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O Pão da Sua Presença

Por: Tommy Tenney

Onde Está o Pão da Sua Presença?

Na igreja moderna perdeu-se a prioridade da presença de Deus. Somos como padarias que abrem suas portas para o público mas não oferecem pão. E o que é pior, nem interesse temos em vender pão. Só gostamos do tititi que podemos ter ao redor de fornos frios e prateleiras vazias.

Às vezes eu me pergunto se ao menos nos damos conta de que está faltando alguma coisa. Ou estamos tão preocupados que não dá para perceber – tão ocupados varrendo migalhas imaginárias das nossas padarias sem pão?

Não tenho dúvidas de que Deus está pronto para irromper no nosso mundo, mesmo que para isto tenha que deixar de lado nossas igrejas empinadas e aparecer em salões de bares. Não será a primeira vez que Jesus ignora as elites religiosas para sentar-se à mesa com os pobres, os profanos e as prostitutas. A igreja moderna, e a igreja ocidental em particular, exporta programas religiosos para o mundo inteiro, mas programas não são pão.

Nós precisamos é da sua presença. É necessário que decidamos que, custe o que custar e venha de onde vier, nós precisamos é DELE. Até lá, a ausência de deslumbre, excelsitude, e magnificência diante da própria presença de Deus vai continuar rondando a igreja. E continuará a existir fome na terra.

Onde está o Pão?

O que acontece quando há fome? As pessoas vão procurar pão em outros lugares, como fizeram Elimeleque e a sua família “nos dias em que julgavam os juízes.” Havia fome na sua cidade natal de Belém, por isso mudaram-se para a terra de Moabe e lá ficaram até que Noemi, a esposa de Elimeleque, ouviu que “o Senhor se lembrara do seu povo dando-lhe pão” (Rute 1.6).

Historicamente o pão sempre foi um símbolo da presença de Deus. Nos tempos do Velho Testamento, o pão, chamado “pão da proposição” era conservado no lugar santo. Era chamado “o pão da Presença” (Nm 4.7) e era um símbolo celestial do próprio Deus.

A razão por que Elimeleque e Noemi saíram de Belém – “casa do pão” em hebraico – é porque não havia pão em casa. As pessoas saem das igrejas pela mesma razão. Não há pão. É por isto que fogem para bares, clubes, “médiuns” e guias psíquicos aos milhões. Elas estão com fome, e as igrejas falharam em alimentá-las. Muitas delas já vieram pessoalmente dar uma olhada nas igrejas, outras ouviram informações de parentes e amigos. Entretanto encontraram o nosso armário espiritual vazio. Não havia presença nenhuma na despensa – só prateleiras vazias e caixas cheias de receitas de pão. Mas o forno estava frio.

Temos feito anúncios mentirosos, proclamando que há pão na nossa casa. Mas quando os famintos chegam, o máximo que conseguem é catar algumas míseras migalhas dos avivamentos passados. Falamos dos lugares onde Deus esteve e das coisas que ele fez, mas temos muito pouca coisa a dizer sobre o que ele está fazendo entre nós hoje.

Isto não é falha de Deus; é nossa. Temos somente alguns remanescentes do que já existiu – um resíduo da glória desvanecedora. Infelizmente, camuflamos a nossa vacuidade com um véu de mistério, a exemplo do que fez Moisés quando colocou um véu sobre o seu rosto depois que o brilho da “glória” começou a se desvanecer (veja 2 Co 3.13), ou os sacerdotes do tempo de Jesus que mantinham um véu no lugar onde já não havia mais a arca da aliança.

Apesar disso, nossas placas ainda estão de pé. Conduzimos pessoas às nossas igrejas e mostramo-lhes os fornos onde costumávamos assar o  pão. O equipamento está lá no lugar, e os ingredientes necessários também estão lá, mas tudo o que se vê são migalhas da última visitação e da última grande onda de avivamento de que falavam nossos antecessores.

Ficamos reduzidos a meramente estudar superficialmente aquilo que esperamos experimentar algum dia, lendo a respeito de avivamentos, ao invés de experimentá-los.  Deus me falou recentemente: “Filho, você está lendo sobre avivamentos porque não tem experiência própria para escrever seu próprio relato”.

Já não agüento mais ler a respeito das visitações anteriores de Deus. Quero que Deus irrompa em algum lugar na minha vida de tal modo que meus filhos possam dizer: “Eu estava lá. Eu sei; é verdade.” Deus não tem netos. Cada geração precisa experimentar a sua presença. Deus nunca quis que recontássemos a experiência ao invés de experimentar a sua visitação.

