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Preparando a Próxima Geração: Criando Filhos Radicais Para Deus

“Não é suficiente apenas criar boas crianças que saibam ficar longe de encrencas. Deus quer inflamar nossos filhos e filhas com paixão espiritual”

Quarenta anos atrás, nós nos contentávamos em criar filhos que fossem bem comportados. Isso não era tão difícil na sociedade da época, e parecia ser suficiente – mas hoje ter filhos bem comportados não é suficientemente bom. Nossos filhos precisam se entregar inteiramente a Deus e estar preparados para enfrentar os ataques mortais que Satanás está investindo contra eles. Eles estão sendo criados em uma zona de guerra, e por isto precisam estar vestidos com armadura de batalha.

Os pais não podem proteger seus filhos, amarrando-os na barra de suas calças. Eles devem ensiná-los a se revestirem de toda a armadura de Deus. Quando eu prego sobre Efésios 6, digo às crianças que Deus tem armadura para todos o tamanhos. Inclusive para crianças.

Se não conseguirmos tornar nossas crianças fortes em Deus na sua juventude, elas podem não suportar os ataques que sofrerão quando ficarem mais velhos. Corremos o risco de perdê-las para o mundo.

Tradicionalmente, as crianças na igreja são consideradas “coisinhas” bonitinhas, ou às vezes perturbadoras, que têm de ser supervisionadas. Os pais procuram igrejas que tomem conta de suas crianças para que possam aproveitar o culto sem interferência – um agradável alívio temporário da sua responsabilidade paterna.

A maioria das igrejas tenta satisfazer esse desejo desenvolvendo programas de entusiasmo e muita ação para entreter as crianças. A filosofia é: “Queremos dar às nossas crianças algo espiritual, mas devemos nos lembrar de que são apenas crianças com pouca capacidade de atenção e entendimento limitado, por isso não vamos fazer nada muito profundo.” Essa filosofia é traduzida em entretenimento de várias formas — jogos, vídeos, marionetes, palhaços, balões e diversão — com apenas um pequeno conteúdo espiritual. As sobremesas espirituais se tornam a dieta completa das crianças, mas embora muitos de nós gostemos de sobremesa, não teríamos muita saúde se essa fosse nossa única alimentação.

Por favor, entenda que não estou atacando as atividades de divertimento com conteúdo espiritual. Creio que têm seu valor – mas não como substitutos para a pregação radical. Se nos importarmos somente em prover divertimento e jogos para nossos filhos ao invés de desenvolver seu potencial espiritual, estaremos levando uma igreja com muitas crianças a tornar-se uma igreja com poucos jovens.

Este não é um fenômeno incomum. Na verdade, a maioria das igrejas que tenho visitado tem mais crianças do que jovens. Por quê? Porque quando o jovem deixa para trás o divertimento e os jogos que tinha enquanto criança, perde o interesse em permanecer na igreja.

Nunca é cedo demais

Nunca é cedo demais para implantar um senso de destino em nossas crianças e torná-las fortes para o Senhor. Na verdade, o melhor é começar quando ainda estão no ventre.

Lembre-se, João Batista foi cheio do Espírito Santo no ventre de sua mãe (Lc 1.15). Mesmo antes de nascer, ele respondeu à presença de Deus em Maria quando ela veio cumprimentar sua mãe. Sua reação foi tão notável que Isabel comentou: “Logo que me soou aos ouvidos a voz da tua saudação, a criancinha saltou de alegria dentro de mim” (Lc 1.44).

Certamente não podemos pregar a mensagem da salvação para bebezinhos e esperar que venham correndo para o altar em resposta a um apelo, mas podemos ministrar aos seus espíritos. Suas mentes podem não entender, mas o espírito responderá à presença de Deus.

Não existe idade para o espírito. Assim como as crianças podem sentir a presença de Deus, as crianças que são salvas podem manifestar os dons do Espírito da mesma forma que os adultos. Crianças e jovens não recebem um “Espírito Santo bebê” ou “júnior” quando se tornam cristãos.

Deus tem mais fé nos seus jovens vasos do que nós. Se ele pode usar a boca de uma mula ou falar do meio de uma sarça e usar uma vara para abrir o Mar Vermelho, certamente pode usar uma criança. Idade não é o critério e sim disponibilidade. A única limitação que as crianças e jovens têm em relação a Deus, é a que nós adultos lhes impomos.

