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Jovens de Impacto: Seus Filhos Voltarão

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Por: Joy Frangipane

Ninguém pode me dizer que pais     e filhas não podem ter relacionamentos íntimos, ou até se tornar o melhor amigo um do outro. As pessoas chegam a quase ter inveja do amor que existe entre mim e meu pai. A única coisa que causa discussão entre nós é sobre quem ama quem mais.
Porém, nosso relacionamento nem sempre foi tão caloroso assim. Houve um tempo em que senti que tinha perdido minha capacidade de amar meu pai. Eu era uma adolescente cristã numa escola pública secundária. Minha criação cristã fizera de mim uma pessoa diferente dos meus colegas. Eu era nova na escola e ansiava por aceitação. As regras do meu pai pareciam ser a fonte da minha sensação de rejeição social.

Fazer Concessões ou Manter o Padrão?

Alimentada por minhas próprias inseguranças, passei a considerar meu pai como a raiz dos meus problemas. Embora eu mesma tivesse estabelecido um padrão que considerava adequado e lutasse para viver de acordo com ele, meu pai era muito mais rígido. Fiquei irada porque ele se recusava a abaixar o padrão que tinha convicção de ser o padrão certo. Ele se negava a usar minha ignorância como desculpa para fazer concessões e, assim, conseguir minha aceitação.

As coisas começaram a ir de mal a pior. Chegamos no fundo do poço no dia em que o olhei bem nos olhos e lhe disse que o odiava. Eram palavras duras, mas também era um período extremamente difícil. Na verdade, eu não o odiava. Odiava a mim mesma. Sentia que não era má o suficiente para ser aceita por meus amigos e não era boa o suficiente para ser aceita em casa. Quando estes sentimentos dominam sua vida, você procura alguma coisa – qualquer coisa – aonde possa colocar a culpa. Escolhi meu pai. Ele “pagou o pato” pela minha dor. Passou a representar para mim um inimigo.

No meu coração, eu sabia que não o odiava. Eu estava brava e confusa. Achava que ele não se preocupava com a forma como me sentia. Parecia que não estava disposto a fazer qualquer tipo de concessão para minha situação. Ele estava arriscando perder meu amor para poder salvar a minha alma.

Era um tempo muito difícil para nós dois. Ele sofria a dor da rejeição tanto quanto eu. Para ele, também, havia dor e perda, porém de um ângulo diferente. Seu temor do Senhor superava seu medo de dor. Ele me amava, mas tinha uma obrigação muito superior à necessidade de obter meu favor e minha aprovação. Tenho certeza que às vezes ele se questionava se estava agindo da maneira certa. Deve ter havido ocasiões quando sentia que suas orações estavam batendo no teto e caindo de volta aos seus pés.

Tenho certeza, também, que houve momentos quando considerou a possibilidade de abaixar seus padrões. Teria sido muito mais simples do que lutar contra o poder de uma filha independente e voluntariosa. Estas considerações devem ter passado diante dele, porém nunca cedeu a elas. Pelo contrário, permaneceu firme e orou com mais intensidade.

“Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo” (Tg 5.16). Muitas vezes, ele clamou ao Senhor em angústia e frustração. “O que será que fiz de errado?”

Meu pai tem um maravilhoso ministério a Deus em oração. Acho que contribuí de alguma forma com o caráter divino que Deus estava formando nele naquele tempo. Antes de começar a orar por cidades e nações, ele estava de rosto em terra, orando por mim.

“Ensina a criança no caminho em que deve andar, e ainda quando for velho não se desviará dele” (Pv 22.6). Aquele versículo era uma promessa à qual ele se agarrava. “Vossos filhos e vossas filhas profetizarão” (Jl 2.28) era outra promessa que segurava diante de Deus. Ele me entregara ao Senhor, estabelecera um padrão santo e estava confiante na fidelidade de Deus à sua palavra.

Ao mesmo tempo, eu estava lutando com minha salvação. Meu desejo de ser aceita por meus amigos não convertidos na escola conflitava com meu desejo de estar com o Senhor. Tiago fala da pessoa de ânimo dobre, inconstante em todos os seus caminhos. Eu estava completamente instável. Estava me equilibrando numa linha tênue entre o céu e o inferno. Eu queria o melhor dos dois mundos e não estava satisfeita com nenhum dos dois.

