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A Oração Perseverante de Uma Mãe

Por: Andrew Murray

“E eis que uma mulher cananeia, que viera daquelas regiões, clamava: Senhor, Filho de Davi, tem compaixão de mim! Minha filha está horrivelmente endemoninhada. […] Então lhe disse Jesus: Ó mulher, grande é a tua fé! Faça-se contigo como queres. E desde aquele momento sua filha ficou sã.” (Mt 15.22-28)

No Velho Testamento, encontramos promessas claras e certas da bênção de Deus sobre o treinamento piedoso dos filhos. As advertências sobre a negligência desse dever não são menos distintas. Em mais de uma ocasião, vemos com que força irresistível a advertência veio a acontecer. Nos casos dos filhos de Arão e Eli e da família de Davi e Salomão, provas foram dadas de que a justiça pessoal dos pais não pôde salvar o filho ímpio. Não encontramos ali resposta alguma para uma das perguntas mais sérias que podem ser feitas e que têm ardido no coração de muitos pais: ainda há esperança para um filho que vive no pecado e que está fora do alcance da influência dos pais?

É em Cristo Jesus que Deus revela quão completamente o poder do pecado e de Satanás foi quebrado. É em Cristo Jesus que Deus nos mostra o que sua graça pode realizar. Descobrimos aqui o que seu grande poder pode realizar em favor de um filho que se afastou do caminho.

Ouça as palavras preciosas e encorajadoras que Cristo proferiu a pais com referência a seus filhos. “Não temas, crê somente” (Mc 5.36); “tudo é possível ao que crê” (Mc 9.23); “ó mulher, grande é a tua fé! Faça-se contigo como queres” (Mt 15.28). Essas palavras são propriedade dos pais e lhes dão preciosa segurança de que não existe caso algum de que um filho, mesmo estando sob o domínio de Satanás, esteja além do alcance do amor do Salvador e da fé dos pais.

Vejamos quão maravilhosamente isso é demonstrado na história bem conhecida da mãe siro-fenícia, dando atenção especial ao estado miserável de sua filha, à recusa de sua oração, à perseverança de sua fé e à sua rica recompensa.

Estado de miséria de sua filha:

“Minha filha está horrivelmente atormentada por um demônio.” Quantas mães também poderiam fazer essa oração por um filho perturbado por espírito maligno? Nesse caso, era mais doença do que pecado, o poder de Satanás mais no corpo do que na alma. Entretanto, quantos filhos adultos de pais cristãos estão sob o poder de Satanás, entregando-se ao prazer, aos desejos do mundo, à vontade própria ou ao pecado! Que essa história encoraje esses pais a crer que, ainda que o caso pareça desesperador, há alguém que é poderoso para salvar.

Que os pais cheguem a Jesus com suas necessidades e clamem em oração: “Meu filho está horrivelmente atormentado por um demônio”. Que façam plena confissão do estado perdido do filho. Tome muito cuidado para não justificar o pecado, tentando exaltar o que é bom ou louvável sobre o filho, ou lançando a culpa nas circunstâncias ou companhias. Leve-o a Cristo e diga que está perdido, sob o poder de Satanás. Não oculte seu estado miserável. Não peça apenas para que seja salvo e feliz. Não peça nada menos do que a libertação do poder de Satanás, para que seu filho se volte para Deus e seja transportado do poder das trevas para o reino do Filho amado de Deus.

A recusa de sua oração

Essa é a segunda lição que podemos aprender aqui. Parece que Cristo fez questão de se fazer de surdo para o seu pedido. Primeiro, ele nem lhe respondeu. Depois, quando resolveu falar, sua resposta foi pior do que o silêncio. Tirou dela qualquer esperança; ele não fora enviado para os gentios. Mesmo assim, ela se aproximou e o adorou, dizendo: “Senhor, socorre-me!” A segunda resposta de Jesus piorou ainda mais: pareceu acumular desprezo sobre o seu infortúnio; ela não era apenas uma gentia, mas também um cão.

Aqui está um verdadeiro quadro daquilo que se passa no coração de muitos pais suplicantes. Eles ouvem do amor e do poder de Cristo e começam a orar com uma enorme urgência. No entanto, a única resposta que recebem é o silêncio. Não existe sinal algum de mudança de pensamento ou atitude da parte daquele que está perdido. Enquanto os pais continuam a orar, é como se o poder do pecado crescesse ainda mais, e o filho amado apenas se afastasse para mais longe.

Com isso, a consciência dos pais começa a acusá-los, dizendo que a culpa é deles, que não são dignos de receber uma resposta de Deus. Como podem esperar que Deus opere um milagre? A tendência é recuar para um sentimento de desalento passivo e conformidade com a condição de miséria.

Sua fé e perseverança

O exemplo dessa mãe nos é apresentado exatamente por causa desta qualidade: ela se recusou a ser negada. Ela enfrentou o silêncio, o argumento e o aparente desprezo com apenas uma arma: mais oração e mais confiança.

