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Série “Preparando a Família” – Parte 8 – A Família no Reino Milenar Messiânico

Por: Pedro Arruda

Num cenário em que todas as nações eram rebeldes e seguiam o príncipe deste mundo, Deus formou a nação de Israel para contrastá-la com as demais. Sua missão seria amar e obedecer ao Senhor, servir de luz para iluminar os povos e revelar o Deus que se manifestava a ela. As implicações para a família seriam muito amplas, pois a nação foi constituída, organizada e mantida com base nela.

Muitas vezes, Israel se opôs à sua missão e ao objetivo de sua constituição, rejeitando com isso o próprio Senhor. No monte Sinai, recusou-se a ouvir a Deus e propôs a intermediação de Moisés. Mais tarde, pediu que Samuel lhe constituísse um rei para ser como as demais nações. Por fim, rejeitou o próprio Messias ao não receber Jesus Cristo como Filho de Deus.

Entretanto, Deus não desistiu de seu objetivo e continua comprometido com sua palavra e com suas promessas. Embora Israel tenha sido espalhado pelo mundo por diversas vezes, nunca deixou de ser o povo dele. O plano divino é reunir toda a nação novamente na Terra Prometida e obter a obediência esperada, sob o governo do Messias, para que possa, efetivamente, liderar todas as demais nações a servir ao Senhor.

Consumação do plano de Deus

Haverá uma época em que o propósito de Deus revelado na Bíblia prevalecerá. Foi para prover essa condição que Jesus encarnou, morreu e ressuscitou. Como Moisés procedeu, ao sair do Egito sem fazer qualquer concessão ao faraó, nem deixar parte alguma do povo ou dos rebanhos, toda a criação será redimida na etapa final da obra de Jesus; nada ficará abandonado para trás.

Esse período em que Israel, sob o governo messiânico, liderará as demais nações na Terra é identificado como Reino Milenar Messiânico; é o mesmo em que os ressuscitados e transformados pela ocasião da volta de Cristo reinarão com ele.

Tudo o que foi prometido a Israel será cumprido plenamente durante o Reino Milenar Messiânico. Nesse período, a lei será observada espontaneamente com base na força da graça. A vontade de Deus não será considerada um fardo contraposto à vontade das pessoas, mas desejada como a melhor coisa à semelhança do que disse repetidamente o salmista no Salmo 119.

No Monte das Bem-Aventuranças, Jesus repassou a lei descartando sua anulação e enfatizando seu cumprimento; ao deslocá-la para dentro do coração, afirmou que sua observância deveria dirigir não apenas nossos atos, mas também as nossas intenções. Trata-se de educar a intenção, e não apenas de abortar a ação. Assim, o homem jamais deveria ter a intenção de matar, roubar, cobiçar, desejar a mulher do outro ou desprezar a sua própria, pois essas intenções contrariam as de Deus a nosso respeito.

É para essa forma de obediência que Israel conduzirá as demais nações num período em que se viverá sob as condições ideais na Terra, conforme Deus propôs no início, com implicações diretas para a família, que assumirá definitivamente a base de toda a sociedade.

Plano de Deus para a família

Deus desejou que Israel se organizasse com base na família para que viesse a se constituir numa nação líder sobre as demais. Para tanto, estabeleceu uma série de leis de proteção à família. Algumas estão presentes de maneira explícita nos dez mandamentos, como de honrar aos pais e não desejar a mulher do próximo, enquanto as demais também proporcionam a proteção indiretamente quando ordenam a não roubar, matar, cobiçar o alheio etc. Depois, quando se tratou de detalhar a lei, houve o cuidado de proibir incestos e toda espécie de prática sexual ilícita, além de, também, proteger as viúvas e os órfãos. Em última análise, Deus deseja que ninguém fique sem família, pois “faz com que o solitário habite em família” (Sl 68.6). As leis de economia também visavam à proteção social, pois limitavam o empobrecimento e não permitiam que a escravidão se tornasse definitiva devido ao ano do jubileu.

A relação entre Cristo e a Igreja era prefigurada nos matrimônios anteriores à encarnação e serve, também, de modelo para a subsistência dos matrimônios posteriores. Por isso é que Deus se mostra tão irado ao dizer que odeia o divórcio, pois traz à memória a infidelidade do seu povo a ele.

