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Judeus e Gentios no Plano de Deus

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Por Harry Scates

Há muita confusão e divergência na igreja hoje sobre a relação entre judeus e gentios no plano de Deus. Precisamos dar atenção a essa importante questão, pois tem muitas implicações para o presente e para o futuro.

Deus Ainda Tem um Propósito para Israel?

Na Bíblia, Israel é Israel, e a igreja é a igreja; os dois não devem ser confundidos. É verdade que existe um sentido em que um cristão é um judeu espiritual, ou seja, um verdadeiro judeu. E, também, que a igreja verdadeira é um tipo de Israel espiritual (Rm 2.28; Gl 6.16).

Entretanto, Deus tem planos e promessas específicas para serem cumpridos por ambos. Em relação à salvação, há somente dois grupos, os perdidos e os salvos. Em relação ao futuro e às profecias de Deus, porém, há três grupos, os judeus, as nações e a igreja (1 Co 10.32).

Alguns cristãos ensinam a Teologia da Substituição. Dizem que a igreja tomou o lugar de Israel e, portanto, todas as profecias referentes a Israel que ainda não foram cumpridas são, na realidade, para a igreja e não para Israel. Ensinam que os judeus como povo foram rejeitados para sempre porque rejeitaram seu Messias, e que não existem mais promessas para eles como nação.

Este era o ensino que justificava a perseguição aos judeus pelo cristianismo da Igreja Católica e, também, por certas correntes protestantes. Tenho de confessar que foi assim que aprendi e foi assim que ensinei por muitos anos. Esta teologia é falsa! E aqueles que a têm ensinado precisam se arrepender, pois esses ensinamentos têm trazido grandes danos, não somente para os judeus, mas para o Corpo de Cristo.

Através dos séculos, nós cristãos temos amaldiçoado os judeus, causando sérias conseqüências a eles e a nós mesmos. Isso pode ajudar a explicar, pelo menos em parte, por que a igreja é tão dividida, por que tantos cristãos são descomprometidos e por que o secularismo e o ocultismo têm ganhado tanto terreno.

Mas, como pode um verdadeiro cristão perseguir os judeus se deve a sua salvação a um judeu? Se reconhece que os autores da Bíblia eram judeus? Se reconhece que Deus ainda ama seu povo Israel, mesmo que, por enquanto, seja povo rebelde?

É muito claro na Bíblia que Deus ainda tem propósitos para os judeus, para atraí-los a seu Filho e trazê-los de volta ao seu plano de redenção, junto com os gentios (esse assunto é discutido em profundidade em Romanos 9, 10 e 11). Apesar dos seus pecados, apesar de terem rejeitado seu Filho, as promessas de Deus a favor de Israel serão cumpridas.

Porque não quero, irmãos, que ignoreis este mistério (para que não sejais presumidos em vós mesmos): que veio endurecimento em parte a Israel, até que haja entrado a plenitude dos gentios. E, assim, todo o Israel será salvo […] porque os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis. (Rm 11.25-29).

Tempo dos Gentios – Tempo de Perseguição aos Judeus

Durante os últimos dois mil anos, os judeus têm sido perseguidos, assim como as profecias indicaram que aconteceria. Foram expulsos de Israel pelos romanos em 70 d.C. Foram espalhados para as nações do mundo, onde sofreram terrivelmente.

Na Europa, durante a Idade Escura, a Igreja Romana os perseguiu por mais de mil anos. Os padres incentivavam o povo dizendo: “Os judeus mataram Cristo, são assassinos de Deus”. Houve a Inquisição na Espanha, os pogroms na Rússia e, por fim, o Holocausto na Alemanha. Muitos protestantes, inclusive Martinho Lutero, também perseguiam e maltratavam os judeus.

