa necessidade.

Se esta é de fato a situação, devemos procurar entender o que está envolvido neste assunto de esperar em Deus. Três elementos básicos fazem parte de esperar no Senhor. O primeiro é:

I. Expectativa

Um espírito de expectativa consiste de confiança e esperança jubilosa. Vamos pensar sobre a questão de confiança. Quando esperamos por alguém, é porque temos a segurança ou confiança de que aquele indivíduo chegará numa determinada hora e num determinado lugar. Se esta segurança não for bem fundamentada, seremos desapontados. Algumas pessoas têm o terrível hábito de ignorar seus compromissos.

Mas Deus não é alguém que quebra compromissos ou promessas. Seu caráter é de total confiabilidade e fidelidade (Lm 3.22,23). Não seremos desapontados se esperarmos por ele. Como sabemos que isto é verdade? Porque Deus tem demonstrado sua fidelidade durante toda a história. “Tu desceste”, clama o profeta. Ele está pensando das épocas na sua história quando Deus visitou seu povo em grande poder e fez coisas terríveis e espantosas (Êx 34.10; Jz 5.4), coisas que não esperavam.

Aí está a razão por que podemos esperar que Deus desça. Ele já desceu antes. Estude a história da igreja, e verá que é verdade. A história da igreja está repleta de períodos de avivamento em que o Senhor visitava e revigorava seu povo. No século XVIII, multidões foram profundamente despertadas pelas pregações de Jonathan Edwards, George Whitefield, e outros. Em 1858, chamas de avivamento começaram em Nova Yorque sob a liderança de leigos como Jeremias Lanphier. Estima-se que este despertamento resultou em um milhão de conversões.

Desde então já houve outras visitações significativas. Li recentemente uma reportagem de jornal sobre um des pertamento em Denver, Colorado, nos EUA, em 1905, através da pregação de Wilbur Chapman. O jornal colocou esta manchete no dia 20 de janeiro de 1905: “Cidade Inteira Pára para Orar Até no Horário Nobre do Comércio, Elevando a Alma Acima dos Pensamentos Sórdidos”. Abaixo havia uma manchete menor: “Surto Impressionante de Sentimento Evangélico Provocado por Avivamento”.

A história da igreja é a história de avivamentos em que Deus demonstrou vez após vez sua disposição de revigorar seu povo. À luz destas coisas, eu digo, podemos esperar com confiança no Senhor.

Mas expectativa também traz a idéia de esperança jubilosa. Não é simplesmente uma questão de crer que Deus realmente agirá em favor do seu povo quando este espera nele, mas de realmente ficar na ponta dos dedos, esticando o pescoço, para ver a promessa se cumprir.

Temos razão para nos encher com esperança jubilosa. Isaías disse que ouvidos não ouviram, nem olhos viram um Deus como nosso Deus. Ele sempre faz o inesperado. Esperar nele para que desça e nos visite significa que esperamos que ele faça o inesperado. Deus sempre faz muito além dos nossos maiores sonhos. Assim como a criança aguarda com ansiedade o Natal, devemos aguardar com esta esperança jubilosa a ação de Deus para revigorar sua obra.
E agora temos um outro aspecto de esperarem Deus…

II. Singeleza

Não sei sobre você, mas quando estou esperando por alguém, não consigo pensar em outra coisa. Há um elemento de concentração envolvido nisto. Você não consegue fazer muitas outras coisas quando está esperando.

Este mesmo elemento entra na nossa espera por Deus. Temos que deixar de lado tudo que nos distrairia da nossa espera. G. Campbell Morgan mostra que no hebraico há uma afinidade entre a palavra “esperar” e a palavra “entrincheirar”. Ele sugere que esperar significa nos entrincheirar em Deus, ou cavar um lugar para nós em Deus.

Isto obviamente não significa que deveríamos deixar todas nossas preocupações naturais e normais. Houve épocas em que os cristãos achavam que tinham de pedir demissão dos empregos e simplesmente “aguardar” a volta do Senhor. Mas significa que esperar em Deus por avivamento nunca deve estar muito longe das nossas mentes. Quando há um calmaria nas atividades do dia, nossas mentes devem naturalmente gravitar para esta área vital.

