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A Glória do Avivamento

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Por: Del Fehsenfeld, Jr

Nunca é tarde para Deus enviar um avivamento e reverter o seu juízo – até que tal juízo se torne definitivo. Mesmo quando a nação de Israel enfrentava juízo máximo por meio de iminente invasão, guerra e cativeiro, Deus ainda procurava alguém que ficasse diante dele na brecha (Ez 22.30).

Por causa de sua compaixão, Deus não queria trazer juízo. Tudo o que ele queria era um homem, ao menos um homem que fizesse a diferença.

Mais tarde, em sua profecia dos ossos secos (Ez 37), Ezequiel previu que Deus enviaria um avivamento para seu povo. Em visão, o profeta foi levado pelo Espírito a um vale deserto cheio de ossos secos espalhados por toda parte.

“Estes ossos são toda a casa de Israel”, disse Deus ao profeta (v.11). Então o Senhor prometeu enviar o seu Espírito sobre eles para que pudessem viver e ser restituídos à sua terra (v.14). Ezequiel profetizou, e os ossos se juntaram; pelo poder do Espírito de Deus, eles reviveram.

Avivamento é uma ação sobrenatural que flui soberanamente da mão de Deus. É o próprio Vivificador agindo na vida íntima de sua igreja. Ninguém pode produzir avivamento ou fabricar seus resultados. Podemos orar por ele, chorar por ele, arrepender-nos dos nossos pecados e esperar pelo mover de Deus, mas não podemos fazer o avivamento acontecer.

Esforços humanos por meio de propaganda e estratégias promocionais, música eletrônica, listas de visita computadorizadas ou simples empenho e dedicação, em si mesmos, não produzirão avivamento. Tudo isso pode ser bom em seu devido contexto, mas não é suficiente para produzir uma visitação de Deus na igreja.

Avivamento genuíno é o mover extraordinário do Espírito Santo que traz profunda convicção de pecado e uma obra muito mais ampla de purificação espiritual em nossa vida. No avivamento, a glória de Deus é manifesta e sua presença é evidente. A igreja inteira fica incendiada!

Avivamento restaura o primeiro amor por Cristo. Repõe o foco exclusivamente nele, e só nele. Redireciona as energias para servir somente a ele. Reorganiza as prioridades para obedecer somente a ele. Avivamento genuíno traz de volta a glória de Deus que tantas vezes tem-se afastado de nós. Restaura a alegria do nosso relacionamento com Deus e uns com os outros.

Avivamento também resolve o conflito na igreja. Quando nosso coração está quebrantado, o amor de Deus flui para todos ao redor. O verdadeiro sinal de que uma igreja precisa de avivamento é quando prevalecem o ciúme e o conflito. O avivamento altera tudo isso porque remove a amargura, renova a mente, refresca o espírito e redireciona as energias para servir a Deus.

Senhor, Faze-o de Novo 

Aparentemente foi a lembrança de um derramar do Espírito de Deus que instigou o salmista a escrever as palavras do Salmo 85. Nos três primeiros versículos, sua oração pode ser resumida mais ou menos assim: “Senhor, tu já fizeste isso antes”. Ele reflete sobre a liberdade (v.1), o perdão (v.2) e a comunhão restaurada (v.3) que Deus havia propiciado ao seu povo em épocas passadas.

A lembrança de manifestações do poder de Deus no passado motiva-nos a buscá-lo por um novo mover em nosso meio. Por isso, o salmista clama nos versículos 4-7: “Faze-o de novo, Senhor!”.

Esse é o brado do coração de um homem que não está contente com essa versão acomodada, racionalizada e subnormal do cristianismo. Ele fala em nome daqueles de nós que anelam ver a expressão mais completa possível do poder e da pureza de Deus manifestada por meio de seu povo.

O salmista clamou: “Não tornarás a vivificar-nos, para que em ti se regozije o teu povo?” (v.6). Observe que é o povo de Deus, não os perdidos, que necessita de avivamento.

Reavivar significa trazer de volta à vida. Os perdidos nunca tiveram vida espiritual, portanto precisam ser regenerados. Antes que a igreja possa, efetivamente, atingir um mundo perdido e necessitado, ela precisa ser reavivada, purificada e esvaziada do pecado e do ego e cheia do Santo Espírito. Em nosso atual estado esmorecido, não temos nada para atrair pecadores perdidos a Jesus.

A Palavra de Deus adverte-nos que o juízo deve começar na casa de Deus (l Pe 4.17). No Velho Testamento, quando Deus deu a Ezequiel uma visão do iminente juízo a ser enviado por causa do pecado, ele deu ordens para começar “pelo meu santuário” (Ez 9.6).

O avivamento não é somente para o povo de Deus em geral, mas, mais especificamente, devo reconhecer que eu mesmo preciso dele. Como diz a letra de velho spiritual: “Não é meu irmão, não é minha irmã, mas sou eu, Senhor, que preciso de oração”.

