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Carnaubeira da Penha, no Alto Pajeú, já não é a mesma

Luiz Montanini

Um grupo de 13 pessoas, oriundas de cinco congregações, quatro de São Paulo, capital, e uma de Valinhos, interior de São Paulo, fez uma recente expedição de evangelização a Carnaubeira da Penha, região sudoeste de Pernambuco, no Alto Pajeú, a 510 km do Recife. Foi uma experiência maravilhosa, caracterizada pelo serviço, amor e, especialmente, pelo poder de Deus.

Viajamos a Recife e de lá, depois de recebidos com amor pelo pastor César Morgado e seu grupo, na manhã seguinte partimos de van para Carnaubeira da Penha. Fomos orando de Recife ao destino, e uma das orações vivificadas em nós foi a de que o Senhor nos ajudasse a remir o tempo porque tínhamos muito a fazer em apenas seis dias, dois dos quais consumidos nas viagens de ida e volta.

Viajamos com o intuito de entrar no trabalho do pastor local, de nome George, sem nada impor, apenas com o objetivo de ajudá-lo. Chegamos a Carnaubeira no início da noite e fomos orar. Lia, minha esposa, e outro irmão do grupo sentiram que o inimigo estava tentando nos intimidar, mas que Deus tinha muito povo naquela cidade. O Senhor nos encorajou a não temer e a partir contra as obras do mal com base em Atos 18.9,10.

Já na casa alugada onde ficaríamos durante aqueles dias, George nos abriu o coração. Estava sofrendo muitos ataques, juntamente com a esposa Rute e a filha Valquíria. Nos cultos matinais diários que perseverava a fazer todos os dias, às 5 horas da manhã, no prédio onde a igreja se reunia, chegou a sentir ataques malignos muito fortes, nos quais houve até manifestações visíveis como de fumaça negra.
George nos contou que estava no seu limite, sentindo-se sozinho e abandonado. Sua esposa e ele estavam prestes a deixar o ministério.

Vimos ali, diante de nós, um guerreiro, um homem corajoso, mas esgotado e começando a esmorecer. Após a oração, George se animou ao saber que havia cinco igrejas orando e jejuando por Carnaubeira da Penha e que muitos outros indivíduos, no Brasil todo, também o faziam pelo Jogo de Cartões de Oração, idealizado pelo Movimento Nacional de Evangelização do Sertão Nordestino. Carnaubeira é a cidade número 22 do jogo, o que significa que no dia 22 de cada mês inúmeras pessoas no Brasil oram especificamente por ela.

Li para ele o terceiro item do cartão de oração referente a Carnaubeira da Penha: “Que igrejas de outras regiões enviem obreiros para essa cidade, para que preguem o Evangelho no poder do Espírito Santo e novas congregações sejam abertas”. Ao ouvir isso, George sentiu-se encorajado. Não tinha experiência com ações do poder de Deus, como expulsão de demônios, e não era batizado com o Espírito Santo, mas creu conosco.
George tem uma história interessante: era convertido a Cristo havia oito anos e casado com Rute, uma missionária, havia sete. Pouco tempo depois, sua denominação, sem saber que Rute havia-se casado, chamou-a para enviá-la a Carnaubeira da Penha. George sentiu que devia apoiá-la nisso e acompanhou-a. Com o tempo, ele foi crescendo espiritualmente e assumindo o encargo pastoral sobre a cidade, e sua esposa percebeu.

Na manhã seguinte, tivemos outro tempo de oração e pedimos a George que tentasse marcar uma audiência dos pastores com o prefeito. Enquanto fomos tomar café, George saiu para tentar agendar o encontro. Voltou em 20 minutos dizendo que o prefeito nos receberia em seguida. Deus estava remindo o tempo. Deixamos o café na mesa e saímos, os três pastores (Luiz Montanini, Valdir Lecca e José Pereira) e George, para orar com o prefeito.

