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O Mistério da Sua Presença

Por: Harold Walker

Uma das coisas mais mal compreendidas pelo homem, inclusive pelo evangélico, é a presença de Deus. Se por um lado muitos duvidam da própria existência de Deus ou acreditam que se ele existe é impossível qualquer contato com ele, por outro lado muitos cristãos fazem declarações a torto e a direito de que “Deus me falou isso” e “Deus me falou aquilo”, equivocadamente envolvendo o Todo-poderoso em suas próprias enrascadas e contradições.

Um evento que ilustra melhor que qualquer outro a terrível confusão da nossa sociedade em torno deste mistério é o Natal. Todos, cristãos e não-cristãos, sabem que o propósito desta festa é celebrar o aniversário do nascimento de Jesus. Mas poucos, muito poucos, até no meio dos cristãos, entendem o que estão celebrando. A prova disto começa pela própria origem da escolha da data (25 de dezembro), passa pelas maneiras usadas para celebrá-la (árvore de Natal, Papai Noel, decoração das ruas e das casas) e termina no grande ídolo que de fato é adorado – Mamom – Dinheiro. Se o grande Aniversariante aparecesse na Terra durante o Natal, certamente ficaria estarrecido diante das práticas em sua “homenagem” e totalmente opostas aos seus ensinamentos, que proliferam nesta época.

O nascimento de Jesus foi o maior acontecimento da história até hoje. Nosso sistema de datas, hoje adotado no mundo inteiro, confirma isto: a.C. (antes de Cristo) e A.D. (anno Domini, no ano do Senhor). Todos os acontecimentos da história são registrados em relação a este ponto central – a vinda de Jesus, a encarnação. O único Deus invisível, Jeová, cumpriu sua promessa de se tornar o Deus Emanuel, Deus conosco, e se fez carne e habitou entre nós (Mt 1.23; Jo 1.14).

Mesmo sem crer, concordar ou entender, o mundo inteiro presta reverência a este fato através de observar o calendário. (Apesar dos judeus, muçulmanos, chineses e outros observarem seus próprios calendários, por causa do domínio da cultura ocidental cristã e da unificação do planeta pelos meios de comunicação, comércio e tecnologia, todos são obrigados a confessar involuntariamente a primazia de Cristo na história, observando também o calendário cristão.)

O cristianismo é baseado neste mistério da encarnação. É o que começa sua diferenciação do judaísmo. Ambos crêem no mesmo Deus, mas os cristãos crêem que este Deus se fez carne e os judeus não. Podemos dizer, então, que a presença de Deus entre nós é a base do cristianismo e que esta presença não foi apenas espiritual ou por meio de palavras, mas física e material. Como cristãos, cremos que Deus estava presente fisicamente em Jesus na Primeira Vinda, está presente pelo seu Espírito e sua Palavra na igreja agora entre as Duas Vindas, e invadirá o cosmos inteiro, como nunca antes, na Segunda Vinda de Jesus.

Este tremendo evento ou “advento” da vinda da presença de Deus para a Terra, foi predito pelos profetas durante toda a época do Velho Testamento. Entretanto, geralmente não distinguiam entre as duas vindas porque as viam como um todo, como se Cristo fosse vir uma só vez para a Terra. É como ver de longe uma serra montanhosa. Ainda a distância, pensamos que há apenas uma montanha, mas quando chegamos mais perto e subimos por ela, vemos que há um vale e uma outra montanha na frente.

Apesar de vivermos atualmente no “vale” entre as duas “montanhas” ou vindas, na verdade as duas vindas e a época entre elas são partes de um processo só – a mudança de Deus para a Terra! Deus não só existe, mas está presente e se tornará cada vez mais presente, à medida que esta dispensação se apressa ao seu fim.

Porém, quantos, mesmo entre os cristãos, pensam sobre isto ou entendem suas implicações? Quantos param no meio de todas as celebrações natalinas sensuais para meditar sobre as incompreensíveis profundezas do amor de Deus, que o levaram a enviar seu Filho para deixar a glória e vir morar entre nós? Quantos ficam maravilhados e sensibilizados diante da grandeza do mistério da encarnação? Quantos estão impactados diante das implicações deste fato, sabendo que se ele veio uma vez, certamente voltará como prometeu, e que precisamos nos preparar para isto?

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“Deus estava se manifestando em forma humana trazendo o raiar de uma nova vida eterna do Reino! Tudo na criação estava sendo sacudido de uma vez, porque a destruição da morte, que segura toda a criação em suas garras frias, estava começando. E um grito veio da virgem e da criança juntas, um grito que ecoou neste mundo vindo do Reino dos Céus, vindo dos profundos mistérios do coração de Deus.”
Inácio de Antioquia

“Para provar as Escrituras, Ele mesmo veio morar entre nós. E agora por causa da encarnação, eu vejo sempre no meio dos mistérios da providência e da graça e da criação ‘uma Face como a minha’ e ‘uma Mão como a minha’. Através desses dois meios – a Bíblia e sua vinda – aprendi a amar a Deus.”
Oswald Chambers

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