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The Call (O Chamado)

Por: Rosane Walker de Abreu

Durante o Reveillón de 2002/2003 participei de uma conferência de jovens chamada One Thing (Uma Coisa) juntamente com um evento chamado The Call (O Chamado) em Kansas City, no estado do Kansas nos Estados Unidos. Eu estava sentindo um imenso desejo de estar presente durante esses eventos e tinha certeza que seria uma bênção, mas não sabia exatamente o que aconteceria ali.

Como uma jovem cristã, cujo maior objetivo é amar a Deus e conhecê-lo cada dia mais, sempre me sinto atraída a eventos como esses, onde milhares de jovens apaixonados por Jesus se reúnem sem interesses próprios, somente com o propósito de buscar a face de Deus. Nestes dias atuais, de jovens cristãos que não têm compromisso, não conhecem sua identidade em Cristo e não se interessam em viver para Deus, é extremamente encorajante ver que existem, sim, milhares de jovens espalhados pelo planeta que sabem quem são, conhecem o seu pastor, ouvem a sua voz e o seguem de todo o coração.

Quando cheguei em Kansas City, meu conhecimento sobre o The Call era limitado. Tudo que sabia era que estaríamos reunidos do meio-dia à meia-noite, no dia 31 de dezembro, e que seria um dia de oração e jejum. Imaginei que teríamos muitos intervalos durante o dia para descansarmos e que seria muito cansativo e chato. No fundo, não acreditava que seria possível manter 20.000 jovens dentro de um auditório, orando por 12 horas seguidas.

Como agora possuo mais informações do que quando cheguei em Kansas City, vou fazer uma pequena pausa para dar uma breve explicação sobre o que é este movimento do The Call, antes de continuar meu relato.

O The Call começou em Washington D.C., em setembro do ano 2000, e depois continuou por diversas cidades dos EUA e outros países. A publicidade do evento é feita intencionalmente de forma que as pessoas não saibam com antecedência quem estará dirigindo o louvor ou que preletores estarão presentes. O site do The Call (www.thecallrevolution.com) descreve seus eventos assim: “The Call não é um festival, é um jejum”. Sabemos que milhares iriam a um festival de música de superstars cristãos. Somos uma geração que busca e idolatra celebridades, mas Deus está levantando uma geração sem face, nem nomes, uma geração apaixonada somente por Jesus. O propósito do The Call é justamente esse, reunir pessoas de diversas idades, denominações, culturas, níveis de educação e níveis econômicos, que amam a Deus e que têm verdadeiro peso pelas almas. Cada evento tem o foco em arrependimento, reconciliação e avivamento, e ao mesmo tempo intercede pelas necessidades específicas da área geográfica onde se encontra.

Várias palavras proféticas foram da das especificamente sobre o evento em Kansas City, anteriormente à sua realização no dia 31 de dezembro.

Esse evento foi chamado “A pérola de grande valor” e foi dito que seria o dia em que ouviríamos o chamado para retornar ao nosso primeiro amor – a Jesus, o Noivo.  Um dos organizadores do evento disse: “Não podemos ir adiante e tentar lidar com os problemas de imoralidade, materialismo e aborto, que serão os temas dos próximos três Calls agendados, se não tivermos uma paixão despertada dentro de nós, que seja mais forte que essas outras três forças. Esta paixão é o primeiro amor”.

Outras palavras foram dadas mencionando que esse evento seria um “casamento” simbólico, porém poderoso, entre Jesus e esta geração chamada por alguns de geração X. Através desse “casamento”, Deus traria um avivamento que afetaria toda a nação. “Sem intimidade, como estaremos inspirados a orar e interceder de acordo com o que está no coração de Deus? E sem inspiração para orar e interceder, como teremos avivamento nessa nação?” (Jon Hamill)

Continuando minha história, cheguei ao centro de convenções ao meio-dia, onde encontrei milhares de pessoas que haviam chegado às 10:30 da manhã para um tempo extra de louvor, antes do evento principal. Senti-me um pouco menos “crente” que eles, mas como ainda teria 12 “longas” horas de oração, intercessão e louvor pela frente, achei que era “crente” o suficiente.

Por favor, entendam o meu humor nessa última frase. Quando paro para pensar, às vezes, é realmente engraçado como nos comparamos com os ou tros e medimos nossa espiritualidade com padrões ridículos, como se Deus não conhecesse as verdadeiras intenções dos nossos corações.

Começamos o evento com louvor, intercalado com diversas orações e tempos de intercessão em favor de temas específicos. Para minha surpresa, as horas passaram literalmente voando. Cada vez que lembrava de olhar no relógio, 2 ou 3 horas já haviam passado e parecia que eu tinha acabado de chegar.

