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Veredicto Que Exige Prova

Por Charles Colson e Anne Morse

Recentemente, diante da crescente demonstração de força dos conservadores religiosos nas eleições e em outros aspectos da sociedade norte-americana, Garry Wills, escrevendo no importante jornal The New York Times, comparou esse grupo aos muçulmanos radicais e lançou uma pergunta em tom de zombaria esnobe: “Uma nação que crê com mais fervor no nascimento virginal do que na evolução ainda pode ser chamada de iluminista?”

Eis uma pergunta interessante, considerando a mão de ferro que há um século os evolucionistas vêm impondo às nossas instituições educacionais. E, à primeira vista, parece mesmo estranho que os americanos – que estão entre os povos que recebem melhor educação e contam com os maiores avanços tecnológicos no mundo – prefiram as histórias miraculosas às versões científicas.

Mas será mesmo verdade que existe tão pouca evidência em favor dos milagres bíblicos, e tão abundantes provas do lado da evolução naturalista?

Como observa o historiador Paul Johnson, o cristianismo é uma religião histórica que lida com fatos e provas. Um desses fatos é que Jesus, o Filho de Deus, nasceu de uma virgem, em um tempo e um lugar determinados. Johnson cita as crescentes descobertas arqueológicas que quase universalmente apóiam os relatos bíblicos. E nota que a vida de Jesus é mais bem autenticada que a de outras figuras da Antigüidade, como Aristóteles e Júlio César. De acordo com ele, “não são mais os crentes, mas os céticos, que devem temer as novas descobertas científicas”.

Isto tudo é ótimo, mas no mínimo o darwinismo já foi provado empiricamente, certo?

Errado. É verdade que existem provas de que tenha ocorrido evolução dentro de uma espécie – mas os registros fósseis não mostram que uma espécie sequer tenha se transformado em outra, como Darwin predisse com tanta certeza. Essa falta de provas não passou despercebida pelo sociólogo Rodney Stark, que não defende nem o evolucionismo nem o Desenho Inteligente; pelo contrário, ele se define como um mero estudioso que está seguindo as evidências para onde quer que essas o conduzirem. Em seu livro For the Glory of God (Para a Glória de Deus), ele oferece provas retumbantes de que os darwinistas foram encobrindo falhas cada vez maiores em sua teoria. E conclui que a batalha pelo evolucionismo não tem sido uma luta de “heróicos” cientistas se defendendo contra a perseguição de fanáticos religiosos. Ao contrário, desde o início “foi o evolucionismo que armou um ataque contra a religião, desfechado por ateístas militantes, que se vestiram no manto da ciência num esforço de refutar todos os argumentos religiosos a favor de um criador – ataque que muitas vezes acabou se revelando como uma tentativa de suprimir qualquer crítica científica à teoria de Darwin”.

Os darwinistas convictos continuam essa estratégia até hoje. Por exemplo, há nove anos, o bioquímico Michael Behe publicou Darwin’s Black Box (A Caixa Preta de Darwin), em que argumenta que estruturas complexas, como as proteínas, não podem ser montadas de pouco em pouco, com um aperfeiçoamento gradual de função. Ao contrário, funcionam como uma ratoeira, em que todas as partes – a plataforma, a mola, a alavanca e a armadilha – devem ser montadas simultaneamente, ou a proteína não funcionará.

A tese de Behe foi contraditada pelo maior especialista do país em estrutura celular, o Dr. Russell Doolittle, da Universidade da Califórnia em San Diego. Doolittle citou um estudo sobre flebotomia no jornal científico Cell, que supostamente invalidava a tese de Behe. Este leu imediatamente o artigo e verificou que o estudo provava exatamente o contrário, apoiando sua teoria. Behe procurou Doolittle, que reconheceu em particular que estava errado – mas não aceitou fazer uma retratação pública.

Então, quem é que está de fato apagando o Iluminismo? Aqueles que nos convidam a seguir as provas aonde quer que nos levarem – ou os outros que pedem que as ignoremos? As pessoas que aceitam que tanto a evolução quanto o Desenho Inteligente sejam ensinados nas escolas, com todos os seus pontos fortes e fracos – ou os que tentam fazer calar qualquer discordância?

As evidências em favor do Desenho Inteligente estão se tornando tão persuasivas que o filósofo britânico de 81 anos, Anthony Flew, um antigo ateísta que já debateu com C. S. Lewis sobre a existência de Deus, recentemente admitiu que um Deus criador deve existir.

Em última análise, qualquer observador objetivo concluirá que tanto a crença bíblica quanto a cosmovisão naturalista requerem fé. A questão não é ciência contra fé, mas ciência (Evolução) contra ciência (Desenho Inteligente), e de uma fé versus a outra sobre a forma como o universo e a vida passaram a existir.

Voltando, então, à pergunta de Garry Wills – somos mesmo tão obscurantistas por rejeitar a teoria de Darwin em favor da doutrina cristã?

Exerci a advocacia por muitos anos, acalentando o sonho de todo advogado, de um dia poder defender uma causa no Supremo Tribunal. Eis a causa em que mais gostaria de atuar: defender o consenso comum contra o Establishment darwiniano.

Publicado originalmente no periódico Christianity Today, na edição de abril de 2005 (Vol 49, nº 4).
Todos os direitos pertencem a Christianity Today.
www.christianitytoday.com

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