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A Hombridade do Homo Brasiliensis

Por Dinart Barradas

Na década de oitenta, o Dr Edwin L. Cole – fundador do ministério Hom­bridade e aclamado escritor-conferencista sobre o tema – começou a dar mais atenção à crise de valores morais que há alguns anos vinha se aprofun­dando na sociedade norte-americana. As perguntas começaram a se avolu­mar em sua mente até que, determina­do a auxiliar as famílias de sua comu­nidade cristã, dedicou-se a estudar as raízes da crise da sociedade. Foi aí que se deu conta de que o aumento da prostituição, da dependência química, da delinqüência juvenil e da sexualida­de precoce estava intimamente ligado ao enfraquecimento da instituição da família e esta, por sua vez, desmotivada em sua grande maioria pelo comporta­mento masculino, cada vez mais longe do que se poderia chamar de responsável ou comprometido.

O alto grau de volatilidade dos relacionamentos conjugais trouxe con­sigo outra realidade ainda mais destru­tiva: o aumento abusivo do número de divórcios. Esse número vem cres­cendo como uma avalanche nos últi­mos trinta anos. Na até então cristianizada cultura americana, acabou por solapar não somente a instituição do casamento, mas também a solidez e a ortodoxia dos relacionamentos entre pais e filhos. Piais divorciados retiram aquilo que de mais consistente eles têm a oferecer a seus filhos, levando-os a uma conclusão quase que inevitável: “Se meus pais não conseguiram  superar suas próprias diferenças, chegando até ao divórcio, que nível de compromis­so e segurança posso esperar deles para comigo?”

Homens divorciados de suas espo­sas normalmente tendem a divorciar-se de seus filhos também. Para filhos com esse histórico, o que se pode esperar, na maioria dos casos, é um distanciamento ainda maior de seus pais que, sem con­seguir explicar o comportamento dos filhos, equivocam-se no tipo de trata­mento oferecido para corrigi-los, agra­vando ainda mais a situação.

Quem é o Homo Brasiliensis?

Nossa história está cheia de epi­sódios remotos e recentes daquilo que poderíamos chamar, usando um neologismo meu, de comportamen­to da espécie homo brasiliensis. Ao fazermos as nossas observações livres, sem nenhum parâmetro científico, percebemos que nossas raízes his­tóricas nos apontam um padrão de hombridade na cultura brasileira que nos leva às mesmas conclusões a que chegou o Dr. Cole sobre a sociedade americana. Nosso primeiro impera­dor, Dom Pedro I, era homem afeito às mulheres e um de seus affairs aca­bou se tornando também personagem histórica no Brasil, celebrando assim a naturalidade com que relacionamentos extra-conjugais deveriam ser tratados em todo o império. Não era raro ouvir da boca de esposas resignadas com o édito informal de nosso imperador que homem “é assim mesmo”.

O êxodo nordestino consagrou essa prática nacional ao trazer para o sul e sudeste do país os pais de família nordesti­nos, deixando suas esposas e muitos filhos no agreste. Aqueles homens, em busca de melhoria de vida e sob o juramento de voltar e buscar os que ficaram, encon­traram muito mais do que vieram bus­car: outra mulher, outros filhos e uma amnésia impenitente.

Aos que ficaram no aguardo do cumprimento da promessa restou a miséria, o desalento, a mendicância, e o sub-trabalho para os mais fortes e nobres. Aos demais, a delinqüência e a prostituição. Assim foi sendo per­petuado o estado de desgraça dessas famílias enlutadas por um marido e pai vivo, vivendo em outra família.

Certa vez, ouvi da boca de uma piauiense: “Sem termos onde morar, minha mãe deixava a mim e meus irmãos debaixo de uma cabaninha feita de folhas de bananeira enquanto ela saía para tentar conseguir alguma comida”. Tudo o que essa mãe sabia ensinar às suas duas filhas sobre homens denunciava o que ela acre­ditava ser o modelo de hombridade do homem brasileiro: “Homem é tudo igual, nenhum deles presta”.

A Revista Época de 30 de Janei­ro de 2006 (edição 402) trouxe como matéria de capa a mais nova autora best-seller no Brasil, a garota de pro­grama Bruna Surfistinha. Ao final da matéria, a antropóloga Mirian Goldenberg faz uma afirmação no míni­mo curiosa. Ela diz que garotas como Raquel (verdadeiro nome da garota de programa) são resultado de uma família cujo pai é um homem fraco e sem autoridade e a mãe é uma mulher ciumenta A conclusão da pesquisadora confirma a conclusão a que o Dr. Cole chegou há vinte anos. A diferença é que, de lá para cá, o fenômeno só se intensificou.