A Bíblia tem vários exemplos de crianças e jovens que foram usados por Deus:

• Samuel ministrou ao Senhor quando criança (I Sm 2.11,18).
• As crianças clamaram louvores a Jesus (Mt 21.15-16)
• Pais trouxeram suas crianças a Jesus para que Ele as tocasse (Lc 18.15-16).
• Jesus era for te em espírito e tinha convicção dos negócios de seu Pai com 12 anos de idade (Lc 2.40-49).
• As crianças compareciam às reuniões de Jesus. O pequeno garoto que tinha pães e peixes ajudou a alimentar 5.000 homens (Jo 6.9-14).

Além disso, os seguintes adolescentes foram usados:

• José teve dois sonhos aos 17 anos (Gn 37.2-11).
• O jovem Samuel entregou uma palavra de repreensão a Eli, o sumo sacerdote, embora a princípio ele estivesse com medo (I Sm 3.4-18).
• O jovem Davi derrubou o gigante Golias embora fosse considerado muito jovem para lutar (I Sm 17.33). (Algo bem parecido com o que ocorre nas igrejas modernas!)
• O Senhor repreendeu Jeremias quando tentou usar sua idade como desculpa para não servir a Deus (Jr 1.26-31).
• Deus escolheu uma adolescente camponesa para ser a mulher mais honrada de toda a história (Lc 1.26-31).
• Quando adolescente, Timóteo foi capaz de cumprir o seu chamado no meio de oposição porque tinha mãe e avó cristãs que foram capazes de estimular nele uma fé genuína (1 Tm 4.12; 2 Tm 1.5). Esses exemplos nos mostram que realmente “Deus escolheu as coisas loucas do mundo para confundir os sábios; e Deus escolheu as coisas fracas do mundo para confundir as fortes” (I Co 1.27).

Chega de Babás

Faz 10 anos que ensino sobre o potencial espiritual de crianças e jovens. Hoje estou testemunhando incríveis resultados em igrejas onde os pastores titulares estão pegando a visão. Há uma nova raça de crianças, pais e pastores de crianças se despontando.

Os pastores de crianças não mais estão apenas divertindo as crianças que estão sob seu cuidado; estão equipando-as. Os pais estão aceitando a responsabilidade de ensinar as crianças no caminho em que devem andar, de acordo com Provérbios 22.6. E as crianças estão assumindo seus lugares ao lado dos outros membros do Corpo de Cristo como fortes guerreiros do Reino.

Por muito tempo os pais entenderam erroneamente seus papéis no treinamento de filhos. Acreditavam que sua função era de “criar” ao invés de ensinar. Mas nós não “criamos” filhos. “Criamos” galinhas. Nossa função é de treinar, ensinar e discipular nossos filhos.

Provérbios 22.6 diz: “Ensina a criança no caminho que deve andar e quando for velho não se desviará dele.” Essa é uma passagem com uma ordem e uma promessa.

Qual é o caminho em que a criança deve andar? Não o seu próprio caminho, nem o caminho do mundo, mas o caminho de Deus! Aqueles que se comprometeram em obedecer a ordem de ensinar seus filhos – ao invés de simplesmente criá-los – estão começando a ver o cumprimento da promessa de que nunca se desviarão do caminho ensinado.

O treinamento sério de crianças significa que não lhes oferecemos escolhas; nós os ensinamos a obedecer. Já estive em igrejas onde as pessoas comentam assim comigo, “Eu gostaria tanto que meu filho estivesse hoje aqui. Que unção maravilho sa! É justamente disso que ele precisava.”

“Porque ele não veio?” pergunto.

“Ele não quis,” respondem os pais.

“Por que não obrigou-o a vir?” eu pressiono.

“Se o forçarmos, estaremos afastando-o mais ainda; por isso estamos esperando até que ele esteja pronto e queira vir por si mesmo,” respondem os pais.

Esse método de ensinar a criança é completamente oposto ao plano de Deus. Se você tem um garoto de 12 anos de idade que não quer ir à igreja porque pretende passar o tempo com um amigo ou um adolescente relutante que raramente vem à igreja nem mesmo aos domingos, desculpá-lo é inaceitável.

Minha resposta a essas pessoas é: “Ah é? Você dá esse tipo de escolha ao seu filho sobre outras coisas que considera importantes? Ir à escola, por exemplo? Ou tomar banho? Ou escovar os dentes e comer legumes e verduras? Você sempre o deixa fazer o que quer?” Claro que a resposta é não.

Por que consideramos estas outras coisas mais importantes do que a edificação espiritual de nossos filhos? Será que o professor do colégio tem mais a transmitir do que Deus? É mais essencial que as crianças estejam limpas por fora do que o seu coração estar focalizado em Deus?

Então por que toleramos sua desatenção na igreja? Na escola é permitido que as crianças corram por todos os lados durante as lições, vão ao banheiro 10 vezes, levem brinquedos, conversem ou adormeçam como geralmente fazem nos cultos?

