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Ciência e Fé-Pode a Vida Ser Produzida em Laboratório?

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Por Ezequiel Netto

Se todo ser vivo é gerado de um ser precedente, igual a ele, como surgiu o primeiro ser? Essa pergunta vinha incomodando a humanidade até que, por volta dos anos 30, o russo Aleksandr Oparin desenvolveu uma teoria para desvendar o mistério. Segundo ele, a vida surgiu há cerca de 3,5 bilhões de anos, originando-se a partir da combinação de elementos químicos presentes na Terra primitiva. Oparin publicou sua tese num livro, A Origem da Vida, mesmo não tendo elementos que a comprovassem.

Em 1953, a revista científica Science publicou uma notícia bombástica: os pesquisadores Stanley Miller e Harold Urey haviam finalmente conseguido reproduzir a origem da vida em laboratório, confirmando a teoria de Oparin! Partindo da hipótese de que as condições na Terra primitiva favoreciam a ocorrência de reações químicas que transformavam compostos inorgânicos em compostos orgânicos precursores da vida, Miller e Urey realizaram o seguinte experimento:

Em um recipiente projetado para ser uma versão artificial da (suposta) atmosfera terrestre primitiva, inseriram os principais gases atmosféricos como gás carbônico, oxigênio e metano, além de vapor d’água. Por meio de descargas elétricas e ciclos de aquecimento e condensação de água, obtiveram, após algum tempo, moléculas dos aminoácidos glicina e alanina. Como esses aminoácidos entram na composição de proteínas, que, por sua vez, são essenciais à vida, eles concluíram que as condições primitivas da Terra teriam permitido a formação de moléculas orgânicas através de reações químicas na atmosfera e, consequentemente, o aparecimento de vida.

Miller foi muito criticado por alguns cientistas, pois anunciou ter descoberto a origem da vida depois de ter produzido apenas dois aminoácidos em seu laboratório, sendo que a vida, em sua forma mais elementar, requer um mínimo de 20 tipos diferentes. Em tempos mais recentes, porém, outros cientistas repetiram o mesmo experimento e conseguiram obter 22 aminoácidos. Embora até hoje não exista processo conhecido que tenha convertido esses aminoácidos em uma forma de vida, os evolucionistas afirmam que esse experimento é prova de que a vida originou-se a partir de produtos químicos inorgânicos. É essa também a base usada nas escolas para ensinar a teoria evolucionista da origem da vida.

O que os cientistas não falam

Entretanto, algumas informações importantíssimas vêm sendo omitidas pela Ciência ao longo de todos esses anos. Uma delas é que não se conseguiu gerar um único ser vivo no laboratório – apenas aminoácidos. Aqui, cito o Dr. Charles McCombs, Ph.D. em Química Orgânica:

Aminoácidos podem ser os tijolos das proteínas, e proteínas são necessárias para a vida, mas isso não significa que aminoácidos são os tijolos da vida. Eu poderia ir a uma loja de autopeças e comprar todas as peças para construir um carro, mas isso não iria me fornecer um veículo motorizado em funcionamento. Assim como deve haver um mecânico para fazer um veículo motorizado a partir daquelas autopeças, deve haver um montador para fazer os aminoácidos se tornarem proteínas e, assim, possibilitar a vida em nossos organismos.

Outra questão importante tem a ver com a arquitetura química dos aminoácidos.

As moléculas dos aminoácidos são formadas por vários átomos que se encaixam, dando origem a uma estrutura em três dimensões. Essas moléculas, quando submetidas à luz polarizada (de um aparelho chamado polarímetro), podem desviar um feixe de luz para a direita (molécula dextrógira) ou para a esquerda (molécula levógira). Na Química, esse fenômeno recebe o nome de quiralidade. Dessa forma, duas moléculas (chamadas enantiômeros) podem ser idênticas e simétricas entre si, com a única diferença de que uma é dextrógira e outra, levógira. São como uma imagem no espelho uma da outra, exatamente como nossas mãos direita e esquerda. Uma mistura equilibrada dos dois tipos de molécula (chamada mistura racêmica) não desviaria a luz, pois uma anularia o efeito da outra.