Apesar das Falhas, Amigos de Deus

Diagnosticarmos o declínio da hombridade e suas conseqüências sociais é algo relativamente fácil, porém a questão que talvez mais nos incomode hoje é a seguinte: Como será a próxima geração de homens? Reformulando a pergunta: Que tipo de caráter masculino está sendo forjado nos rapazes de hoje, pelo exemplo e pelo ensi­no, a fim de que este padrão de iniqüidade e destruição seja amenizado, pelo menos dentro da Igreja do Senhor?

Muito se fala de que esta é a gera­ção que está sendo preparada para o encontro com o Noivo. As notícias não são muito alvissareiras, pelo menos no que diz respeito à questão masculina. Há ainda muita ruga, mácula e defeito nessa parcela do corpo de Cristo que compõe a Noiva. Hoje, o voluntaria­do da igreja, tanto para o trabalho como, principalmente, para a oração, está concentrado no sexo feminino. O advento da universalização do ministério pastoral feminino acabou por consagrar esse feto. Se quisermos reverter esse qua­dro ou, como disse anteriormente pelo menos amenizá-lo, temos que investir nos homens jovens de hoje Afinal de contas, eles é que serão os esposos das filhas dos líderes e dos homens da igreja de hoje e os pais dos netos desses mes­mos líderes e homens. Como estamos trabalhando nessa direção? Qual o esforço e qual é o programa da igreja para a formação e edificação de uma nova geração de homens?

Ao auxiliar na tradução e revisão da versão portuguesa do livro Coragem – segundo módulo do curso Hombri­dade da Universidade da Família, vol­tado para jovens solteiros -, minha filha Damaris vinha, em lágrimas, mostrar e chamar a minha atenção para valores e princípios relacionados ao caráter mas­culino que sensibilizavam seu coração feminino e que poderão proporcio­nar descanso a ela se forem plantados no coração daquele que um dia vier a ser seu marido. As jovens, assim como os jovens, ambos precisam entender a essência da masculinidade e feminilida­de para que vivam todo seu potencial.

Alguns exemplos na Palavra de Deus são extremamente reveladores ao registra­rem alguns comportamentos que também nos servem de referenciais, tanto nos acer­tos quanto nos erros cometidos. Quando encaramos o comportamento de Abraão ao se aproximar do Egito com sua mulher Sara, verificamos que o patriarca propõe a ela que minta com o propósito de se livrar de um suposto perigo acerca do qual não havia nenhum indício. Não obstante, mesmo com uma falha no seu comportamento, Abraão era o amigo de Deus. Creio que assim também acontece hoje em dia conosco. Apesar de nossos erros, o Senhor tem amigos, alguns bem chegados e íntimos, nos quais ele deseja investir para levá-los a um nível mais alto em seu caráter e em sua hombrida­de. Como disse o Dr. Cole, “Hombridade e semelhança a Cristo são sinônimos”. Se quisermos desenvolver a verdadeira hom­bridade em nossas vidas e nos homens das próximas gerações, precisamos conhecer o caráter de Cristo e tornarmo-nos cada dia mais semelhantes a ele. Em Cristo, não há falhas de caráter ou comportamento.

Dinart Barradas casado há 25 anos, foi pastor no Espírito Santo durante muitos anos, desde 1999 auxilia na implantação dos cursos da Universidade da Família; atu­almente é Diretor de Relacionamentos Ins­titucionais, e reside em Pompéia, SP

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SAIBA MAIS SOBRE…

… o Ministério Hombridade (Chistian Merís Network)

O novo ministério Hombridade (CMN), fun­dado por Edwin Louis Cole, tem como ob­jetivo a restauração do homem, a espinha- dorsal do lar. Os cursos Homem ao Máxi­mo e Coragem enfatizam os princípios da verdadeira masculinidade, ministrando e restaurando o homem em seus princípios e relacionamentos. Mulher Única é o cur­so para mulheres que buscam semelhante revolução de vida.

… a Universidade da Família (UDF)

Organização cristã fundada em 1992, a Universidade da Família tem como obje­tivo promover o fortalecimento familiar através do estudo da Palavra de Deus.
A UDF produz cursos e seminários nas áreas de educação de filhos, finanças, cura de traumas emocionais e relacionamen­tos, ministério para homens e para mulhe­res, casados ou solteiros. Além dos cursos, a UDF dispõe de livros, DVDs e outros ma­teriais de apoio ministerial, e também or­ganiza eventos focados na edificação fa­miliar, em todo o Brasil.
Todos os cursos e seminários da UDF são baseados em grupos pequenos de estudo, sempre sob a autoridade da igreja e da li­derança local. Para se envolver com estes cursos, basta contatar a UDF para agendar um treinamento de liderança para prepa­rar sua equipe a abrir grupos de estudo.

Para conhecer mais sobre esses cursos, materiais e eventos, acesse o site www.udf.org.br ou telefone para (14) 3405-8505.

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