Toda perseguição aos judeus é inspirada por Satanás. Há duas testemunhas que ele odeia em especial, os judeus e os cristãos. Os judeus têm sofrido porque rejeitaram seu Messias. No entanto, eles são um claro sinal de Deus para o mundo. A sua existência como povo e como nação, especialmente desde que reocupou a terra prometida, declara ousadamente que a Bíblia é a Palavra de Deus, que a Bíblia é verdadeira.

Temos que entender que as profecias nos informam que os judeus seriam expulsos de sua terra por duas vezes (pelos babilônios e pelos romanos) e que eles voltariam duas vezes. A primeira vez foi antes da primeira vinda de Jesus e a segunda vez será antes da sua segunda vinda.

Jesus disse que os judeus um dia retornariam a Jerusalém. Uma passagem que nos dá uma idéia do tempo em que isto aconteceria é Lucas 21.24: “Cairão ao fio da espada e serão levados cativos para todas as nações; e, até que os tempos dos gentios se completem, Jerusalém será pisada por eles”. A palavra chave que indica tempo é a palavra “até”. Eu creio que este “até” se refere ao ano de 1967, quando, depois de ter sido pisada pelas nações por quase 2.000 anos, Jerusalém foi liberta e entregue novamente por Deus ao controle de Israel.

Todas as coisas que têm acontecido a eles foram profetizadas. Este povo e a Bíblia são intimamente ligados. Um não poderia existir sem o outro. O plano de Deus, revelado no seu livro sagrado, mostra que no final haverá um tempo de restauração “de todas as coisas” (At 3.21). Sem dúvida, estamos já vivendo no início dessa restauração, pois o mesmo Deus que tem agido com mais rapidez nas últimas décadas para restaurar a igreja à sua pureza apostólica, está restaurando também, diante dos nossos olhos, os judeus e a nação de Israel.

Para isso, o primeiro passo foi trazê-los de volta à sua terra, de volta a Jerusalém, de volta às suas promessas, de volta para sua inclusão no propósito eterno de Deus – de formar uma grande família proveniente de dois povos (judeus e gentios) que ele fez UMpela cruz de Jesus. Uma grande família; muitos filhos, muitos irmãos e irmãs, todos sendo transformados à imagem de seu irmão mais velho, Jesus Cristo, Rei das nações e Rei dos judeus, Senhor da sua igreja (Ef 2.11-22; Rm 8.29-30).

Portanto, estamos no fim do domínio das nações sobre Israel. Estamos no tempo da plenitude da entrada das nações (gentios) no Reino. Estamos no tempo da grandeceifa final (Rm 11.25). Estamos no tempo da grande ira de Satanás (Ap 12.12). Estamos no tempo dos juízos de Deus (Ap 6.18). Estamos no tempo da restauração do povo de Deus, judeu e gentio, e das preparações finais do casamento da igreja com Cristo (Ef 5.27; Ap 19.7). E estamos em tempos em que os judeus descobrirão que Jesus, de fato, é o seu Messias.

Então, os cristãos de olhos abertos e de corações sensíveis amam os judeus e apóiam sua volta à terra (Is 60.1-22; 43.1-12; Jr 16.11-21; Ez 37.15-28).

O Papel da Igreja Gentia

É verdade que os judeus rejeitaram seu irmão Jesus, mas, como os filhos de Jacó, que odiaram e venderam José, um dia eles reconhecerão o que fizeram e, naquele dia, Jesus estenderá a sua mão para salvá-los.

Nós, cristãos gentílicos, fomos aceitos como Rute, a mulher moabita, foi aceita por Boaz, que é um tipo de Cristo. Então, devemos ajudar os judeus que perderam tudo e ficaram como Noemi, amargurados com Deus. Rute, a gentia, ajudou a Noemi, a judia, e Noemi ajudou a Rute. E Boaz salvou as duas. Assim fará Jesus nestes últimos dias.