Satisfeitos com Migalhas

Há muito mais de Deus disponível do que jamais soubemos ou imaginamos, entretanto temos ficado tão satisfeitos com aquilo que somos e com o que temos, que não avançamos para buscar o melhor que Deus tem para nós. Sim, Deus está se movendo entre nós e tem trabalhado nas nossas vidas, mas temos ficado satisfeitos em vasculhar o tapete em busca de migalhas, em vez de possuir os saborosos pães quentes que Deus preparou para nós nos fornos do céu! Ele tem uma grande mesa da sua presença preparada para nós hoje, e está chamando a igreja: “Vem e come.”

E qual tem sido nossa resposta? Ignoramos as chamadas de Deus ao mesmo tempo em que contamos as migalhas bolorentas de pão do ano passado! Enquanto isso, milhões de pessoas do lado de fora de nossas igrejas estão famintas – com fome dele, não de estórias a respeito dele. Elas estão cansadas de nossos programas humanos de auto-ajuda e crescimento pessoal. Querem alimento sólido, mas tudo o que temos para lhes oferecer é um cardápio esfarrapado, fechado num envelope plástico bem selado, para proteger as imagens desbotadas daquilo que um dia existiu dos ansiosos dedos de pessoas desesperadamente famintas.

É por isto que vemos homens e mulheres com alto grau de formação usando cristais nos seus pescoços com a esperança de entrar em contato com algo acima de si mesmos e de sua triste existência. Ricos e pobres igualmente correm para participar de seminários deslumbrantes sobre iluminação e paz interior, engolindo ingenuamente todo esse lixo inacreditável que lhes é passado como sendo a última palavra em revelação do outro mundo.

A igreja deveria se sentir culpada e envergonhada ao ver tantas pessoas sedentas e machucadas voltarem-se para os esotéricos, para os astrólogos e para os espíritas, à procura de orientação e esperança para suas vidas. As pessoas estão tão famintas que despejam milhões de dólares nas indústrias do ocultismo comandadas por falsos adivinhos. Estão buscando uma esperança com tanta ansiedade que são capazes de aceitar um texto previamente preparado por profissionais mercenários como uma revelação espiritual enviada especialmente para sua situação.

Como é profunda a fome espiritual no mundo! Há somente uma razão por que tantas pessoas estão dispostas a aceitar uma refeição falsificada: Não sabem onde encontrar a verdadeira. E a culpa disto só pode estar num lugar. Nós na igreja somos como os líderes religiosos que Jesus reprovou quando disse: “Ai de vós escribas e fariseus hipócritas! pois que fechais aos homens o reino dos céus, e nem vós entrais nem deixais entrar os que estão entrando” (Mt 23.13). Se não bastasse o mal de nós mesmos nos recusarmos a entrar, é indesculpável que impeçamos os outros de entrarem.

Nossa ignorância de assuntos espirituais e nosso próprio fastio nos fizeram “permanecer na porta”, evitando que os perdidos e famintos entrem. Nossas constantes ofertas de pão quente quando realmente só tínhamos migalhas bolorentas no puído tapete das tradições humanas, deixaram inúmeras gerações famintas, sem lar e sem nenhuma outra alternativa senão ir para Moabe.

Você gostaria de saber o que Deus pensa de tudo isto? Ele me disse: “Você tem a mesma chance de encontrar com Deus num bar que teria na maioria das igrejas”. Não é de admirar que nem pecadores nem santos sentem a necessidade de se dobrarem diante de Deus quando chegam num culto de louvor! Eles não sentem a presença de Deus em nossas reuniões porque esta presença não é suficientemente forte para ser registrada nos seus sensores espirituais. Não há presença de Deus suficiente para lhes dar uma verdadeira experiência de estrada de Damasco.

As pessoas vêm para a casa do pão repetidamente só para descobrir que lá há simplesmente muito do homem e muito pouco de Deus. O Todo-poderoso está pronto a restaurar a consciência da sua deslumbrante e manifesta presença nas nossas vidas e nos lugares de culto. Falamos da glória de Deus cobrindo a terra, mas ela não pode se espalhar pelas ruas das nossas cidades se não estiver fluindo nos corredores das nossas igrejas. Este fluir precisa começar no “templo”, como escreveu Ezequiel:  “… e eis que saiam águas debaixo do limiar do templo” (Ez 47.1).