Um dos líderes do The Call, Che Ahn, dirigiu-nos num tempo de arrependimento e reconciliação entre gerações. Ele fez uma oração de arrependimento da sua geração, por terem aberto as portas à revolução sexual e às drogas, e pelos erros cometidos como pais. Ele contou uma história de reconciliação que ocorreu com seu próprio pai, onde Deus liberou muito perdão para sua vida e para sua família. Sua filha dirigiu uma oração de arrependimento pela rebelião, imoralidade, pecado e falta de perdão da sua geração.

Houve também orações de arrependimento pelo racismo, oração por avivamento e pelos governantes, assim como orações em grupo pela juventude e pelas escolas. Tivemos momentos de oração sobre chamados específicos que Deus estava colocando em cada coração, ao ministério, às missões ou para evangelizar o mundo dos negócios ou das artes. Oramos também pelos enfermos presentes e muitos foram curados. Realmente foram horas poderosas onde o mundo espiritual foi abalado.

Por incrível que pareça, após horas de oração e louvor, todos continuavam animados e com energia. De vez em quando, sentávamos e descansávamos um pouco, mas não fizemos nenhum intervalo. Tenho certeza que todos sentiram o cansaço chegar em certos momentos, mas, sobrenaturalmente, sabíamos que era muito importante o que estávamos fazendo e não queríamos perder nenhum momento.

O louvor foi dirigido por diversos líderes de adoração, na sua maioria do ministério “Casa Internacional de Oração em Kansas City” (IHOP). Eles adoram a Deus com cânticos proféticos e repetem versos da Bíblia várias vezes, até que as palavras fiquem gravadas para sempre na sua mente. As vozes eram lindas e a presença do Espírito Santo tão forte e doce, que senti como se pudesse viver ali para sempre. Penso que talvez tenha experimentado uma fração minúscula do sentimento que terei, quando, finalmente, estiver por toda eternidade diante do trono de Deus, adorando-o.

Nos dias anteriores ao The Call, durante a conferência de jovens que estava acontecendo no mesmo local, tive a oportunidade de ouvir várias palavras sobre o livro de Cantares, interpretado como uma canção de amor entre Jesus e sua Noiva, a igreja. Foi como se Deus estivesse colocando mais lenha numa fogueira no meu coração e estivesse me preparando para o que estava para acontecer depois.

Uma das coisas que o grupo de louvor cantou muito, durante o tempo de adoração, foi a frase: “Teremos um casamento”. Eu não entendi muito o porquê da canção, mas pensei que estavam se referindo ao momento da volta de Jesus, quando haverá o casamento dele com a igreja. Só entendi mesmo o que estava para acontecer, quando Mike Bickle (diretor da IHOP) explicou que faríamos um casamento simbólico entre Jesus e nós, durante o evento, e que todos (que quisessem e estivessem prontos) passariam em baixo de um pano, como nos casamentos israelenses, e repetiriam os votos de matrimônio.

Comecei a sentir um friozinho no meu estômago. Pensamentos começaram a passar pela minha mente: “Eu sei que amo a Jesus, mas será que posso prometer ser fiel a ele, e somente a ele, para todo o sempre?  Serei capaz de colocá-lo sempre acima de tudo? Será que poderei cumprir minha promessa? Eu sei que ele cumprirá todas as suas promessas, mas eu necessitaria da ajuda dele para cumprir as minhas.”

O peso dos votos fez minhas mãos suarem frio e meu coração bater mais forte. Esse seria o momento em que me comprometeria a ter mais intimidade com o amado de minh’alma. Eu sabia que era isso que meu coração ansiava, mais que tudo. Assim, foi com grande entusiasmo e temor que eu disse SIM!  Nem sei descrever o entusiasmo que encheu o lugar. Terminamos a noite e entramos em 2003 com muito louvor e alegria.

Já se passaram alguns meses desde meu “casamento”. A cada dia que passa e quanto mais conheço a Jesus, meu amor por ele se torna mais forte. Cada dia, vejo mais e mais sua beleza, sua fidelidade e seu cuidado por mim. Ele está chamando pessoas que queiram fazer parte da sua noiva e que o sirvam com 100% de suas vidas.  O seu amor é melhor que todos os prazeres dessa vida. Ele anseia ouvir sua declaração de amor e deseja estar ao seu lado. Servi-lo vale a pena.

Rosane Walker de Abreu é fotógrafa, reside na região metropolitana de Dallas, TX, e participa da igreja Harbor Point Community Church.  Coordena viagens missionárias ao México e trabalha como assistente ao pastor de jovens e adolescentes de sua igreja.

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