Por Susana Walker
Renunciar, ser confrontado, abrir mão, entregar tudo, fechar negócios com Deus – todas as mensagens do encontro foram nessa mesma direção. Em alguns momentos, com muita emoção, choro e quebrantamento; em outros, com sobriedade e “pés no chão” – decisões foram tomadas!
Mesmo antes do encontro, vínhamos sentindo que Deus está gerando, moldando, preparando essa geração, longe de todos os olhos. Ele a tem escolhido, da mesma maneira que escolheu a vida de Samuel e João Batista. Ele a tem chamado para caminhar por lugares nunca dantes percorridos e para refletir sua glória de maneira ainda não vista em nenhuma outra geração . Mas, para isso, ele requer que um maior número de jovens hoje pague um preço mais alto do que temos visto no passado.
Investindo Nosso Tesouro
Tivemos a participação muito significativa da Ariadna, missionária do Projeto Remir, em Goiânia. O Senhor a usou tremendamente para desafiar cada jovem do encontro a ir além de uma vida cristã medíocre. Com seu próprio testemunho de vida e muita autoridade e emoção, levou-nos a pensar sinceramente sobre o lugar onde estamos realmente investindo nosso tesouro .
Temos sofrido os efeitos das traças e dos ladrões porque temos considerado tantas coisas materiais e passageiras como nosso tesouro. Ao mesmo tempo, temos deixado de lado os verdadeiros tesouros de valor eterno. A Palavra de Deus, a Bíblia, pela qual muitos têm sofrido ao redor do mundo, tornou-se algo banal para nós. Fidelidade absoluta a Deus e à sua vontade tornou-se opcional, e poucos são os que determinam servi-lo com excelência, independentemente do custo.
Ouvindo histórias de nossos irmãos em Cristo da Igreja Perseguida, e comparando nossas vidas com as deles, sentimos como se vivêssemos um cristianismo de segunda classe. Enquanto muitos deles estão entregando suas vidas por completo, sendo queimados como incenso suave e trazendo prazer ao coração de Deus, nós, da Igreja Ocidental, temos buscado acumular tesouros terrenos, temporários e sem valor. Isso nos incomodou muito e levou-nos ao quebrantamento e arrependimento.
Além de desafiados por essas vidas de total entrega, tivemos de nos indagar: como podemos ser parte do mesmo corpo e nada sentir enquanto tantos são torturados e até mortos? Como podemos continuar nossas vidas normalmente, gastando dias, esforços, dinheiro em tantas coisas vãs, sem ao menos pensarmos em ajudar nossos irmãos, seja indo até eles, orando ou agindo de outra forma que o Senhor nos mostrasse?
Vários sentiram-se chamados para ir aonde outros não querem ir e fizeram um compromisso com Deus em uma das noites. Uma das moças, que respondeu ao apelo daquela noite, testificou no último dia: “Fechei um negócio com Deus, do qual há tempos vinha fugindo! Agora me sinto tão feliz e em paz!”
Como Enfrentar as Crises
Após tantos compromissos firmados, resoluções e “negócios” fechados com Deus, é bom lembrarmos que as crises virão, como nos disse Mateus Ferraz, pastor na Igreja do Nazareno, em Americana. Entre elas, por exemplo, está a “crise pós-renúncia”, sob a qual poderemos duvidar de toda nossa missão, indagar-nos se valeu a pena todo o preço pago, tudo o que deixamos para trás. São crises como Elias (1 Rs 19.1-18), João Batista (Mt 11.2-6) e até Jesus (Mc 14.32-36) passaram, quando teremos de decidir seguir em frente em obediência, mesmo quando nossa vontade e sentimentos parecerem ser contrários aos do Pai.
Mas, sem medo, podemos tomar decisões radicais, confiando que o mesmo Espírito que capacitou Jesus a tomar sua decisão crítica no Getsêmani vive em nós e nos capacita a sermos tudo o que Deus escolheu para a nossa geração .
