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A família como Deus a criou

Andrew Murray

“Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra…” (Gn 1.27-28).

O propósito de Deus na criação do homem foi expressar e manifestar a todo o universo sua própria glória e perfeição, até então desconhecidas. O homem não teria apenas alguns pontos individuais de semelhança a Deus; em tudo o que era e em tudo o que fazia na Terra, ele demonstraria que fora criado, de fato, à imagem e semelhança de Deus.

Os traços dessa semelhança eram muito variados e extremamente admiráveis. No domínio que teria sobre a Terra, ele exibiria o poder de Deus como Rei e Governante do universo. Nas maravilhosas habilidades mentais com que era dotado, capacitando-o para tal tarefa, se revelaria a imagem de Deus como o infinitamente Sábio. Nas suas qualidades morais, haveria um reflexo da luz que é inacessível e cheia de glória: a justiça e a santidade de Deus seriam manifestas.

Porém, ainda faltaria a expressão de uma das características da perfeição divina – na verdade, a mais elevada de todas. Como Amor infinito, Deus não vive somente para si mesmo, mas encontra toda sua satisfação e prazer em transmitir sua própria vida a outros. Em seu seio, ele já tem o Filho do seu amor, gerado pelo Pai desde a eternidade. Por meio do Filho, criou os seres vivos, para que sobre eles a plenitude do seu amor pudesse ser derramada. Como o Ser amoroso, ele é fonte da vida; como o Ser vivificante, é a fonte do amor.

Foi para que nisso também o homem expressasse a imagem divina, que Deus o criou homem e mulher. Assim, a vida inteira deles seria uma vida de amor e, pelo derramamento desse amor, um para o outro e dos dois sobre os filhos, haveria transmissão de vida. No lar terreno, no amor entre marido e mulher e entre pais e filhos, o amor e a alegria da família do Pai celestial seriam refletidos. Os segredos mais íntimos da vida da Trindade e da comunhão entre o Pai e o Filho pelo Espírito Santo seriam assim manifestados.

Que perspectiva maravilhosa – e solene – essa verdade nos traz a respeito da relação entre pais e filhos! Que influência santificadora a percepção correta dela exerceria sobre os privilégios e deveres dessa relação! Podemos compreender e valorizar de maneira muito mais ampla, à luz da origem divina da família e do propósito de Deus para ela, nossa relação com os filhos. Por outro lado, nossa interação com eles fortalecerá nossa obediência ao Pai celestial e aumentará a confiança nele.

Isso nos mostra como é recíproca a interação entre a família no Céu e a família na Terra. Cada vez que obtemos uma percepção mais profunda do amor do Pai e uma visão mais nítida de sua família, a relação amorosa entre todos os membros da família terrena cresce, ampliando igualmente nossa expectativa quanto às bênçãos que o Deus que a originou certamente derramará sobre ela. E cada experiência de amor e bênção na família terrena se torna também uma escada que nos eleva e nos aproxima mais do grande coração do Pai celestial. “No princípio, criou Deus os céus e a terra” – as duas famílias em correspondência uma com a outra: a família no Céu, com a presença do Pai, modelo original da família na Terra, com a presença dos pais terrenos.

Que terrível é a maldição e o poder do pecado! A paternidade à semelhança de Deus, com a capacidade de comunicar a outros seres uma vida que seria imortal e eternamente abençoada, e a formação de um lar cheio de amor, semelhante à família celestial, teriam sido os mais elevados privilégios do homem, de acordo com o plano divino. Lamentavelmente, o pecado entrou e produziu devastador estrago no projeto original. Os pais tornam os filhos participantes da natureza pecaminosa e se sentem incapazes, por causa da contaminação, de comunicar bênção ou vida. A família, lastimavelmente, pode muito bem ser o caminho para o inferno, ao invés de abrir o caminho para o Céu.

Contudo, bendito seja Deus, aquilo que o pecado destruiu, a graça restaurou. Todo o propósito e a provisão da graça de Deus conduzem agora para a recuperação daquilo que foi planejado na criação: a paternidade e a maternidade na Terra, com a demonstração de amor na família, e o cuidado e o treinamento dos filhos, refletem a comunhão da família celestial e o amor do Pai.

Cada pai e cada mãe que sentem o quanto são insuficientes para isso e que anseiam por sabedoria e graça a fim de desempenhar corretamente a tarefa que lhes foi confiada devem voltar seus olhos em fé e esperança ao modelo original da vida familiar no Céu. O Deus que criou a família terrena já a redimiu também, fazendo dela uma nova criação. Ele vela sobre esse projeto com ternura e zelo e recebe com seu amor paterno e com sua bênção cada pai e mãe que desejam ser ministros do seu santo projeto.

Se for este o seu desejo, comece fazendo do pensamento de Deus o seu: que a paternidade, a maternidade e a família na Terra se tornem a imagem e a semelhança da família original no Céu. Olhe para Deus como o Autor da sua vida familiar; conte com ele para prover tudo o que é necessário para que sua família seja de fato aquilo que Deus projetou. Que o coração e o amor do Pai lhe sirvam como fonte de inspiração, objeto de pesquisa e esteio de apoio. À medida que aprender a conhecer e a confiar nele, com amor e adoração, crescerá a segurança de que ele o moldará e o tornará capaz de fazer do seu lar, cada dia mais, uma luminosa expressão da família divina.

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