Na audiência, o prefeito nos contou que, embora tivesse recebido a administração falida, muita coisa tinha mudado nos últimos 40 ou 50 dias, e estavam chegando verbas para colocar a casa em ordem. Então lhe repeti o que tinha dito a George: que cinco igrejas de São Paulo estavam orando e jejuando havia 40 dias pela cidade. Mostrei-lhe o jogo de cartões de oração, no dia 22, em que aparece Carnaubeira da Penha, e lhe disse que o Brasil todo estava orando por Carnaubeira. O prefeito ficou emocionado. Oramos com ele e saímos.

Sentimos que não deveríamos cozinhar ali, para economizar tempo, e Deus nos deu a palavra de Lucas 10.7, de que, naquela situação, não deveríamos ir de casa em casa, porque não conseguiríamos alcançar nem sequer a décima parte delas. Afinal, nosso grupo era pequeno e os poucos da igreja local presentes ali ainda não tinham muita iniciativa por falta de entendimento ou experiência de evangelização. Para as refeições, escolhemos um pequeno restaurante que havia sido inaugurado no dia anterior.

Depois de obter o acesso espiritual e político à cidade, por meio do pastor e do prefeito, sentimos a direção de orar nas portas da cidade para amarrar principados e potestades. Entendemos que, antes de sair para ganhar as famílias, teríamos de amarrar o valente conforme Marcos 3.27 e Mateus 12.20. Nosso grupo não estava acostumado a esse tipo de ação, mas, naquele momento, ficou claro para nós que deveríamos agir nesses moldes.

Saímos e oramos em duas das três principais estradas de acesso a Carnaubeira da Penha e num local de peregrinação religiosa e de engano.

Durante os dias, visitávamos uma das três comunidades indígenas de Carnaubeira da Penha e, à noite, fazíamos um culto de adoração e palavra evangelística na praça central da cidade. Da casa do pastor George, em frente à praça principal, puxávamos as extensões e os cabos necessários para o som.

Nas aldeias, o poder de Deus se manifestou

Ao chegar à primeira delas, Quixaba, oramos na entrada. Pouco depois, quando chegamos ao local de reuniões, um pequeno grupo de irmãos nos esperava, arrumadinho e sentado, para o “culto”. Mas, em dez minutos cantando ali, ouvi Deus me falar para fazer o culto depois, porque aquele momento era de evangelização, de batalha. Saímos, então, pelas casas da aldeia, em grupos de dois de nossa equipe acompanhados de um irmão da aldeia, para nos apresentar nas casas. Entrávamos, orávamos e víamos curas e conversões.

Uma jovem senhora, Taís, recebeu a Cristo, foi curada interiormente, recebeu o perdão de Deus e, no mesmo instante, seu semblante mudou. E assim aconteceu com várias pessoas. Um jovem dali, de nome Edvaldo, e sua esposa, Joselma, já começaram a ser discipulados para trabalhar como obreiros auxiliares do pastor George.

No dia seguinte, fomos à outra aldeia, de nome Cachoeira. George nos alertou que ali encontraríamos muitas ações de demônios. Contou-nos que muitos ficavam endemoninhados ao dançar o Toré, uma dança afro-indígena, ao redor de uma espécie de santuário abastecido com botijas de cachaça que bebiam para entrar em transe.

Ao chegar ali, dona Maria, a líder da comunidade, foi hospitaleira. Visitamos a aldeia, oramos contra a maldição do Toré e voltamos para um salão na entrada da aldeia. Então, perguntamos se alguém queria oração por cura e falamos que Deus queria libertá-los também dos espíritos malignos. Muitos vieram para receber cura de doenças, mas nós oramos contra os demônios. Vários ficaram endemoninhados e foram libertos. A maioria das pessoas ali era escrava de dois demônios do Toré, além de ter feito pactos com benzedeiras. Com a libertação espiritual, as doenças e dores desapareceram também. Outro jovem dali, de nome Sandro, também começou a ser discipulado para trabalhar como obreiro auxiliar naquela aldeia e, no último dia da expedição, foi batizado no Espírito Santo.