Temos uma sensibilidade aguda às limitações e falhas das pessoas ao nosso redor, ao mesmo tempo em que ficamos cegos com a maior facilidade às nossas próprias necessidades. Embora Deus possa graciosamente derramar sua presença e poder sobre a coletividade de crentes em determinada região, é impossível participar de um avivamento como espectador. É algo intensamente pessoal. Alguém já observou sabiamente: “Avivamento é o dedo de Deus apontado para mim!”.

Nas conferências que organizamos, temos costume de pedir às pessoas que preencham cartões com pedidos de oração para serem levados à equipe de oração. Invariavelmente, durante os primeiros dias da conferência, as pessoas pedem oração para que o marido ou a esposa, os filhos ou amigos que estão longe de Deus, ou os diáconos e oficiais da igreja experimentem avivamento.

Mas, quando o Espírito de Deus começa a atingir os corações, aqueles cartões começam a trazer pedidos mais parecidos com este: “Eu pensava que era meu cônjuge que precisava de avivamento – mas Deus me mostrou que sou eu quem precisa”. Quando começamos a perceber as próprias necessidades, então podemos crer que Deus logo virá e se encontrará conosco num avivamento genuíno!

As melhores evidências do verdadeiro avivamento são os resultados que ele provoca na vida do povo de Deus. 

Novo Amor por Deus

O avivamento produz, em primeiro lugar, um novo amor por Deus. Quando um judeu, perito na lei, perguntou a Jesus qual seria o maior de todos os mandamentos, ele respondeu sem hesitação: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento” (Mt 22.37). Se o maior dos mandamentos é amar a Deus com todo o coração, então o maior pecado deve ser amar a Deus com qualquer coisa menos do que isso!

Jesus elogiou a igreja de Éfeso por sua atividade diligente, sua doutrina equilibrada, sua separação do mundo e sua perseverança. Mas lamentou que tivessem deixado o primeiro amor (Ap 2.4). E advertiu-lhes que se não se lembrassem de onde caíram, se não se arrependessem e voltassem à devoção original, ele os tornaria inúteis, fazendo com que seu castiçal não brilhasse mais.

Nova Aversão pelo Pecado

Diante da manifesta presença de um Deus santo, começamos a nos enxergar da maneira que realmente somos e a detestar todo e qualquer desvio do seu caráter de justiça na nossa vida. Vez após vez, lemos na Palavra de Deus como pessoas que eram consideradas espirituais ficaram chocadas pela falsidade e maldade da própria carne quando se encontraram face a face com Deus

Isaías foi um homem escolhido por Deus para comunicar sua verdade para uma geração ímpia. No começo do ministério, ele recebeu uma visão do Senhor dos Exércitos – exaltado, reinando sobre tudo e três vezes santo. Em contraste, quando olhou para si mesmo, ele se viu totalmente impuro, indigno e desesperadamente necessitado de purificação no altar.

Jó era um homem justo que honrava e adorava a Deus. Por meio de intenso sofrimento, uma raiz de justiça própria e orgulho em sua visão de si mesmo foi revelada. Depois de ouvir em silêncio as longas defesas que Jó apresentou de si mesmo e de sua justiça, Deus falou com ele para parar de falar e ouvir a revelação do caráter e dos caminhos de Deus.

A partir daquele terrível e ofuscante encontro com Deus, Jó emergiu com uma visão radicalmente alterada de si mesmo. “Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te veem. Por isso me abomino, e me arrependo no pó e na cinza” (Jó 42.5-6).

A igreja hoje em dia parece ter muito pouco temor de Deus. Poucos de nós podemos honestamente dizer que odiamos o mal e apegamo-nos ao bem (Rm 12.9).

Em congresso após congresso, aconselhamos crentes professos que estão se entregando a estilos de vida carnais, apegando-se com tenacidade a pecados de estimação, ignorando as ordens explícitas da Palavra de Deus. Tenho observado entre os cristãos uma tendência crescente de tratar pecados conhecidos em sua vida de maneira casual.

O avivamento exige que vejamos a nós mesmos e aos nossos pecados como Deus os vê e que cooperemos com ele desarraigando da nossa vida tudo o que é impuro. Uma igreja avivada é uma igreja pura. 

Nova Alegria na Jornada

O salmista lembra que Deus aviva para podermos nos alegrar nele (Sl 85.6). Na condição esmorecida da igreja, geralmente encontramos alegria em circunstâncias, programas, entretenimento e elementos que apelam à carne.

Contudo, alegria verdadeira e permanente é encontrada somente na presença de Deus por meio de Jesus, que está sentado à direita do Pai (Sl 16.11). Vemos em Neemias 8.17 que um dos subprodutos do grande avivamento que aconteceu diante da Porta das Águas foi “mui grande alegria”.

Alegria, risos e cânticos são sinais de um povo avivado. Não é de se admirar que o salmista tenha exclamado: “Quando o Senhor restaurou a sorte de Sião, ficamos como quem sonha. Então a nossa boca se encheu de riso, e a nossa língua de júbilo” (Sl 126.1-2).

Geralmente, na primeira semana dos nossos congressos, as pessoas relutam em exteriorizar-se em cânticos – o que não é surpreendente, considerando quão vazia e infeliz parece ser a média dos cristãos.