Um dos primeiros pesquisadores a observar esse fenômeno foi Louis Pasteur, ao estudar as propriedades óticas de substâncias isoladas do tártaro que se depositava nos barris de vinho durante o processo de envelhecimento. Ele isolou o ácido tartárico (que desviava a luz polarizada para a direita) e o ácido paratartárico, que desviava a luz polarizada para a esquerda. Essa observação deu origem à estereoquímica, que é a parte da Química Orgânica que estuda as moléculas em três dimensões.

Em uma experiência na qual os aminoácidos são formados ao acaso, comprovadamente o resultado obtido seria uma mistura racêmica, com mais ou menos 50% na forma L (levógira) e 50% na forma D (dextrógira). É como jogar uma moeda para o alto – temos 50% de chance de obter cara e 50% de obter coroa. Esse seria o resultado esperado se a vida realmente houvesse surgido a partir de fenômenos casuais semelhantes ao da experiência de Miller citada anteriormente.

Novamente, recorro ao Dr. Charles McCombs para explicar a deficiência da experiência de Miller e de todas as tentativas subsequentes de provar como a vida poderia ter surgido espontaneamente:

Embora Miller e Urey tenham formado aminoácidos em seus experimentos, todos os aminoácidos que se formaram tinham carência de quiralidade. É um fato da Química aceito universalmente que a quiralidade não pode ser criada em moléculas químicas por um processo aleatório. […] O fato de aqueles aminoácidos perderem quiralidade não é só um problema a ser debatido, mas também aponta para um insucesso catastrófico na tentativa de provar que “vida” surgiu de produtos químicos por processos naturais.

Impossível ter acontecido por acaso

No artigo O Fenômeno da Quiralidade – Bases de Estereoquímica, Ana Paula Paiva observa que, no ser humano, existem 22 tipos de aminoácidos que constituem as proteínas e as enzimas. Apenas um dos aminoácidos (glicina) não é quiral; todos os demais 21 o são. Dos 21 aminoácidos quirais, 20 têm a mesma configuração levógira (esquerda), enquanto só a cisteína (o único aminoácido contendo enxofre) tem a configuração inversa.

O que teria determinado toda essa preferência quiral? Por que, em nosso organismo, encontramos basicamente aminoácidos levógiros? O que aconteceu para que os dextrógiros não fossem formados? Quem interferiu nos resultados dessa experiência?

O mesmo artigo formula a pergunta da seguinte maneira: “Existirá quiralidade nos compostos químicos constituintes dos seres vivos terrestres por acaso? Ou a quiralidade será antes uma predestinação nascida nos confins do Universo?”

O cientista brasileiro, Dr. Marcos N. Eberlin, chama essa característica de “assinatura química”, uma autenticação de Deus em sua obra criada:

A vida, quando observada `mais de longe´, superficialmente, já se mostra extremamente bela, complexa, simétrica, sincronizada, uma obra de arte, um esplendor absoluto. […] Como químico, estudo a arquitetura da matéria, como foram formados os átomos, as moléculas, quais são as leis que regem o mundo atômico e molecular e suas transformações. Percebo, então, em uma dimensão atômica e molecular, como Deus é realmente um Ser de suprema inteligência e elegância, o Arquiteto, o Artista sem-par. Nessa dimensão, percebo uma riqueza extraordinária de detalhes, uma arquitetura constituída das mais diferentes formas geométricas, lindas, harmônicas, periódicas, perfeitas. […] As proteínas, outro espetáculo, uma arquitetura química tridimensional e com pontos de encaixe engenhosamente posicionados que confere a essas moléculas propriedades diversas, uma eficiência extraordinária como aceleradores de reações jamais igualada por qualquer outra espécie química. Beleza, simetria, design, engenhosidade, sincronismo, ordem, linguagem e periodicidade, quantização, tridimensionalidade – são assinaturas inquestionáveis de um Deus em tudo absolutamente espetacular!