A Busca Através dos Séculos
O teatro apresentado na segunda noite foi uma alegoria sobre a História da Igreja, intitulado “A Busca da Água”. Foi representada a busca, através dos séculos, por mais de Deus. Inicialmente, na Idade das Trevas, quando a salvação (água) era vendida, algumas pessoas buscaram algo gratuito, que realmente matasse a sede. Encontraram a justificação pela graça (fonte da água gratuita) e continuaram com isso por séculos, quase sem progredir, até que uma geração, que não se contentou com o que já tinha, levantou-se e buscou o Batismo no Espírito Santo (chuva), algo além da salvação (água para tomar banho, não apenas para matar a sede). Quando essa nova fase é descoberta, há grande alegria e liberdade, mas logo se instala a confusão, pois cada um cria sua própria denominação (goteiras, já que a chuva já não é tão abundante) e o mover do Espírito é substituído pelo ritualismo pentecostal vazio. É triste ver que aqueles que foram limpos pela chuva, quando não continuam caminhando, estagnam e afundam-se na lama. Levanta-se, então, uma nova geração, que se converteu durante essa divisão confusa. Ela não se contenta com o que vê, sabe que há algo mais e está disposta a prosseguir adiante. Ouve a promessa de que o Pentecostes (a chuva) não é o final, e que há uma vida real no Espírito, sem pecado e de intimidade com Deus (rios de água viva correndo do seu interior) ainda não experimentada. Não se contenta com nada menos que isso. Esse é o nosso tempo atual!
Vimos que não podemos contentar-nos com o que temos, mas devemos prosseguir adiante. Todo novo mover do Espírito na Igreja é precedido por uma forte onda de clamor e oração. Essa intercessão, cheia de gemidos, é o que dá forças para dar à luz algo novo. Pessoas inconformadas, que persistem em orar, dia após dia, chorando as lágrimas do Espírito, trarão à realidade o que já está escrito nos céus.
Pais e Mães Espirituais
Nas reuniões das tardes, a necessidade de orar para que Deus levante pais e mães espirituais para essa geração ficou muito real. A nova geração precisa ser guiada por pessoas maduras, sábias, experientes, assim não cairá em desequilíbrio e fanatismo. Serão pessoas que não estão construindo seus próprios reinos, querendo sua própria glória, mas que querem ver o reino de Deus vir para a Terra. Sabem do chamado de Deus para essa geração e estão dispostas a guiá-la, quer possam entrar (como Josué) ou não (como Moisés) na terra prometida.
Há poucos desses pais “no mercado” hoje e, por isso, vemos tantos jovens que amam a Deus crescendo totalmente desestruturados e confusos, cometendo erros básicos que poderiam ser facilmente corrigidos por pais espirituais que se importassem o suficiente para guiá-los – com amor, sem críticas destrutivas ou legalismo morto que temos encontrado em muitos dos que se dizem “pais” hoje em dia.
No último dia, pela manhã, houve muitos testemunhos sobre aquilo que Deus fez em muitos corações. Continuemos orando para que a semente não morra, mas cresça cada vez mais em muitos corações espalhados pelo Brasil!
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Ásia em foco – Orando pela Coréia do Norte
“E tendo eles orado, moveu-se o lugar…” Atos 4:31
A oração move corações, circunstâncias, situações, ambientes, governos, impossibilidades, mares fechados e muralhas intransponíveis…
A oração também move nações! Nesse prisma, queremos apresentar ao leitor um grande desafio: Coréia do Norte e China. Por uma breve visita à China e à divisa da Coréia do Norte em março deste ano, pude perceber grandes e humanamente intransponíveis Jericos, prontas a serem movidas através da nossa oração. A partir daí, surgiu o “PROJETO ÁSIA EM FOCO”. Este projeto tem por objetivo levantar 1000 intercessores que orarão de maneira específica num período de 1 (um) ano, de julho de 2005 a julho de 2006. Esses intercessores farão um compromisso de tirar 10 minutos do seu dia em intercessão por esses lugares. Quem desejar fazer parte deve se cadastrar por intermédio do nosso site: www.ibapaz.com.br, clicando diretamente no PROJETO ÁSIA EM FOCO. Os intercessores cadastrados receberão boletins informativos mensais e calendários de intercessão com alvos e notícias específicas desses países, podendo assim orar com objetividade e clareza.
Coréia do Norte e China: Apesar de ter experimentado um grande avivamento no ano de 1907, a Coréia do Norte tornou-se hoje a nação número um do mundo em perseguição ao Evangelho de Cristo, sendo que a China ocupa o nono lugar. A Coréia é considerada a nação mais difícil para se viver como cristão e o número de pessoas presas e torturadas por amor ao Evangelho é incontável. As igrejas existem num regime subterrâneo, sob risco de morte. A China, por sua vez, não tem uma história diferente. Muitos homens e mulheres foram mortos em nome de sua fidelidade a Cristo.
Nós não podemos permanecer apáticos e negligentes diante dessa situação; então, façamos algo, doemo- nos em oração por essas nações. A oração que move, que transforma, que muda, que traz vida!
Envolva-se, seja um conosco pela Coréia do Norte e pela China, lembrando-se que “sempre que Deus tencio- na exercer misericórdia para com seu povo, a primeira coisa que faz é levá-lo a orar”.
Ariadna Faleiro de Oliveira
Maiores informações: [email protected]
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