A primeira coisa que faço quando prego nas igrejas é estabelecer regras. Acredite, as crianças e jovens correspondem. Costumam até mesmo advertir a seus pais que prestem atenção e não saiam para passear no banheiro a não ser que seja realmente uma emergência.

Quebrando Paradigmas

Tenho pregado mensagens radicais para jovens de 5 a 20 anos de idade com tremendos resultados. Crianças e jovens são tocados por Deus e têm passado a levar a sério o chamado de Deus em suas vidas. Nossos seminários de um dia de treinamento para pastores, professores de crianças, pais, crianças e adolescentes têm quebrado as barreiras tradicionais e remodelado velhos conceitos. Uma mudança de paradigma está acontecendo.

As pessoas têm se surpreendido ao ver cri ancas sentadas cinco ou seis horas no seminário com os pais e professores para aprender como podem se tornar fortes para Deus. Elas não acreditam que os pequeninos possam prestar atenção daquele modo por tanto tempo.

Elas não apenas prestam atenção, mas se entusiasmam e querem mais! Os pais aprendem como evitar que seus filhos chorem na igreja para que seus espíritos possam ser alimentados. Os pequeninos aprendem a permanecer quietos, ouvir o pregador e receber oração no final.

Isso é algo novo e é entusiasmante porque Deus está fazendo uma coisa que as pessoas achavam que era impossível. “Não vos lembreis das coisas passadas, nem considereis as antigas. Eis que faço uma coisa nova; agora está saindo à luz; porventura não a percebeis?” (Is 43.18-19).

Igrejas que têm passado por um avivamento ou uma renovação estão percebendo que Deus não faz acepção de pessoas, pois estão vendo o Espírito Santo ser derramado sobre as crianças. O que está acontecendo é o cumprimento da profecia do profeta Joel: “E acontecerá nos últimos dias, diz o Senhor, que derramarei do meu Espírito sobre toda a carne (inclusive crianças); e os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão” (At 2.17).

As crianças e jovens não estão apenas experimentando o sobrenatural (muitos pela primeira vez em suas vidas), mas também estão sendo usados por Deus no ministério. Estão vendo anjos, tendo visões do céu e do inferno, orando, profetizando, pregando, e trazendo muitas outras crianças para o Senhor. Em nossas reuniões eles impõem as mãos sobre as pessoas para cura e libertação, com resultados incríveis. Isso é muito melhor do que ver os trabalhinhos e desenhos que as crianças geralmente fazem durante os cultos!

Infelizmente, ainda há algumas igrejas, até mesmo pentecostais, que se opõem veementemente ao conceito de deixar que as crianças ministrem. Isso amedronta os líderes. Não sabem como controlar tal fenômeno. Temem que poderia desarrumar a ordem do culto; alguns membros da igreja poderiam se aborrecer e poderia causar muita oposição.

Mas não importa; acontecerá. Não podemos conter, porque é Deus. Ele está chamando os seus pequeninos.

Possivelmente a última geração antes da vinda de Cristo está surgindo como um exército poderoso. Famílias estão se inflamando. Os pequeninos estão saindo em viagens missionárias. Crianças de dez anos pregam para multidões, e pais treinam seus filhos a serem ungidos para o serviço de Deus.

Embora novo para nós, não é tão novo quanto pareça. Nos dias de John Wesley crianças participavam das cruzadas de avivamento e eram tocadas por Deus de maneiras memoráveis. O Senhor sempre se moverá em nossas crianças em todo o tempo e em todas as gerações se nós as tornarmos disponíveis a ele e ao poder do Espírito Santo.

Como treinamos as crianças para o ministério? Do mesmo modo que os ensinamos a amarrar seus calçados. “Eu faço, você olha”; “Eu faço, você ajuda”; “Você faz, eu ajudo”; “Você faz, eu olho.”

As crianças começam sendo espontâneos “escudeiros”. Elas adoram acompanhar ministros ungidos e aprender a fazer o que eles fazem. À medida que as oportunidades aparecem, permitimos que elas comecem a agir por contra própria através dos dons que Deus lhes deu.

Chegou a hora de pararmos de divertir nossas crianças e começar a deixá-las experimentar o poder e a presença de Deus – porque em nossos dias, simplesmente ser “bonzinho” não é suficiente.

David Walters é ministro e autor 8 livros. Informações: e-mail: [email protected]; ou visite http: //www.goodnwes.netministries.org na Web.

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3 respostas

  1. Uma mensagem forte e necessária para nós, pais cristãos que, muitas vezes, negligenciamos a educação e instrução de nossos filhos nos caminhos do Senhor. Obrigada ❤

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