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Entrevista de Impacto: O Bebê Que Não Quis Morrer

Por Paula Cini

Uma mãe desesperada concordou relutantemente em fazer o aborto. Mas esta criança queria viver. Numa época de horror, privação e escolhas impossíveis, Deus estendeu sua mão de cura para salvar uma minúscula criancinha para si mesmo.

Na minha cidade natal de Sighisoara, na Romênia, mora uma mulher chamada Magdalena. Ela, seu marido e seus três filhos moravam numa casa junto com os pais do marido, e ainda com o cunhado e a família dele. Como as três famílias somavam seis adultos e quatro crianças, o espaço era extremamente apertado.

Era no tempo do regime comunista do ditador Nicolae Ceausescu (que governou a Romênia de 1965 a 1989). A vida naquela época era muito dura. Para comprar alimentos era preciso ficar em longas filas e, mesmo assim, às vezes não havia o que comprar.

Quando Magdalena ficou grávida do quarto filho, uma violenta batalha verbal irrompeu na família estendida. Os avós e a família do cunhado queriam que o bebê fosse abortado, pois não havia dinheiro suficiente para alimentar e vestir as crianças que já tinham. A sogra  disse: “Magdalena não tem qualificação alguma para ganhar renda e sustentar a criança; a única coisa que sabe fazer é gerar mais bebês”. Magdalena queria desesperadamente ficar com seu filho, mas, finalmente, com profunda tristeza, cedeu a fim de manter a paz na família.

O aborto era ilegal na Romênia. Mas foram informados a respeito de uma mulher que fazia abortos, mesmo não possuindo treinamento médico; o único problema é que a operação teria de ser feita às escondidas. Com relutância, Magdalena permitiu que uma amiga a levasse à mulher a fim de efetuar o aborto. Ela sabia que poderia ser presa por isso. Além disso, ao permitir que seu bebê fosse morto, ela mesma poderia morrer.

Na mesa, durante o procedimento, Magdalena perdeu muito sangue e desmaiou. A aborteira ilegal ficou apavorada e fugiu, com temor de ser descoberta e presa.

A amiga de Magdalena entrou na sala e a levou para um hospital onde havia um médico que conhecia a família. Ao saber que a família estendida não queria a criança, e que Magdalena havia concordado em abortá-la a fim de manter a paz, ele concordou em fazê-lo, apesar de temer pelas conseqüências que sofreria, caso fosse descoberto. Em seguida, tentou diversos procedimentos, inclusive injeções, para fazer o bebê sair.

Depois de dois dias no hospital, Magdalena estava ficando muito fraca. Finalmente, o médico lhe disse: “Este bebê não vai morrer; ele quer viver”. Porém, como não sabia o que a “aborteira” charlatona havia feito, ele lhe informou que o bebê poderia ser fisicamente deficiente, sem dedos na mão ou no pé, talvez sem braço ou perna, ou ainda mentalmente retardado.

A família resolveu ficar com o bebê. Como membro fiel da Igreja Ortodoxa, Magdalena cria em Deus. Ela orou e fez uma aliança com Deus: se ele deixasse a criança nascer com saúde, ela a devolveria para que ele a usasse da forma que escolhesse. O bebê nasceu no oitavo mês da gravidez. Era uma minúscula menina, pesando pouco mais de um quilo e oitocentos gramas, e foi preciso mantê-la em uma incubadora durante duas semanas. Mas tinha todos os membros e, à medida que crescia, ficou claro que era uma criança perfeitamente normal.

A menina foi amada e tratada de forma muito especial. Os pais sentiam que ela pertencia a Deus agora e que precisava ser protegida. Não permitiam que participasse de esportes perigosos ou que fizesse qualquer coisa que pudesse machucá-la. Ela sempre quis saber por que era tratada de forma tão diferente.

Com o tempo, a garota cresceu e, com quatorze anos de idade, começou a freqüentar algumas atividades da Igreja do Nazareno na sua cidade natal, onde teve um encontro pessoal com Cristo como seu Salvador. Depois de algum tempo, Magdalena sentou-se com sua filha e contou-lhe a respeito das circunstâncias do seu nascimento. Hoje, sua filha tem 20 anos de idade.

O nome que Magdalena dera à sua filhinha era Paula. Eu sou essa Paula. Magdalena é minha mãe.

Hoje sou uma estudante na Faculdade Nazarena da Europa, preparando-me para uma vida de serviço cristão. Não é fácil estar em um país diferente, longe daqueles que amo. Mas, no ventre da minha mãe, recusei-me a morrer. Hoje, recuso-me a ser qualquer outra coisa senão a dádiva que minha mãe prometeu devolver a Deus.

Nota: Paula Cini é uma estudante na Faculdade Nazarena da Europa (EUNC) em Busingen, um enclave alemão na Suíça. Rob L. Staples, que a entrevistou, é um professor emérito de teologia no Seminário Teológico Nazareno em Kansas City (EUA). Ele entrevistou Paula enquanto servia como professor interino na EUNC durante o outono de 2002. Publicado originalmente em Holiness Today (Santidade Hoje), uma publicação da Igreja do Nazareno, na edição de abril de 2003.

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