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Em entrevista exclusiva, o diretor Darren Wilson revela como seus documentários repletos de milagres e curas ao redor do mundo mudaram sua visão de evangelismo

por Carolina Sotero Bazzo  (colaborou Ilson Soares)

“Depois de uma oração, ninguém sai realmente desapontado se nada acontecer. As pessoas saem felizes por alguém se importar o suficiente para ouvi-las e orar por elas. Todo mundo quer sentir-se amado, e é nosso trabalho preencher essa necessidade”

Darren Wilson era professor universitário de Chicago que acalentava o sonho de lançar-se como roteirista de cinema. De súbito, decidiu alugar algumas câmeras com dinheiro emprestado da avó, e produziu seu primeiro filme. Descrito como “uma jornada em busca da verdade”, O Dedo de Deus (Finger of God, de 2006, lançado no Brasil pela BV Filmes) fez tanto sucesso que incentivou Wilson a continuar viajando ao redor do mundo para documentar o que “o dedo de Deus” tem feito. E mudou radicalmente sua visão sobre a contemporaneidade dos milagres.

Em Father of Lights (2012), por exemplo, assumiu o desafio de registrar “o coração de Deus”. Encontrou um indiano que ouve, literalmente, a voz de Deus e prega para um feiticeiro; um homem que fala da graça de Deus dentro das boates; um casal americano que abandonou tudo para cuidar das crianças rejeitadas da China e muito mais. São cenas e histórias de amor, graça e poder mostrando que, como diz Jesus, “Deus continua trabalhando”, conforme Wilson compartilha nesta entrevista exclusiva.

Logo em seu primeiro filme, você assume suas desconfianças em relação a acontecimentos sobrenaturais. Conte um pouco sobre a sua trajetória espiritual.

Eu cresci numa igreja batista; então sempre acreditei em Deus. Mas coisas estranhas como milagres, sinais e maravilhas estavam fora do meu campo de possibilidades. Ouvia falar de pessoas ocasionalmente sendo curadas de câncer, mas a ideia de que milagres estavam acontecendo com frequência me parecia absurda. Além disso, eu era um professor universitário, sempre fui alguém desconfiado. Mas antes de começar a fazer filmes, quando ainda trabalhava como professor, eu tive um poderoso encontro com Deus em uma conferência no Canadá. Naquele momento, o que somente pode ser descrito como um encontro angelical, Deus claramente me disse para fazer o filme O Dedo de Deus. É claro, logo que comecei a viajar e ver as coisas com meus próprios olhos, minha opinião mudou rapidamente.

Como surgiu a ideia do filme Father of lights?

Eu tinha uma visão muito errada de Deus Pai. Eu o imaginava muito nervoso, rabugento, sempre chateado comigo por alguma coisa que não tinha feito. Mas, quando terminei meu segundo filme, Amor indestrutível (“Furious Love”,de 2010), tive a suspeita de que isso estava errado e que precisava descobrir algo sobre Deus. Então decidi fazer um filme sobre o Pai para revelar quem ele realmente é.

Durante as filmagens de Father of Lights (2010) você esteve pessoalmente com grandes evangelistas de hoje – viu conversões, pessoas sendo curadas, sendo tocadas pelo amor de Deus, milagres acontecendo. Quais histórias foram mais surpreendentes para você?

Eu escutei tantas histórias e conheci pessoas tão incríveis que escolher a melhor para mim é impossível. Mas, honestamente, o que mais me impressiona a respeito das pessoas que conheci não são as histórias em si, mas o quão normal elas são. São evangelistas que estão fazendo coisas inacreditáveis, mas são como qualquer um de nós: brigam com a esposa, lutam contra o excesso de peso, têm dias ruins, têm medos. Mas, por deixarem tudo isso para trás e colocarem sua confiança em Deus, ele faz coisas surpreendentes por intermédio deles. Se há alguma coisa que eu aprendi ao longo deste ano é que Deus não está procurando talentosos, mas sim dispostos.

No filme, aparecem muitos casos de cura e milagres. As histórias do evangelista Todd White, por exemplo, são surpreendentes. Como você enxerga essa questão do evangelismo de poder?

Eu vejo como uma das formas de evangelismo mais eficazes. Simplesmente porque as pessoas não podem argumentar contra a experiência. É muito mais difícil para alguém que experimentou de verdade o poder de Deus rejeitar isso. Eu sei que há certos tipos de pessoas que serão convencidas apenas pela razão. Mas, no fim do dia, todos nós, simplesmente, queremos um toque de Deus, queremos saber que ele é real. Muitas vezes, tentamos proteger a reputação de Deus. E, por isso, não colocamos nossa fé em prática. Pensamos que se ele não se mover nem curar alguém, as pessoas vão se decepcionar e pensar que Deus é fraco. Mas o que eu tenho visto é que, depois de uma oração, ninguém sai realmente desapontado se nada acontecer. As pessoas saem felizes por alguém se importar o suficiente para parar, ouvi-las e orar por elas. Todo mundo quer sentir-se amado. E é o nosso trabalho preencher essa necessidade.

Em sua opinião, como deve ser feito o evangelismo nos dias de hoje?

Sinceramente, eu não acho que o evangelismo de poder seja o único caminho para difundir o evangelho. O evangelismo pode acontecer numa variedade de maneiras diferentes, mas o amor deve ser a força motriz por trás de tudo isso. As pessoas sentem o cheiro de farsa a distância. Se você não está amando, então não importam quantas palavras proféticas você pode dar, a Bíblia diz que você não vai ganhar nada.

Diante de tudo o que você viu e ouviu, que conselhos você daria para a igreja brasileira?

Lembre-se de que seu trabalho não é julgar, não é converter nem convencer ninguém a aderir a seu “clube”. Seu trabalho é apenas ser as mãos e os pés de Jesus. Ore pelos doentes, cuide dos pobres e confie em Deus de forma radical. Esteja sempre numa posição em que você dependa de Deus aparecer. Se você pode fazer alguma coisa sozinho é porque Deus não é realmente necessário. Ele é um Deus bom e ama as pessoas. Nosso trabalho é, simplesmente, mostrar isso.

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Uma resposta

  1. Tive oportunidade de assistir o último filme dele “Holy Ghost” e fui impactado pela forma de evangelismo. Inspirou-me a mim e a alguns membros da igreja a sermos treinados numa forma de abordagem diferente com as pessoas, na evangelização. Creio que isso pode dar um outro impulso à igreja.

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