Mas à medida que elas começam a esvaziar-se do pecado e encher-se do Espírito, a nova plenitude interior começa a expressar-se em cânticos. A partir daí, não há mais necessidade da equipe de louvor. As pessoas não conseguem se conter e entoam a própria música para o Senhor.

Nada pode apagar a alegria transbordante que se manifesta quando o coração das pessoas é purificado, a consciência é limpa e o mais profundo do ser está cheio do Espírito Santo. 

Novo Amor pelos Outros

Amam muito aqueles que foram muito perdoados (Lc 7.47). Crentes que enfrentaram, face a face, a própria pecaminosidade e foram perdoados pela graça de Deus não sentem mais dificuldade em amar os outros.

O amor pelo povo de Deus é a consequência natural do amor por Deus. Numa igreja avivada, a amargura, o ressentimento, o espírito crítico, a ira e o conflito são substituídos por genuíno amor, perdão, humildade e unidade.

Em nenhum outro lugar esse resultado de avivamento pode ser visto com mais clareza do que no lar. Malaquias profetizou que na preparação para a vinda de Jesus o coração dos pais se converteria aos filhos e o coração dos filhos se converteria aos pais (Ml 4.6). O avivamento, como o enchimento do Espírito, é conhecido por meio de esposas submissas, maridos amorosos e filhos obedientes.

Nova Liberdade

O Velho Testamento descreve, muitas vezes, o avivamento como o retorno do cativeiro (Sl 85.1; 126.1; Is 61.1-3).

A narrativa da ressurreição de Lázaro em João 11 ilustra a liberdade que vem junto com verdadeiro avivamento. Lázaro passou por três etapas distintas. Primeiro, quando Jesus chegou em Betânia, Lázaro estava morto.

Em seguida, Jesus ordenou: “Lázaro, vem para fora!”. E ele veio mesmo, mas a Escritura relata que ainda estava amarrado com ataduras e envolto com várias camadas de panos e especiarias usados para o sepultamento. Ele voltou a viver, mas estava amarrado.

Que quadro descritivo da maioria dos cristãos – vivos, mas amarrados! Para qualquer efeito prático, há muito pouca diferença entre o cristão não avivado e o não crente.

Mas Jesus não deixou Lázaro nessa condição. Ele deu a ordem: “Desatai-o, e deixai-o ir!” E é exatamente isso que Deus faz conosco em tempos de avivamento – ele tira aquilo que prende e nos liberta!

Numa manhã cedinho, durante um congresso, ouvi uma batida na porta do meu trailer. Quando abri a porta, o homem que estava lá fora prorrompeu em lágrimas e disse: “Estou livre! Estou livre!”.

Com frequência, são essas as primeiras palavras que saem da boca daqueles que foram avivados. O que significam?

Significam que antes de serem avivados, eles eram prisioneiros. Estavam escravizados ao pecado, à culpa, à amargura, à impureza moral ou a hábitos que não conseguiam eliminar. Mas Jesus veio para libertar os cativos e desamarrar os laços do pecado.

Por meio da morte e ressurreição de Jesus e do poder da vida dele que habita em nós, as portas da prisão foram escancaradas, e ficamos eternamente livres! Palavras não podem descrever a sensação de alívio que acontece quando os cristãos descobrem e apropriam-se da verdade que os liberta.

Novo Poder

A igreja não avivada é uma igreja sem poder. Todos os resultados que ela consegue produzir podem ser. expressos em termos de habilidade, esforço e energia naturais. O falecido dr. J. Edwin Orr, um historiador de avivamentos, ressaltou: “Quando a igreja não está avivada, os cristãos correm para encontrar pecadores. Mas, na igreja avivada, os pecadores vêm correndo para se encontrarem com o Salvador!”

Um mundo perdido não consegue fugir do impacto de avivamento genuíno na igreja. Na verdade, virtualmente todo movimento de reforma social, todo impulso evangelístico e todo movimento missionário na história nasceram de avivamentos.

Na esteira de verdadeiro avivamento, cristãos tímidos, que nunca ousaram falar de sua fé para os perdidos, descobrem unção e poder para testemunhar. Repetidamente, tenho visto Deus liberando a língua de jovens, donas de casa, homens de negócios e, sim, até de pregadores, com liberdade e ousadia.

A igreja avivada é uma igreja dotada de poder sobrenatural do alto. É por isso que o clamor ouvido com freqüência no Avivamento do País de Gales era: “Dobra a igreja para salvar o mundo”.

A igreja primitiva era conhecida pelos sinais e maravilhas de Deus em operação no meio deles. Cheios de poder e energizados pelo Espírito Santo, diante de imensa oposição e enormes obstáculos, em pouco tempo eles alcançaram todo o mundo conhecido com o Evangelho de Jesus. A igreja avivada é uma igreja em que Deus libera continuamente seu poder sobrenatural.

Extraído de Ablaze With His Glory (Incendiado Por Sua Glória) por Del Fehsenfeld, Jr. Copyright ©1993 por Life Action Ministries. Edição Revista © 2009. Usado com permissão.

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