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caminho que Jesus trilhou

O Destino das Nações

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Por Asher Intrater

Traduzido de uma mensagem dada na Conferência Internacional “Aglow” de 2005 em Nashville, EUA.

Cada nação é formada por dois conjuntos de pessoas: a população em geral, que é vista por Deus como um grupo rebelde à sua autoridade (Salmo 2), e o remanescente, composto pelos verdadeiros seguidores de Jesus (Yeshua[1]), pessoas nascidas de novo. O destino espiritual de uma nação é determinado por esse grupo remanescente que existe dentro dela. Não podemos entender o propósito e o destino de Deus para uma nação olhando para os não-crentes – mesmo que estes constituam a maioria da população.

Quando Deus olha para uma nação, ele a vê como se fosse uma fruta – uma banana ou uma noz dentro de uma casca. Os não-crentes são como a casca, mas vocês – o remanescente fiel – são as pessoas que Deus vê como as que carregam sobre si o verdadeiro destino da sua nação! O propósito e o destino de Deus para um povo não podem ser encontrados na casca externa dos incrédulos, mas no fruto interior do remanescente regenerado!

O Exemplo da China

Vejamos alguns exemplos: Seria impossível compreender o destino espiritual da China olhando somente para o regime comunista fundado por Mao Tsé-Tung (ou Mao Zhedong). Isso é somente o exterior visível da China – a palha! O “trigo” da China está nos aproximadamente 100 milhões de crentes que se encontram na igreja subterrânea daquele país. Quando Deus olha para a China, ele vê tanto o trigo como a palha.

Uma pessoa sem muito discernimento espiritual irá enxergar somente a palha, por ser visível ao olho natural – neste caso, a China comunista –, e não o fruto de Deus dentro da igreja subterrânea. É necessário ter visão espiritual para ver o remanescente escondido dentro da China, mas é só através dele que o propósito e o destino de Deus para a China poderá se concretizar.

No fim, Deus haverá de separar os dois grupos. Lembre-se de que Deus recolhe a palha para ser queimada (Mt 3.12)! Só compreendemos por que Deus fez a nação chinesa quando olhamos para a sua igreja subterrânea. Considere o sofrimento e a coragem daquela comunidade de fé. O que seria o reino de Deus sem eles?

O Caso dos Palestinos

Eis um outro exemplo: o remanescente dos palestinos que crêem em Jesus. Uma das alegrias que nós, judeus messiânicos, temos em Israel é o nosso relacionamento com os cristãos palestinos. Estou me referindo a crentes nascidos de novo, cheios do Espírito, que dão testemunho da sua fé – e que são árabes de nascimento! De tempos em tempos, fazemos conferências juntos, nas quais desfrutamos de preciosa adoração e de comunhão mútua.

Como judeus, somos enriquecidos pela nossa amizade com os cristãos árabes, porque trazem consigo algo da cultura do nosso ancestral Abraão. Nosso povo – o povo judeu – viveu espalhado no exílio pelos últimos dois mil anos, e agora voltamos, de certa forma, como estrangeiros em nossa própria terra. Temos, assim, descoberto algumas das nossas próprias raízes através dos amigos árabe-cristãos!

Nosso ministério em Israel tem uma parceria com um grupo de evangelistas palestinos que pregam o evangelho para muçulmanos na Cisjordânia. Correm perigo de vida todos os dias. Entretanto, muçulmanos estão encontrando Jesus através deles! À semelhança da igreja subterrânea na China, eles também sofrem por causa da sua fé. Como crente judeu, eu não posso imaginar o reino de Deus sem o remanescente de verdadeiros árabe-cristãos!

Deus tem um propósito e um destino espiritual para cada tribo, língua, povo e nação – basta ter olhos espirituais para ver (Ap 7.9). O mesmo se aplica a Israel (Ap 7.4). Se quiser entender o propósito de Deus para Israel, não olhe para os não-crentes. Olhe para o remanescente fiel escondido dentro da nação.

Romanos 11.2-5

Deus não rejeitou o seu povo a quem de antemão conheceu. Ou não sabeis o que a Escritura refere a respeito de Elias, como insta perante Deus contra Israel…? Que lhe disse, porém, a resposta divina? Reservei para mim sete mil homens, que não dobraram joelhos diante de Baal. Assim, pois, também agora, no tempo de hoje, sobrevive um remanescente segundo a eleição da graça.

Talvez você nem saiba que existe um remanescente crente em Israel. Hoje – como nos dias de Elias – há mais de 7.000 pessoas que são cidadãos israelenses, judeus por nascimento físico, e que nasceram de novo pelo Espírito de Yeshua. Considero-me afortunado por estar incluído nesse grupo.

Assim como vimos no exemplo da Igreja Chinesa e dos Cristãos Palestinos, o mesmo ocorre com o Remanescente Messiânico de Israel. O destino da nossa nação se encontra atrelado à comunidade de crentes, não à maioria numérica dos não-crentes. Se você quiser entender o que Deus está fazendo em Israel, o primeiro lugar em que conseguirá ver alguma coisa é no Remanescente Messiânico.