Sugiro que este assunto de excluir distrações implica numa quietude diante do Senhor. Considere estas palavras do profeta Jeremias: “Bom é o Senhor para os que esperam por ele, para a alma que o busca. Bom é aguardar a salvação do Senhor, e isso,  em silêncio (Lm 3.25-26).

Veja, o perigo neste assunto de buscar avivamento é tentar criá-lo por nós mesmos, ao invés de esperar no Senhor para trazê-lo. Acontece mais ou menos assim. Começamos a conversar sobre avivamento, e estipulamos até uma época quando gostaríamos que o avivamento viesse. Se até esta data não tivermos visto nenhuma evidência real de avivamento, a tentação é produzir por nós mesmos algo que podemos pelo menos chamar de avivamento. Existe uma filosofia por aí nos últimos anos que diz o seguinte: “Faça alguma coisa, mesmo se estiver errado”. E igrejas têm feito muita coisa errada no seu desejo febril de alcançar bons resultados.

Tudo isto é contrário à quietude de esperar. Quietude diante de Deus significa reconhecer nossa falta de sabedoria e poder, e confiar somente em Deus. Nossa força natural nos protege de vacilar, ou de demonstrar fraqueza, mas não produz a obra de Deus, e torna a verdadeira atividade do Espírito impossível, no momento em que Deus decide agir. Em outras palavras, tem de haver um profundo senso de humildade para podermos realmente esperar em Deus. Tantas pessoas dão a idéia de que intimidade com Deus é demonstrada por atitudes de autoconfiança e arrogância.

Como precisamos ouvir o que as Escrituras dizem: “Porque assim diz o Alto, o Sublime, que habita a eternidade, o qual tem o nome de Santo: Habito no alto e santo lugar, mas habito também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos e vivificar o coração dos contritos” (Is 57.15).

A quem Deus está procurando vivificar? Não aos arrogantes ou ostentadores, mas àquele que está esperando em silêncio e submissão por Deus.
Finalmente, esperar no Senhor envolve…

III. Paciência

Mencionei a tendência de marcar um tempo para a chegada do avivamento. Ainda não aprendemos que esperar no Senhor significa olhar com paciência para ele, até que ele decida que é hora de agir. Há algumas coisas que simplesmente não podem ser apressadas.

O apóstolo Tiago nos lembra da paciência do agricultor: “Eis que o lavrador aguarda com paciência o precioso fruto da terra, até receber as primeiras e as últimas chuvas. Sede vós também pacientes, e fortalecei os vossos corações, pois a vinda do Senhor está próxima” (Tg 5.7,8).

Nossa impaciência nas coisas espirituais me faz lembrar de Abraão. Você se recorda que Deus lhe prometera dar um filho como herdeiro. Como estava ficando avançado na idade, parecia-lhe cada vez mais impossível acreditar que seria pai. Então tomou as rédeas nas suas próprias mãos; através da criada da sua esposa, teve um filho ao qual deu o nome de Ismael. Mas Deus não estava contente, e Ismael só lhe causou dor. No tempo determinado por Deus, Isaque nasceu.

Quantas vezes repetimos o erro de Abraão. Sem querer esperar em Deus, tomamos o controle em nossas próprias mãos, para depois descobrir por nós mesmos que nossos Ismaéis só nos trazem angústia. Nós conseguimos gerar Ismaéis, mas só Deus pode gerar um Isaque. Se esperarmos em Deus com paciência, receberemos o melhor de Deus; se corrermos na frente de Deus, recebemos o fruto amargo das nossas próprias obras.

Podemos até criar bastante agitação, e chamá-la de avivamento, mas só Deus pode gerar um verdadeiro avivamento.
Nossa necessidade, então, é de esperar no Senhor. Devemos esperar com expectativa. Devemos excluir todas as distrações. Devemos ser pacientes. Que as palavras do salmista sejam nosso lema nestes dias:

“Espera pelo Senhor, tem bom ânimo, e fortifique-se o teu coração; espera, pois, pelo Senhor” (Sl 27:14).

Esta série continua no próximo número.

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