No culto da noite, na praça da cidade, mais pessoas se aproximaram de nós.

No dia seguinte, fomos à aldeia Oiticica, a mais distante. É uma aldeia em cujas cercanias há tráfico de drogas, especialmente maconha. Carnaubeira da Penha é uma das cidades do chamado Polígono da Maconha. Em Pernambuco, as plantações de maconha estão espalhadas ao longo das cidades de Salgueiro, Floresta, Belém de São Francisco, Cabrobó, Orocó, Santa Maria da Boa Vista, Petrolina, Carnaubeira da Penha e Betânia.

Na aldeia Oiticica, havia um pequeno salão onde eram feitos os cultos. Saímos, então, a convidar os moradores, com a mesma estratégia de ir dois de nós acompanhado de um morador crente que conhecesse os vizinhos, para convidá-los para a reunião de libertação. No caminho, na medida do possível, entraríamos nas casas para curar enfermos e expulsar demônios, e completaríamos o trabalho no ajuntamento da tarde.

Uma pessoa caiu possessa dentro de casa apenas ao ouvir o nome de Jesus

Já nas visitas, vários possessos foram libertos. Um deles caiu possesso dentro de sua casa apenas ao ouvir o nome de Jesus. Valdir Lecca, pastor em São Paulo, entrou em sua casa após vê-lo cair e expulsou o demônio. Depois, esse homem apareceu na reunião e recebeu a Cristo como Salvador e Senhor.

Levamos os bancos do salão para o quintal, à sombra de uma árvore, e, enquanto os irmãos adoravam a Deus ali, chamávamos as pessoas para serem libertas de espíritos malignos no pequeno salão onde a igreja se reunia. Em nome de Jesus, no poder do Espírito Santo e para a glória de Deus, em torno de 20 pessoas que estavam possessas foram libertas.

Ali, também, deixamos estabelecido o Sr. Mário como o novo ajudante e obreiro do pastor George. Os três novos obreiros, Edvaldo, da aldeia Quixaba, Sandro, da aldeia Cachoeira, e Mário, da Oiticica, entenderam que deveriam pastorear seus grupos, sob a supervisão de George. Ali vimos as três aldeias sendo consolidadas. Era o cumprimento da última parte da oração do cartão de oração: “…e novas congregações sejam abertas”.

No culto da noite, mais visitantes foram chegando e vários entregaram a vida ao senhorio de Jesus.

No penúltimo dia, 28 de julho, pensamos em dedicar tempo para estar com os pastores George e Rute. Enquanto José Pereira foi visitar parentes em Carnaubeira da Penha, o pastor Valdir Lecca, de São Paulo, e eu ficamos conversando com George. Lia, minha esposa, foi conversar com Rute, e o restante da equipe foi de dois em dois, com algum irmão da cidade os acompanhando, visitar nove casas previamente indicadas por George. Eram irmãos que haviam-se afastado da comunhão da igreja ou pessoas pelas quais estavam orando. Foram visitá-los, orar com eles e convidá-los para o último culto. Naquela noite, vários deles estavam presentes e se reconciliaram com Deus e decidiram voltar a congregar.

Lia animou Rute. Na conversa que Valdir e eu tivemos com George, falamos a respeito do Espírito Santo, de que ele precisava desse revestimento de poder para tamanha obra ao seu encargo. Em certo momento, Valdir disse a ele que ficasse tranquilo porque poderia acontecer de ele ser batizado de forma inusitada, mesmo sozinho.

