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Última Palavra-Conhecimento Sem Temor

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Por Pedro Arruda

Deus exorta o homem a conhecê-lo. Contudo, substituímos o conhecimento de Deus pelo conhecimento de sua palavra, entendido como conhecimento bíblico. Dessa forma, transformamos o conhecimento de Deus em conhecimento sobre Deus.

Seria como nos satisfazermos em conhecer a biografia de alguém ao invés de o conhecermos pessoalmente. Ora, é possível ter um profundo conhecimento biográfico sobre determinada pessoa sem nunca a ter encontrado. Alguns pesquisadores que se especializam em determinado personagem histórico vasculham todos os seus escritos e o que outros escreveram a seu respeito a ponto de produzirem, ao final, uma detalhada descrição que contém até aspectos íntimos e os próprios pensamentos do pesquisado. Nesse caso, a pessoa pesquisada tornou-se um objeto de estudo.

Essa tem sido, muitas vezes, a metodologia que empregamos para conhecer Deus. No fim, enganamos a nós mesmos pensando que o conhecemos, quando, na verdade, sabemos apenas aspectos de sua “biografia”. Estamos tratando-o como objeto de estudo.

Conhecer a Bíblia não implica em conhecer Deus. Não vai longe o tempo em que a simples menção desse livro produzia um misto de reverência e pavor sobre os ouvintes, pois era tido como que um livro mágico com poderes sobrenaturais. Daí, muitos ditados populares foram cunhados e atribuídos à Bíblia para não sofrerem contestação, tais como o famoso e superado “de mil passará e a 2 mil não chegará”, aludindo ao “fim do mundo” até o ano 2000. Dessa mentalidade, surgiu o hábito de manter a Bíblia aberta no Salmo 91, no qual se encontram trechos do diálogo de Jesus com o demônio na tentação no deserto, com o intuito de obter certa imunidade contra o maligno.

Quem se aproxima da Bíblia com esse espírito para verificar assuntos escatológicos terá, evidentemente, pavor dos acontecimentos reais que ali estão anunciados. Por essa razão, muitos evitam a escatologia e preferem a ignorância.

Por outro lado, há aqueles que, levados por uma aguçada curiosidade, tentam pesquisar tudo a respeito, usando uma metodologia acadêmica para afastar a ignorância e superar o pavor popular. Isso, contudo, nada mais é que descobrir a biografia, mas não conhecer pessoalmente o biografado. Um conhecimento que satisfaz apenas a mente é incapaz de preencher as necessidades do coração e pode redundar em frustração e desinteresse.

Devemos ter em conta que o objetivo de examinar a Palavra de Deus é conhecê-lo pessoalmente, pois ele está vivo e pode responder diretamente às nossas indagações se estas nos forem pertinentes e colaborarem para o conhecermos. E isso inclui os aspectos escatológicos. Nessa dimensão, não recebemos apenas uma palavra que proporciona conhecimento intelectual, mas que comunica também espírito, vida e a fé que nos capacita a vivê-la (Jo 6.63; Rm 10.17).

Qualquer pretenso conhecimento teológico obtido apenas por meio de estudo ou pesquisa pode trazer medo e pavor. Alguns, para evitar essa sensação, consideram a escatologia desprezível. A obtenção do verdadeiro conhecimento, ainda que se utilize de estudos e pesquisas, inclui o relacionamento com Deus e leva-nos a amá-lo e desejar que seu plano seja executado. Exclui-se o pavor, pois aprendemos que o Senhor é digno de confiança e que tem o melhor para seus filhos. É assim que se torna possível ver como glorioso o que outros veem como terrível. Sentir temor ou medo do fim é preocupação natural de quem recebeu apenas informações e não a fé suficiente no Senhor que tem tudo, absolutamente tudo, sob controle!

E nós conhecemos e cremos no amor que Deus tem por nós. Deus é amor, e aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus, nele. Nisto é em nós aperfeiçoado o amor, para que, no Dia do Juízo, mantenhamos confiança; pois, segundo ele é, também nós somos neste mundo. No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo. Ora, o medo produz tormento; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor (1 Jo 4.16-18).

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Uma resposta

  1. Artigo excelente. Em tempos de muitas “descobertas” escatológicas, de misticismo. de “Iluminattis”, é um refrigério nos lembrarmos do amor do Pai que, antes de ser pesquisado, deseja ser obedecido e amado.

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