Os estudos de Estereoquímica ganharam importância nos anos 60, a partir do fenômeno talidomida. A talidomida é um sedativo leve e pode ser utilizado no tratamento de náuseas, muito comum no período inicial da gravidez. Quando foi lançado, era considerado seguro para o uso de grávidas, sendo administrado como uma mistura racêmica, ou seja, uma mistura composta pelos seus dois enantiômeros, em partes iguais. Entretanto, uma coisa que não se sabia na época é que o enantiômero L levava à má-formação congênita, afetando principalmente o desenvolvimento normal dos braços e pernas do bebê. O uso indiscriminado desse fármaco levou ao nascimento de milhares de pessoas com gravíssimos defeitos físicos. Um outro exemplo da quiralidade é o adoçante aspartame, no qual o isômero L é doce e o D é amargo.

A observação da quiralidade é muito importante, pois, para agir no organismo, uma substância precisa ligar-se a um receptor específico na membrana celular ou interagir com uma enzima, que é uma proteína de alto nível organizacional. Uma molécula com a quiralidade invertida simplesmente não se encaixaria corretamente no receptor, não cumprindo seu propósito ou provocando uma reação totalmente indesejável como no caso da talidomida citada acima.

Outro problema para os evolucionistas é o DNA. A molécula de DNA é feita de bilhões de moléculas químicas complexas denominadas nucleotídeos, e essas moléculas de nucleotídeo existem como isômeros ópticos “D” ou dextrógiros. Os isômeros “L” de nucleotídeos podem ser preparados em laboratório, mas não existem no DNA natural. Não há meios pelos quais um processo aleatório pudesse ter formado essas proteínas e o DNA com sua quiralidade singular.

Quando moléculas de nucleotídeos vêm juntas para formar a estrutura do DNA, elas desenvolvem uma espiral que forma a estrutura de dupla hélice do DNA. O DNA desenvolve uma espiral na cadeia, porque cada componente contém quiralidade. Se uma molécula na estrutura do DNA tivesse quiralidade imprópria, o DNA não existiria na forma de dupla hélice e não exerceria corretamente sua função.

Alguma coisa mágica aconteceu nesse processo de criar isômeros de apenas um tipo. Seria algo parecido com jogar uma moeda pra cima por milhões de vezes e só tirarmos coroa – e nenhuma vez cara! Não temos como fugir: alguém estava no controle de todo esse processo. Sabe quem? Deus!

Alguns cientistas, professores e jornalistas atuais tentam isolar Deus no campo da religião, deixando a Ciência totalmente isenta de conceitos relacionados com a divindade. Esse argumento é bastante usado para se impedir o ensino da teoria criacionista nas escolas paralelamente com a teoria de evolução das espécies. Depois de tudo o que foi exposto acima, é difícil acreditar que a quiralidade típica dos compostos químicos constituintes dos seres vivos se tenha desenvolvido por acaso. Assim, como se poderá justificar esse fenômeno insólito? Como podemos separar Deus da Ciência, pois ele mesmo foi o autor e gestor de todos os fenômenos naturais? Ou aceitamos que ele criou todos os nossos aminoácidos e proteínas quirais ou continuaremos nas trevas da informação científica, tentando explicar verdades absolutas de forma fantasiosa. Aí, a Ciência deixa de ser Ciência e passa a ser superstição.

Fontes de pesquisa:

Nossa Homoquiralidade – artigo de Michelson Borges
Fármacos e Quiralidade – http://qnesc.sbq.org.br/online/cadernos/03/quiral.pdf
O Fenômeno da Quiralidade – Bases da Estereoquímica, de Ana Paula Paiva (publicado no Boletim da Sociedade Portuguesa de Química) http://www.spq.pt/boletim/docs/boletimSPQ_103_056_09.pdf
Importância Farmacêutica dos Compostos Quirais – http://www.farmacia.ufg.br/revista/_pdf/vol4_1/REF%2008-14.pdf http://www.impacto.org.br/t02006.htm

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