Na madrugada do dia seguinte, o último dia, descemos as três quadras para orar com George no prédio da igreja às 5 horas da manhã, como costumeiramente fazíamos. Ali, ele nos contou, cheio de alegria, que tinha ido para o salão muito mais cedo e que tinha sofrido uma grande opressão espiritual em oração, mas que perseverara, até que, em dado momento foi cheio do Espírito Santo e já não podia conter as palavras e os sons incompreensíveis, enrolados, que saíam de sua boca.

Ficamos maravilhados. Sandro, que estava com ele, recebeu imposição de mãos do próprio George. Ali, conosco, ele também foi cheio e batizado no Espírito Santo depois de entender que não precisaria fazer qualquer esforço para recebê-lo; era simplesmente aceitar que a Terceira Pessoa da Trindade dentro de nós, com manifestação de línguas, era um dom de Deus, um presente do céu.

Renovados e muito alegres, descemos para orar na última das três entradas da cidade e, amanhecendo o dia, ordenamos em nome de Jesus que todos os demônios que a oprimiam fossem expulsos. Assim que terminamos essa oração, começaram a chegar caminhões paus-de-arara lotados de alunos que vêm ali estudar todos os dias. Carnaubeira da Penha, ficamos sabendo, é um centro estudantil importante e recebe alunos de várias cidades da região. Cerca de 3 mil jovens estudam ali, a maioria de fora. Os caminhões passavam por nós pela entrada da cidade, e nós abençoávamos os jovens nas carrocerias.

Saímos de Carnaubeira da Penha com muitos frutos. Só não fizemos batismos por falta de tempo (iríamos fazê-los no domingo, mas entendemos que não precisaríamos correr com isso). O pastor George ficou ali os discipulando. Contou-nos depois que já expulsou mais demônios de outras pessoas, curou em nome de Jesus na semana seguinte uma mulher cega e está firme no discipulado com eles e com seus novos e futuros líderes. Quinze dias depois de nossa saída da cidade, ele batizou 11 pessoas. Havia mais de dois anos que ele não fazia um batismo.

O grupo planeja voltar a Carnaubeira, em janeiro de 2014, para um encontro inicial de três dias, agora em um número bem maior, entre jovens, casais e aposentados. Depois dos três dias, pretendemos sair novamente por toda aquela região, curando todos os que Deus colocar diante de nós e livrando todos os oprimidos do diabo, em nome de Jesus.

Estamos convictos de que os olhos de Deus estão postos sobre o sertão nordestino e de que há um chamado para evangelizar o sertão. Esta é a hora do sertão brasileiro. Muitas pessoas e igrejas estão atendendo esse chamado. Atenda-o você também.

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3 respostas

  1. PRIMEIRAMENTE QUE ESSA FOTO REPRESENTA A CIDADE DE CARNAÚBA DOS DANTAS, NO RIO GRANDE DO NORTE. QUE EU SAIBA NUNCA EXISTIU ESSA CIDADE CHAMADA DE CARNAUBEIRA DA PENHA, PODE SER UM DISTRITO E LÁ NOS CAFUNDÓS DOS JUDAS… CORRIJAM SEUS ERROS GEOGRÁFICOS, COISA DE AMADOR, CITAR CIDADES SEM SABER ONDE É NEM O NOME…

    1. Caro Civanildo Raposo:

      Obrigado por suas observações. Realmente, a foto que estava ilustrando o artigo foi publicada errada. Peço desculpas porque ao enviar o texto aos editores da Impacto enviei a foto de Carnaúba dos Dantas, RN, onde no alto do morro foi construído uma grande estátua de um galo, para onde fazem romarias. Passei por lá e conheço a cidade. Estamos fazendo a correção e publicando a foto correspondente à cidade hoje mesmo, 31 de janeiro de 2018.
      Olha, Carnaubeira da Penha existe sim, é município de Pernambuco. Fica no sertão de Itaparica, próximo a Floresta e possui 12.800 habitantes. Digite o nome da cidade em qualquer site de busca e a cidade aparecerá.
      Cordialmente,
      Luiz Montanini

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