Ela havia ouvido falar do Homem maravilhoso e de sua compaixão. Ela viu o amor em sua face e o ouviu até mesmo na voz que a recusava. Ela não podia acreditar que ele a mandaria embora vazia. Ela esperou ainda que a esperança lhe tivesse sido negada; creu apesar das aparências – creu e triunfou.

Portanto, você, mãe, que está rogando pelo seu filho pródigo, está aqui o exemplo dessa mulher para lhe dar esperança. Além disso, você também tem milhares de palavras de promessa, uma revelação da vontade do Pai e do poder e amor do Salvador tais como a mulher cananeia nunca teve.

Deixe que a fé e a perseverança dela envergonhem a sua incredulidade. Diante de todas as aparências contrárias e de todas as dúvidas, que sua fé se levante e clame pela promessa de uma resposta à oração em nome de Jesus. Renda-se ao Espírito Santo para que ele possa sondar e trazer à luz toda dúvida, a fim de que você a confesse e a lance fora. Não confie no próprio fervor nem no senso de urgência de sua petição. Coloque sua força na promessa e na fidelidade de Deus, no seu poder e amor. Permita que seu coração, com confiança e descanso em Jesus, louve-o pela sua promessa e seu poder para salvar. Nessa confiança, não permita que nada a abale, removendo-a da oração contínua e perseverante da fé. A oração da fé sempre é ouvida.

A maravilhosa recompensa

Aquela mulher recebeu não apenas a libertação de sua filha da terrível escravidão, mas também uma bênção espiritual: a admiração do Senhor ao aprovar sua fé: “Ó mulher, grande é a tua fé! Faça-se contigo como queres”.

Sim, é na súplica ardente e confiante por um filho que o coração de um pai ou uma mãe pode ser atraído em direção ao Senhor para aprender a conhecer e confiar nele. Mãe, você que está rogando pelos seus amados que estão longe do aprisco, aproxime-se, aproxime-se de Jesus. Ele é plenamente capaz de salvá-los. Ele aguarda até que a sua fé se apodere da força divina, para tomar posse da salvação em favor deles. Não permita que seus filhos se percam por sua falha em se achegar e gastar tempo com ele até que o seu amor lhe inspire fé. Mãe, aproxime-se, gaste tempo com Jesus em oração, confie nele; seu filho pode ser salvo!

Oração de uma mãe (ou de um pai)

Senhor, quero confessar o pecado do meu filho. Tu conheces todas as coisas: ele não é convertido e é teu inimigo por natureza. Rejeitou o teu amor e escolheu o mundo e o pecado.

Confesso o meu pecado também, Senhor! Tivesse eu usado a minha vida menos no mundo e na carne, vivendo com mais pureza e santidade, com mais fé e amor, meu filho poderia ter crescido de forma diferente. Senhor, em profundo sofrimento eu confesso o meu pecado; oh, não deixes que meu filho pereça! Filho de Davi, tem misericórdia de mim!

Bendito Senhor, ponho minha confiança em ti. Aguardo, com fé, pelo teu grande poder. As coisas que são impossíveis para os homens são possíveis para ti. Creio que tu me ouves; ajuda-me na minha incredulidade. Coloco esse filho que está perecendo aos teus pés e clamo por livramento, pelo teu amor. Nessa fé, eu te louvarei por tua graça. Esperarei aos teus pés dia após dia, no descanso da fé, louvando a ti e esperando o cumprimento da tua promessa. Amém.

Traduzido do livro How to Bring Your Children to Christ (Como levar seus filhos a Cristo), de Andrew Murray.

Andrew Murray (1828-1917), professor, pastor e autor da África do Sul, mais conhecido por seus livros sobre santidade, oração e consagração absoluta a Deus. Dentre os livros dele em português estão: Com Cristo na Escola da Oração, Humildade e Escola de Obediência, todos da Editora dos Clássicos.

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2 respostas

  1. É muito bom ver que o Senhor nos mostra caminhos de como não desistirmos de nossos filhos. Hoje com essa reflexão recomeço mais uma jornada de oração pelos meus filhos.

  2. Vacilei na fé. O inimigo destruiu minha vida, destruindo a do meu filho que tentou tirar a vida. Virou ateu começou a ter um namoro a distância com uma menina de 14 anos. Ele tem 16. Parou de estudar porque passa quase a noite toda acordado conversando com essa garota. Tem frequentado um grupo de amigos que, provavelmente o ensinou essas coisas. Aceitou a Jesus com mais ou menos 12 anos e eu não percebi que ele estava em depressão. Creio que o inimigo o pôs em cadeias atrasando a vida dele e o colocando à mercê do mal. EU NÃO DESISTO. ADORO, ORO E JEJUO PRA QUE O INIMIGO O DEIXE E ELE SE CONVERTA AO SENHOR.

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