A igreja precisa ser como Rute. Ela deve reconhecer a herança judia e se agarrar aos judeus, mesmo que, por agora, eles sejam um povo amargurado e desiludido. A igreja deve confessar seu pecado contra os judeus no passado e verdadeiramente amar e apreciar o povo que lhe deu os profetas, a Bíblia e, acima de tudo, Jesus Cristo. Os cristãos devem ser bondosos e generosos para que os judeus fiquem enciumados (Rm 11.11,14).

Como os judeus serão salvos? A sua volta à terra e a Jerusalém já é uma preparação para a sua inclusão na família de Jesus. Outro fator importante é a maneira como são tratados pelos cristãos gentílicos. A igreja precisa ter a atitude de Rute para com Noemi. Sem Noemi, Rute nunca teria conhecido Boaz. Vamos honrar e ajudar Noemi, pois é o propósito do Senhor fazer de nós uma só família.

Sem dúvida, de acordo com algumas profecias, os judeus ainda serão provados, e a nação de Israel enfrentará grandes inimigos antes de serem salvos pelo Senhor (Ez 38,39; Zc 12, 13, 14).

Quando uma igreja obediente e amorosa terminar sua tarefa de fazer discípulos de todas as nações, ou seja, quando a plenitude dos gentios for alcançada, os judeus estarão em uma necessidade desesperadora e clamarão a Yeshua[1], e ele os salvará (Zc 12.1-14). Nessa época, os gentios que crêem que Jesus é o Salvador e os judeus que vieram a crer que Jesus é o Messias serão unidos. O Corpo de Cristo alcançará maturidade. A Igreja do Deus Vivo estará plena, restaurada e santificada. Oh glória! A festa de casamento do Cordeiro acontecerá.

Harry Dawes Scates veio dos Estados Unidos para o Brasil em 1963, com sua esposa Elaine e uma filha. Depois de alguns anos em Brasília, estabeleceu-se na cidade mineira de Uberlândia em 1969, onde permanece até hoje. Sua família cresceu: hoje inclui cinco filhos e onze netos (vários outros “filhos” foram acolhidos por alguns períodos de tempo através dos anos). A família espiritual cresceu mais ainda: a igreja iniciada por eles (Shalom – Comunidade Cristã), que em 1980 tinha umas 130 pessoas, a maioria jovens, engloba atualmente cerca de 2.700 membros em várias congregações e células na cidade. Além disso, há cerca de quarenta igrejas espalhadas por outras partes do Brasil e no exterior que são fruto missionário da Comunidade Shalom ou que estão vinculadas em comunhão e projetos comuns. Atualmente, há três famílias da Comunidade servindo como missionárias na Europa (Inglaterra, França e Espanha) e uma se preparando para voltar à Índia. A visão de Harry e Elaine, ou do Pr. Ary e D. Helena, como são conhecidos no Brasil, é ver o Senhor levar a igreja de volta às suas raízes originais do livro de Atos, fluindo em unidade, servindo de formas práticas às comunidades locais em que está inserida e tirando multidões da escravidão, no Brasil e entre as nações, para fazerem parte da família de Jesus.

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População Judia na Palestina
Por Equipe Impacto

Sempre tem havido uma população judia na Palestina, no entanto, pequena e pobre. O exército jordaniano destruiu o setor dos judeus na velha cidade murada em 1949; não era permitido aos judeus morarem lá ou orarem diante do Muro Ocidental (Muro das Lamentações) até junho de 1967, quando uma Jerusalém dividida foi reunificada pelo exército israelense. Após mais de dois mil anos de governos estrangeiros, Jerusalém tornou-se novamente a capital de uma nação judia.

População Judia na Palestina e no Mundo

Ano Israel Mundo % em Israel
1882 24,000 7,800,000 0
1900 50,000 10,600,000 1
1922 84,000 14,400,000 1
1939 449,000 16,728,000 3
1948 650,000 11,500,000 6
1970 2,582,000 12,630,000 20
1980 3,283,000 12,840,000 25
1990 3,947,000 12,870,000 30
2003 5,143,000 13,296,100 39

Fonte: Israeli Central Bureau of Statistics (www.cbs.gov.il)

Este ano, 2006, segundo projeções, Israel poderá passar a ser o país com maior população de judeus no mundo (superando os Estados Unidos), pela primeira vez desde a destruição de Jerusalém em 70 d.C.