Alguns ficam confusos, tentando entender o destino que Deus tem para Israel ao olhar para os nossos políticos incrédulos – quer sejam da direita, quer sejam da esquerda; ou, então, para os nossos rabinos não-crentes – quer sejam ortodoxos, quer sejam reformados. Não é ali que você verá o propósito de Deus para Israel! Por que você consegue ter discernimento espiritual quando olha para qualquer outra nação do mundo e não tem quando olha para Israel?

Se insistir em procurar o destino e o propósito espiritual de Israel somente na casca exterior dos não-crentes, você só cairá em confusão, ou por um lado, ou por outro. Em um extremo, está o erro da “Idolatria de Israel”, que consiste em acreditar que um político da direita ou um rabino religioso é salvo somente porque é capaz de citar alguns textos da Bíblia, ou que um movimento político-religioso possa trazer o reino sozinho, sem o Espírito Santo ou sem o Evangelho (At 1.6).

Já no lado oposto, você pode acabar abraçando a “Teologia da Substituição”, rejeitando todo o plano de Deus para Israel, porque diz: “Estas pessoas não são espirituais e não são crentes em Yeshua. Portanto não podem ser Israel, e Deus não tem um destino especial para esta nação”. Esse também é um erro muito grave, que nega centenas de promessas da aliança de Deus e profecias diretas a respeito de Israel como uma nação.

Tanto a Idolatria de Israel como a Teologia da Substituição são erros. Tais pontos de vista negam a própria autoridade e autenticidade das Escrituras; são conseqüência de não se reconhecer o papel do Remanescente Messiânico dentro da nação.

Como ocorre com todas as demais nações, para entender o destino e o propósito de Deus para Israel precisamos olhar com discernimento espiritual para o remanescente fiel dentro da nação. É através desse remanescente de discípulos evangelizadores, que cresce a cada dia, que o reino de Deus está aumentando. Essa realidade não é menos verdadeira em Israel do que em qualquer outra nação sobre a face da terra.

Dois Possíveis Destinos

Há dois possíveis destinos para as pessoas em cada nação. Há o bom destino que vem de Yeshua, e uma deturpação desse destino que vem do diabo.

Podemos ver isso em Zacarias 14, onde a expressão “todas as nações” é utilizada duas vezes no capítulo. No começo do capítulo (v. 2), ele diz: “Porque eu ajuntarei todas as nações para a peleja contra Jerusalém”, onde serão destruídas por Yeshua na sua segunda vinda.

Depois, mais para o fim do mesmo capítulo (v.16), ele também diz que “…todos os que restarem de todas as nações que vieram contra Jerusalém [ou seja, o remanescente de cada nação] subirão de ano em ano para adorar o Rei, o Senhor dos Exércitos, e para celebrar a Festa dos Tabernáculos”.

Percebe-se assim que “todas as nações” podem ter tanto um destino positivo, dado por Deus, quanto um destino negativo, demoníaco. A luta entre esses dois destinos é que é a verdadeira causa das guerras espirituais. Você é o representante, dentro da sua nação, que carrega o destino de Deus para ela. Você tem, dentro de si, uma visão para a salvação da sua nação.

Você não fará parte dos incrédulos de “todas as nações” que virão para Jerusalém para serem derrotados! Você representa o germe do trigo na sua nação e não a palha exterior. Você também carrega a visão de Deus para as nações no que concerne a Israel. Você foi chamado para participar com o remanescente fiel em Israel através da intercessão e do apoio aos propósitos de Deus nesta nação.

Seu destino futuro é estar entre aqueles que virão de todas as nações, todos os anos, para adorar o Rei Yeshua em Jerusalém. Este é o Destino das Nações que é carregado pelo remanescente de cada tribo e língua e povo e nação… incluindo Israel e incluindo a sua nação.

Asher Intrater é um judeu que crê em Jesus como Messias e tem um ministério reconhecido dentro e fora de Israel. Sua formação superior foi adquirida, entre outros lugares, na Universidade de Harvard e na Universidade Hebraica de Baltimore. Depois de servir durante 13 anos em igrejas na região de Washington D.C. (EUA), ele emigrou com sua esposa e quatro filhos para Israel em 1992. Asher e Betty Intrater dirigem atualmente um ministério em Jerusalém (“Revive Israel Discipleship Training Center” ) que capacita crentes locais a multiplicarem congregações em toda a Terra Santa. A paixão dos Intrater é ver um avivamento nacional em Israel. Maiores informações no site www.revive-israel.org e no site do seu ministério parceiro no Brasil, Maoz Israel: www.maozisrael.com.br.


[1]“Yeshua” é a grafia aproximada da pronúncia de “Jesus” em hebraico. Foi usada aqui por ser um artigo escrito por um judeu messiânico, mas não traz nenhuma sugestão de que cristãos gentios devam usá-la.

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2 respostas

  1. Muito bom, importante lembrar a existência dos remanescentes nas nações e, mais ainda, a responsabilidade que repousa sobre os nossos ombros.

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