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O poder amoroso da palavra “não”

Harold Walker conta como o sonho de seu pai resultou numa destacada escola de sua cidade – inspirada nos mesmos princípios que ele aplicava em casa.

A Escola Cristã Jundiaí é uma instituição de ensino diferenciado que vai desde o berçário até o ensino médio. Fundada em 1987, conta atualmente com três unidades em Jundiaí, SP, 685 alunos e 117 funcionários. Em conjunto com a Escola Cristã Botucatu (SP) e a Escola Cristã Baixa Grande (BA), que surgiram depois inspiradas por seu exemplo e filosofia de ensino, promove anualmente, em janeiro, na cidade de Poços de Caldas, MG, o Seminário de Educadores Cristãos, para renovar e ampliar a visão de sua equipe de educadores.

A escola nasceu do desejo de um grupo de pais que queria ver seus filhos recebendo influência de professores que se preocupassem não apenas com a formação acadêmica, mas também com a moral e ética, reforçando os mesmos princípios cristãos que eram priorizados na família. Para tornar esse sonho em realidade, o grupo precisou investir recursos financeiros, tempo e muito trabalho.

Na verdade, a semente dessa visão havia começado bem antes, na década de 1950, quando o jovem professor americano, John Walker, percebeu um princípio fundamental para a educação e para a própria formação de uma família cristã saudável: a importância da palavra “não”.

A convicção de que o uso do elemento negativo é necessário para a formação do ser humano, partindo do fato de ser um princípio divino (é a palavra que começa quase todos os Dez Mandamentos), veio a ter efeitos revolucionários na vida de John Walker e de todos os seus seis filhos.

“Quando me casei e comecei a formar uma família, tive um grande desejo de que meus filhos fossem criados já conhecendo o verdadeiro alvo da vida, sem ter de sofrer por 25 anos até encontrá-lo, como eu”, disse John. “Minha esposa e eu decidimos ler a Bíblia e orar com os filhos todos os dias. Conversávamos constantemente com eles, desafiando-os a dar sua vida, não para alcançar o céu, mas para ajudar a estabelecer o reino de Deus na Terra; não para buscar autorrealização, mas uma vida de serviço.”

Em 1964, John Walker veio com sua esposa, Ruth, e os seis filhos para o Brasil, pois não queria que seus filhos fossem influenciados pelos valores materialistas e egocêntricos da sociedade americana. Morou por muitos anos na cidade de Rubiataba, no interior de Goiás. Lá, em 1982, deu início, numa humilde casa alugada, à primeira Escola Cristã.

Seu objetivo ali era desenvolver a mesma filosofia que aplicara com tanto êxito na criação dos filhos – disciplina para a formação do caráter e empenho máximo para alcançar excelência no aprendizado acadêmico.

“Para criar uma família corretamente, creio que há três áreas que devem ser coordenadas: o lar, a igreja e a escola”, escreveu. “Se trabalharmos com nossos filhos no lar e na igreja com uma orientação, e na escola eles receberem outra, contraditória, teremos confusão. O que fazemos no lar e na igreja pode ser desconstruído na escola.”

Em 1986, com quase todos os filhos e a filha casados com brasileiros, John Walker mudou-se para Jundiaí. Sem nenhuma pretensão de começar uma escola naquela cidade, a pedido de vários casais deu um curso de três meses sobre os princípios que aplicara na criação dos filhos, posteriormente transformado num livro: Sete Princípios para a Formação da Família Cristã. Os casais que participaram ficaram tão impressionados que decidiram arregaçar as mangas e começar uma escola a partir do zero. Assim, em 1987, nasceu a Escola Cristã Jundiaí.

Hoje, após 27 anos, a Escola Cristã Jundiaí cresceu, mas seu propósito continua o mesmo: informar a mente e formar o caráter!

Os princípios sobre os quais a Escola Cristã Jundiaí foi fundada:

  1. A escola deve servir a toda a comunidade, não apenas os membros da igreja. Do contrário, ela se transformaria em uma seita.
  1. O ensino religioso é de responsabilidade do lar e da igreja. A escola baseia seus ensinos e sua metodologia em princípios básicos e valores cristãos encontrados na Bíblia, mas não doutrina nem catequiza os alunos. Tem a prioridade de desenvolver a prática do amor, da honestidade, da diligência, do respeito e da lealdade, não de transmitir fórmulas ou conceitos religiosos.
  1. Escola e lar trabalham juntos na formação do caráter das crianças, enfatizando os valores de disciplina e excelência, a partir da convicção de que existe uma ordem moral objetiva no universo – o que é negado pela psicologia moderna e pela filosofia humanista predominantes hoje.
  1. A formação do caráter é feita por meio de um diálogo constante e apaixonado, cujos participantes são diretores, professores, pais e alunos, e cujo tema é a busca e a prática dos valores cristãos.
  1. Ao mesmo tempo em que enfatiza a necessidade da disciplina e da repetição para formar habilidades básicas, como leitura, escrita e domínio da tabuada, a escola trabalha também com o desenvolvimento da capacidade criativa de resolução de problemas, do questionamento de opiniões, do pensamento lúcido e coerente e do diálogo estimulante e construtivo.
  1. O hábito de leitura e o amor aos livros devem ser estimulados para treinar a mente das crianças, aumentar seu vocabulário, alargar seu horizonte e tirar seus olhos das cenas degradantes da nossa cultura decadente.
  1. Encorajamento e desafio são ferramentas para desenvolver ao máximo a capacidade intelectual de cada criança.
  1. Aos alunos, deve ser dada uma visão equilibrada e geral da história do mundo, para que, como membros da comunidade mundial, eles possam entender de onde nossa civilização veio e para onde está prosseguindo.
  1. Na transmissão de uma cosmovisão cristã do mundo, é essencial que sejam apresentados às crianças os dois lados de cada questão. Por exemplo, no estudo da Ciência, além da Teoria da Evolução, o Criacionismo é apresentado como uma alternativa viável e compatível com a Ciência Moderna.
  1. A escola procura não dar espaço excessivo a muitas comemorações da sociedade contemporânea, para não roubar foco e energia das atividades mais importantes do currículo.

 

TIPOS DE ESCOLA Home-Schooling

(Educação domiciliar)

Ed. Cristã por princípios Educação Escola Cristã Escola Confessional Escola Particular Escola Pública Municipal Escola Pública Estadual
CARACTERÍSTICAS Tipo de ensino realizado em casa, pelos pais ou professores particulares, sem a necessidade de matricular a criança numa instituição de ensino regular. Esta opção ocorre quando há insatisfação com as instituições regulares, seja pela qualidade do ensino, seja quando a família quer preservar a educação dos filhos nos princípios morais e religiosos.

 

Rosalie J. Slater definiu e estruturou essa abordagem como sendo um método cristão histórico de raciocínio bíblico, em que cada assunto do currículo escolar é baseado em verdades bíblicas. Aplicam-se quatro passos: pesquisar, raciocinar, relacionar e registrar, desenvolvendo o raciocínio com padrões cristãos. Tem por objetivo informar a mente e formar o caráter. Considera como inimigos não apenas o humanismo ateísta e materialista, mas também a religiosidade, que substitui excelência moral por rituais e discursos religiosos. Procura dar uma cosmovisão cristã e, ao mesmo tempo, ensinar as teorias contrárias. Escola vinculada ou pertencente a instituições religiosas, cristãs ou não. Baseiam seus princípios, objetivos e atuação em uma religião específica, com liberdade para ensinar suas doutrinas. Atualmente, a maioria é apenas patrocinada por uma determinada denominação, mas não evidenciam sua cosmovisão em sua rotina pedagógica.

 

Instituição de ensino privada, cujo projeto político pedagógico pode variar conforme suas ênfases filosóficas. Normalmente, são escolas que aderem a sistemas de ensino já existentes e apenas especificam sua visão filosófica na metodologia de ensino. Visam ao lucro de seus mantenedores. Mantida pelo município, às vezes apresenta resultados melhores que as estaduais por ter um acompanhamento mais próximo da administração pública. A qualidade depende muito da formação e habilidade dos diretores pedagógicos, do programa de escolha e qualificação dos professores e do acompanhamento dos pais.

 

Mantida pelo estado. Por lei, assim como a municipal, esta escola deve ser laica, ou seja, sem ênfase ou vínculo com qualquer religião. Atualmente se apresenta frágil, com poucos resultados satisfatórios na formação de seus alunos. A qualidade varia muito, dependendo do desempenho dos diretores pedagógicos.
EXEMPLOS Comum em países como EUA, Áustria, Bélgica, Canadá, Austrália, França, Noruega, Portugal, Rússia, Itália e Nova Zelândia. AECEP – Associação de Escolas Cristãs de Educação por Princípios Escola Cristã Jundiaí, Escola Cristã Botucatu e Escola Cristã Baixa Grande. ACSI – Associação Internacional de Escolas Cristãs, PUC, Unimep, Mackensie, Batistas, Adventistas e outros. Unip, Objetivo, Anglo, Anhanguera, Bandeirantes e outros    

 

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