Embora tivesse sido criada na igreja, o mundo estava aumentando sua influência sobre minha vida. Meus olhos haviam se cegado ao pecado em minha própria vida, separando-me ainda mais de Deus e dos meus pais. Eu não conseguia vislumbrar qualquer saída.

A Força da Semente

Quando uma criança é criada num lar cristão, indiferente do que pode acontecer depois, há uma semente que foi plantada no seu coração que continua crescendo. É uma semente impressionante, porque consegue crescer no escuro, sem água; consegue até florescer no meio de adversidade. A razão por que nunca podemos fugir de Deus é que aquela semente crescendo dentro de nós é o próprio Deus. Uma vez que você tenha provado da presença do Senhor, nada mais pode satisfazê-lo como ele. Às vezes, as pessoas que parecem estar correndo mais intensamente de Deus estão se esforçando tanto porque não perceberam que ele está tão perto delas.

Exteriormente, meu testemunho era muito fraco e eu estava ficando cada vez mais sob o jugo de buscar aceitação dos meus amigos. Mas por dentro, meu coração clamava por intimidade com o Senhor. Eu odiava minha duplicidade, tanto quanto meu pai. Durante toda minha vida, havia desejado fortes amigos cristãos para juntos salvarmos o mundo. Eu queria este apoio, mas nunca o obtivera. Estava fazendo o possível dentro do meu contexto, mas cada vez mais perdia minha sensibilidade em relação ao pecado, e quanto mais ficava com pessoas não convertidas, mais enganada ficava.

Paulo adverte: “Não vos enganeis: que sociedade pode haver entre a justiça e a iniqüidade?” (1 Co 15.33; 2 Co 6.14). Eu não percebia o impacto que meus amigos não convertidos exerciam sobre mim. Quanto mais ficava junto, mais me conformava a eles. Quando olho para trás agora, tenho certeza que, a menos que meus pais tivessem orado por mim, teria continuado firme no caminho para o inferno.

O pecado tem um jeito de invadir e dominar. Mas o amor é “forte como a morte” e “as muitas águas não poderiam apagá-lo”. O amor “jamais acaba”. E oração é o poder mais alto através do qual o amor é liberado.

Tive de reaprender como amar. Meu amor se tornara totalmente centrado em mim mesma, transformou-se num amor condicional. Não conseguia perceber que meu pai e meu Senhor me amavam incondicionalmente. Só precisava me abrir para isto. Só tive de vencer a brecha de comunicação para poder compreender que Deus me amava quando eu nem mesmo sabia que ele tinha um padrão de santidade. E meu pai me amava por mim mesma, não por alguma coisa que eu precisava alcançar ou por alguém em quem precisava me tornar. Meu relacionamento com meu pai é maravilhoso e hoje isto é fato.

Deus demonstrou sua fidelidade, tanto na minha vida, como na do meu pai. O Senhor fechou a brecha entre nós e a encheu de amor. Para isto foi necessário que eu saísse do meu ambiente e fosse plantada com pessoas cristãs que me amaram fielmente. Também foi preciso que eu tivesse vontade de mudar, e no fim isto aconteceu.

Por favor, ouçam-me, pais. Não desistam dos seus adolescentes. Não sacrifique os padrões divinos de justiça para atender à sua natureza carnal. Eles não os respeitarão por isto e Deus não honrará sua posição. Seus filhos não foram consagrados a Satanás; foram dedicados ao Senhor. Ele sempre esteve com sua mão sobre suas vidas e não se esquecerá deles. Ele tem ouvido suas orações e é fiel para atender ao seu clamor. Ele é Deus.

A oração funciona. Sou uma prova viva disso. Olho para trás agora e vejo quantas vezes somente a maravilhosa dedicação de pais amorosos pôde me resgatar de situações desesperadoras. O Senhor não desamparará seus filhos. Ele não lhes virará suas costas. Nunca estamos fora do seu alcance. Acreditem nas promessas do Senhor. Ele não é mentiroso. Ele honra um coração perseverante. Fiquem firmes. Seus filhos voltarão ao Senhor.

Joy Frangipane é a filha mais velha de Francis Frangipane.

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