Quanto tempo ainda vai passar até descobrirmos que as migalhas do passado não são suficientes? Já é tempo que surja alguma espécie de “descontentamento divino”!

Só posso dizer da minha parte que eu não estou contente. Apesar de ter participado do que alguns poderiam chamar do avivamento do século, mesmo assim ainda não estou contente. Por que? Porque sei o que ainda pode acontecer. Sei que ainda há muito mais do que qualquer coisa que tenhamos visto ou vislumbrado ainda, e isto se tornou uma santa obsessão. Eu quero Deus. Eu quero mais de Deus.

Desesperados por Deus

Esta fome de Deus se tornou a força motriz da minha vida. Creio que é também a chave para o avivamento.

Mas não há muitos entre nós que estão famintos hoje em dia. Satanás nos oferece tanta “porcaria” para alimentar a alma, e tantos divertimentos para a carne, que nem chegamos a saber o que é realmente estar faminto. Aprendemos a nos contentar com a prosperidade no nível natural e com a subsistência de um mendigo no nível espiritual.

Você alguma vez teve a oportunidade de ver um povo faminto? Eu quero dizer um povo realmente faminto. Se você pudesse vir comigo numa viagem ministerial à Etiópia ou viajar para uma terra devastada pela fome, você veria o que acontece quando sacos de arroz são distribuídos entre um povo faminto. Em questão de segundos eles aparecem do nada e avançam sobre aquele alimento.

A maioria de nós toma uma refeição antes de ir para a igreja, e por isso a presença de um pão sobre o altar nem nos causa atração alguma. Mas um dia, quando Deus mandou que eu pregasse sobre o pão da sua presença, Ele me disse: “Filho, se eles estivessem fisicamente famintos [ e você lhes oferecesse pão], agiriam de maneira diferente”.

A minha esperança é que Deus tome conta de alguns homens e mulheres na sua igreja e os torne tão obcecados com o pão da sua presença que farão qualquer coisa para consegui-lo. Quando isso acontecer, eles não vão querer um mero toque de “abençoa-me”. Vão querer que Deus apareça naquele lugar, não importa quanto isso venha custar ou quão desconfortáveis possam vir a sentir. Como aquela mulher com um fluxo de sangue que foi empurrando e se enfiando no meio da multidão para tocar a orla das vestes do Senhor, eles vão perseverar e buscar – sem ligar para o que outros pensem a respeito.

Antes de experimentarmos o avivamento, portanto, precisamos reconhecer que estamos num estado de declínio. Isto não é fácil, considerando nossa aparente prosperidade, mas precisamos reconhecer que nossa situação econômica não condiz com nossa condição espiritual.

Podemos estar vivendo a melhor situação de todos os tempos, economicamente, mas como um todo, a igreja não está na crista de uma onda de prosperidade espiritual. Pense nisso. Há quanto tempo que a sua sombra não cura alguém? Há quanto tempo que sua simples presença num lugar fez as pessoas dizerem: “Precisamos nos acertar com Deus”? Onde estão os Finneys e os Wiggles-worths? Isto acontecia com eles.

Conheço um pastor na Etiópia que estava ministrando num culto quando alguns membros do governo comunista de lá interromperam o culto e disseram: “Estamos aqui para proibi-lo de continuar com a igreja.” Já tinham feito de tudo para acabar com a igreja – sem sucesso – então naquele dia agarraram a filhinha do pastor, de 3 anos de idade, e literalmente a jogaram para fora da janela do segundo andar do prédio, enquanto todos olhavam.

Os comunistas acreditavam que aquilo interromperia o culto, mas a esposa do pastor desceu até o térreo, aninhou a sua filhinha morta nos seus braços e voltou para o seu lugar na primeira fila. O louvor continuou. Como resultado desta fidelidade daquele humilde pastor, 400.000 cristãos dedicados compareceram ousadamente nas suas conferências bíblicas na Etiópia.

Precisamos da Sua Glória

Precisamos entender que aquilo que já temos, o lugar onde estamos e as coisas que estamos fazendo, são muito pouco comparado com o que Deus quer fazer entre nós. Estamos procurando migalhas no tapete enquanto ele tem uma quantidade enorme de pães quentes assando nos fornos do céu! Deus está esperando para poder despejar sobre nós infinitos pães da sua presença vivificadora.

O jovem Samuel era um profeta numa geração de transição muito semelhante à nossa. A Bíblia nos conta que quando Samuel ainda era bem jovem “a palavra de Deus era muito rara” porque “as visões não eram freqüentes” (1 Sm 3.1). Em outras palavras, ninguém ouvia a voz de Deus naqueles dias.