A Terra será repovoada durante o Reino Milenar Messiânico. Essa tarefa será levada a efeito por meio da família idealizada por Deus. Segundo a Bíblia, ela tem as seguintes características:

• constituída a partir de um casal;

• patriarcal, ou seja, liderada pelo marido;

• baseada na aliança de plena fidelidade;

• o marido ama a esposa, como a própria carne, numa figura do amor de Cristo pela Igreja;

• a esposa é submissa ao marido;

• considera a procriação como finalidade do casamento;

• única condição legítima para o relacionamento sexual entre marido e esposa;

• não há casamento entre familiares próximos;

• é acolhedora, especialmente quanto aos necessitados, como órfãos, viúvas e estrangeiros.

Essa família constituirá uma nova sociedade que viverá de acordo com os mandamentos, como aqueles em que os filhos honrarão os pais, seguindo seu exemplo, inclusive quanto ao casamento e modelo de família. Da mesma sorte, as mulheres desposadas serão respeitadas, não sendo desejadas ou assediadas pelos homens. Em contraste com a sociedade atual, que milita em muitos sentidos contra a família, a sociedade do Reino Milenar, juntamente com toda a criação redimida, agirá em favor da família, pois reconhecerá nela sua verdadeira base de sustentação.

Um vislumbre do futuro

Imagine uma família em que o marido, depois de ter deixado pai e mãe, se une à esposa para sempre, considerando-a como se fosse a própria carne e amando-a a tal ponto que faz lembrar o amor de Cristo pela Igreja, pela qual deu sua vida. A esposa, por sua vez, completamente encantada com o amor recebido, sentindo-se completamente cuidada e segura, entrega-se em submissão ao marido com total confiança, sabendo que ele sempre escolherá a melhor opção para lhe agradar.

A liderança patriarcal de alguém que nunca desejou outra mulher é um exemplo para os filhos, que sentem segurança na total fidelidade entre os pais e os honram com muito orgulho. Sempre presenciaram a atitude de generosidade. Além de cuidar do sustento da família, os pais ainda atendem a todos os que os procuram e, não raramente, hospedam até mesmo desconhecidos.

Esse estilo não egoísta de família, aberta às necessidades alheias, demonstra que não se trata de uma família que só existe nos sonhos ou nas propagandas de margarinas. Dentro desse ambiente de segurança, os filhos jamais precisarão procurar alternativas para resolver as dúvidas existenciais, pois seus pais suprem todas as suas necessidades com a fé. Resta a esses filhos sonhar em constituir, um dia, o próprio lar para dar aos filhos o mesmo que receberam de seus pais.

Outra característica será a presença constante de algumas pessoas com o corpo incorruptível, ou seja, não sujeito à matéria nem ao tempo. Trata-se daqueles participantes da primeira ressurreição ou que foram transformados ainda vivos por ocasião da volta de Cristo. Esses exercerão o reinado com Cristo, com a função principal de orientar para que ninguém se desvie da vontade do Senhor, mas aja de maneira aliada ao governo do supremo Rei. O melhor exemplo para entender como será o ministério desses incorruptíveis é o do próprio Jesus durante os 40 dias entre a ressurreição e a ascensão.

Assim como a família de Noé foi imprescindível para formar a nova civilização pós-diluviana, da mesma forma as famílias sobreviventes que entrarão no período do Reino Milenar Messiânico terão papel essencial para repovoar a Terra com pessoas que tenham mentalidade adequada ao propósito de Deus nesse período. Não podemos ignorar que os judeus em submissão ao Messias serão o povo mais preparado para essa missão. Afinal, uma das missões abraâmicas é a de ser uma grande nação com a casa ordenada no caminho do Senhor, praticando justiça e juízo (Gn 18.18,19).

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3 respostas

  1. Irmão, que precisão cirúrgica! Graças a Deus pelo cumprimento de sua palavra: “(…) para que o Deus e pai do nosso Senhor Jesus Cristo, o pai da glória, vos conceda espírito de sabedoria e de revelação, iluminando os olhos do vosso entendimento (…)”.

  2. AO QUE VIVE, REINA E REINARÁ PARA TODO O SEMPRE. JESUS, O CRISTO, SEJA O LOUVOR, A HONRA E A GLÓRIA!
    Creio plenamente nesta Palavra, excelente abordagem…
    Pr. Pedro – Nova Friburgo/RJ

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