Como a Palestina, Jerusalém tem mantido uma população judia durante a maior parte de sua história e, mesmo em tempos recentes, os judeus têm sido o maior grupo religioso na cidade. Em 1858, eles começaram a construir a Nova Jerusalém fora da cidade velha, para o oeste. Hoje, Jerusalém Ocidental não é diferente de outras cidades modernas e é onde a maior população judia mora. Veja na tabela abaixo como os judeus eram a população majoritária de Jerusalém durante a maior parte dos últimos dois séculos.

População de Judeus em Jerusalém

Ano             População total          Judeus         Muçulmanos         Cristãos

1870                   22.000                  11.000                6.500                    4.500

1946                  165.000                 99.500               33.500                 32.000

1992                  544.000               392.800             136.200                  15.000

 

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10 respostas

  1. Shalom, estou escrevendo um livro e queria saber se os senhores me permitem acrescentar no meu livro o artigo acima? O assunto é muito pertinente ao livor que estou escrevendo. Desde já, agradeço a atenção.

    Att: Wesley Coelho

  2. Sempre amei o povo de Israel, e os lugares históricos na terra Santa, fiquei muito feliz em ler essa matéria, pois sei que Israel é o relógio de Deus na terra, e sabemos que a bíblia tem se cumprido com uma velocidade extraordinária, breve Jesus voltará, sou evangélica, assembleia de Deus. Deus abençoe o escritor dessa matéria, Deus abençoe Israel, Deus abençoe a igreja.

  3. Artigo incrível! Que o nosso Senhor Jesus de TODOS, a cada dia abra os olhos do seu povo para vermos a palavra se cumprindo!
    Amo Israel! Que haja paz em Israel! Que sejamos UM!
    Shalom!

  4. Estou lendo este artigo em 2023, e nesse mês de maio, estamos fazendo um período de jejum e oração por Israel para que eles recebam Jesus como Senhor e Salvador, e para que a igreja tenha o entendimento correto de Israel no plano eterno de Deus.
    Bendito é aquele que vem em nome do Senhor.

  5. Graça e Paz.

    Passei a me interessar sobre a cultura dos judeus, depois deste artigo. Existe outros materiais, a indicação de um livro para que possamos saber um pouco mais? Percebemos que se faz necessário entender o que é destinado a Israel no contexto bíblico.
    At, Sérgio.

    1. Graça e Paz!
      Deus o abençoe por esse chamado!
      Temos livros que explicam bem o chamado de Deus para os judeus:
      https://loja.editoraimpacto.com.br/produto/o-chamado-irrevogavel/
      https://loja.editoraimpacto.com.br/produto/quando-um-judeu-governar-o-mundo/
      Muito importante também os dois vídeos abaixo:
      https://vimeo.com/791700576
      https://vimeo.com/791715609
      São em inglês mas é só ativar a legenda em português.
      Visite também o site:
      https://tjc2.org.br/
      Temos também um grupo de WhatsApp onde mensalmente oramos juntos, judeus e não judeus, se quiser fazer parte, envie seu número de WhatsApp para:
      19 3628 9791

  6. Bom dia, gostaria de saber, qual a forma gentílica mais adequada quando nos referimos aos descendentes judeus residentes ou já natos no Brasil. Alguns dizem que o tratamento por “judeu” pode ser interpretado pejorativamente, outros dizem que “israelita” seria próprio só aos nascidos em Israel. Tenho muito apreço e admiração por esse povo e sua história, e não gostaria de forma alguma tratá-los de forma ofensiva. Como então devo me referir quando tratar de origens? Agradeço pelo esclarecimento.

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