Eli, o sumo sacerdote com quem Samuel morava, estava velho e quase cego. Parte do nosso problema na igreja histórica é que a nossa visão enfraqueceu e não podemos mais ver como antigamente. Ficamos acomodados com o andamento da igreja neste modo enfraquecido que chamamos de “status quo normal”. Simplesmente continuamos com as rotinas, acendendo as lâmpadas e passando de uma sala poeirenta para outra, exatamente como se Deus estivesse falando conosco.

Mas quando ele realmente fala, achamos que as pessoas estão sonhando. Quando ele aparece de verdade, nossos olhos quase cegos não conseguem vê-lo. Quando ele se move, nos relutamos em aceitá-lo com medo de que possamos colidir com alguma coisa que não nos é familiar na nossa obscura e moribunda escuridão.

Parece ser motivo de frustração quando Deus muda a disposição dos móveis na nossa sala. Dizemos então aos jovens Samuéis que existem entre nós: “Vá dormir. Continue fazendo as coisas como lhe ensinei. Sempre foi assim mesmo.”

Não, nem sempre foi assim! E não estou contente com as coisas como estão – eu quero muito mais! Não sei quanto aos outros, mas cada cadeira vazia que vejo no santuário da igreja grita bem alto para mim: “Eu poderia estar sendo usada por algum ex-cidadão de Moabe! Não dá para colocar uma pessoa nesta cadeira?” Não sei quanto a você, mas para mim isto aumenta a minha santa frustração, meu descontentamento divino.

“Certo dia…  tendo-se deitado também Samuel no templo do Senhor, em que estava a arca, antes que a lâmpada do Senhor se apagasse, o Senhor chamou o menino Samuel, e ele respondeu: ‘Eis-me aqui’!” (1 Sm 3.2-4). A lâmpada do Senhor estava tremeluzindo, quase se apagando, mas isso não incomodava Eli (ele vivia num estado permanente de semi obscuridade).  O jovem Samuel, entretanto, disse: “Estou ouvindo alguma coisa”.

Está na hora de admitirmos que a lâmpada do Senhor está somente tremeluzindo. Sim, ela ainda está acesa, mas as coisas não são como deveriam ser. Olhamos para esta lâmpada tremeluzente iluminando fracamente uma igreja aqui e ali e dizemos, “Ó! é um avivamento!”.

Pode até ser para os poucos que estão próximos o suficiente para enxergarem, mas e para aqueles que estão mais longe? E os perdidos que nunca leram nossas revistas, nunca assistiram aos nossos shows de televisão, nem sequer ouviram as nossas ultimas fitas de pregação? Precisamos que a luz da glória de Deus brilhe intensamente, para que possa ser vista mesmo à distância. Em outras palavras, já é tempo que a glória de Deus, a candeia de Deus, saia do alqueire da igreja e passe a iluminar as nossas cidades! (veja Mateus 5.15).

Creio que Deus está disposto a liberar o “espírito daquele que abre caminho” (veja Miquéias 2.13), para literalmente abrir completamente os céus de tal modo que todos possam comer e beber da mesa do Senhor. Entretanto, antes que os céus se abram, é preciso que  “as fontes do grande abismo” se rompam (veja Gênesis 1.8, 7.11).

Já é tempo de que alguma igreja, em algum lugar se esqueça da tentativa de ser uma “igreja politicamente correta”, e deixe o céu se abrir para que dele caia o maná que vai começar a alimentar os que estão famintos espiritualmente por toda parte. Já é tempo de abrirmos um buraco no céu e prevalecer em intercessão desesperada até que a glória de Deus comece a brilhar aqui nas nossas cidades. Mas nem mesmo conseguiremos ver a fonte gotejando pelos nossos corredores, muito menos a sua glória fluindo pelas ruas das cidades, se não estivermos realmente famintos.

Não importa do que você precisa, ou o que acha que falta na sua vida – você realmente precisa é de Deus. E o caminho para ter Deus na sua vida é sentir fome. A minha oração é para que Deus gere na sua vida uma fome tal que o qualifique para a promessa de fartura. Jesus disse: “Bem aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos” (Mt 5.6).

Se tivermos fome, ele pode montar de novo as peças quebradas da nossa vida. Só então poderemos nos tornar santos. Mas a chave é ter fome. Por isso, quando você se descobrir catando migalhas no tapete da casa do pão, deve começar a orar assim: “Senhor acende uma fogueira de fome em mim!”

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